segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PS aponta "cilada" no caso do Jornal nacional da TVI
(DN)SUSETE FRANCISCO 05 Setembro 2009
Dirigentes do PS sugerem que o cancelamento do espaço noticioso de sexta-feira de Manuela Moura Guedes foi feito com a intenção de prejudicar os socialistas, a três semanas das eleições legislativas. E disparam em várias direcções.
O PS jura a pés juntos que não teve qualquer interferência no caso do Jornal Nacional da TVI e há quem fale numa "cilada" para prejudicar o partido, a três semanas das eleições legislativas. Os socialistas apoiam-se no argumento de que a notícia do cancelamento do espaço noticioso de Manuela Moura Guedes prejudica José Sócrates, pelo que não faria sentido que fosse o primeiro-ministro a pressionar este desfecho.
"É como nos crimes, tem que se procurar quem é que beneficia com o crime para encontrar o criminoso", afirmou ontem ao DN Renato Sampaio, líder da federação do PS do Porto. "Houve aqui uma montagem para criar um facto que prejudica o PS", sustenta o dirigente, apontando baterias a Manuela Moura Guedes, sem poupar a oposição pelo caminho. "Isto surge após um conjunto de declarações da senhora jornalista, em entrevistas que deu. Leva-me a pensar que houve uma cilada montada para dar este resultado, sabendo que prejudicaria o PS." Renato Sampaio acrescenta que Moura Guedes "foi deputada do CDS, tem tudo a ver com os partidos de direita, está a fazer o jogo da direita". Questionado sobre se os partidos terão alguma coisa a ver com o caso, responde assim: "Não sei se não têm".
José Junqueiro, líder do PS/Viseu, fala num acto feito com a "intenção" de prejudicar os socialistas. "Aquilo que o primeiro-ministro disse resolve a questão: isto é algo que pretende atingir o PS. A intenção ou a consequência é tentar passar a ideia que houve intervenção do PS". Junqueiro diz acreditar que tal não acontecerá - "A intenção de quem eventualmente promoveu isto pode ser essa, mas as pessoas são inteligentes". "São armas que não se utilizam", acusa, criticando a oposição por ter reagido "de forma caótica em termos morais".
Vítor Baptista, líder do PS/Coimbra, e Vítor Ramalho, ex-deputado, coincidem num mesmo comentário: "Não acredito em bruxas, mas que as há, há". "Não sei as razões que levaram a Prisa a tomar esta decisão, mas tomou-a contra o PS", diz Ramalho. Para acrescentar um dado que diz não ser "dispiciendo" : "Ao contrário do que se faz crer, a Prisa tem uma relação de grande tensão com o PSOE [o partido socialista espanhol de Zapatero]". O ex-deputado acrescenta ainda que "não sendo isto do interesse do PS aproveita objectivamente à oposição", mas acrescenta que o povo português é "sapiente".
Vítor Baptista refere que tudo isto é "estranho": "Se a TVI desejava ter uma nova linha editorial, devia ter esperado por outro momento". "A escassas três semanas das eleições é inacreditável", defende, admitindo que se a polémica não for esclarecida poderá resultar numa penalização para o PS. Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS alinha pela mesma ideia. E acrescenta que em política "os acasos são poucos. Não dá jeito nenhum ao PS este acontecimento neste momento". Já José Lello, membro do secretariado nacional do PS , acredita que quem tomou a decisão de suspensão fê-lo por "critérios empresariais". Sendo que "não é propriamente uma pessoa muito arguta - "A opção é absolutamente inaceitável, estamos a 24 dias das eleições".
Ontem, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, aconselhou "outros poderes fácticos" a não "interferirem na campanha eleitoral". "Em Fevereiro de 2005, em período eleitoral, foi posta a circular uma falsidade, em que foi fabricada uma carta falsamente anónima, para prejudicar eleitoralmente o PS. Hoje, começamos a assistir ao mesmo filme", afirmou.

3 comentários:

Anónimo disse...

Diz-me com quem andas...

M. Araújo disse...

...e voltamos à Verdade explorando os efeitos luminosos do seu contrário; a Mentira que pôs em alvoroço uma plateia inteira na Convenção Nacional. Ao que parece a indignação provocada pela Mentira (o contrário da Verdade), é colectiva e faz-se anunciar até à exaustão pela boca de altos responsáveis do Partido. Falar tantas vezes numa mentira, pode transformá-la em Verdade e isso ninguém quer.

Anónimo disse...

Olha que dois! Cada um o melhor! Velhos amigos do ambiente! O Renato não andava pela Freport, ou ainda era medidor-orcamentista?