Os líderes do PS e do Bloco de Esquerda confrontaram-se ontem na RTP1, com moderação de Judite Sousa. Louçã passou grande parte do frente-a-frente de ontem à defesa e isso ainda não lhe tinha acontecido.
O "caso" que Sócrates levou ao debate foi o programa eleitoral do Bloco de Esquerda. Segundo disse, este propõe não só a eliminação dos benefícios fiscais para os PPR (Planos de Poupança-Reforma) como também a eliminação de todas as deduções fiscais sobre gastos na educação ou na saúde. "Isto conduziria a um aumento brutal da carga fiscal sobre a classe média", disse o líder socialista. "Isto não é [Américo] Amorim nenhum, é a classe média!", acrescentou, dizendo que as medidas bloquistas obrigariam a mais mil milhões de euros em impostos.
Louçã, aparentemente, não esperava que o secretário-geral do PS tivesse lido o programa do Bloco tão em pormenor. Argumentou que os PPR já não dão rendimento nenhum porque "a bolsa caiu 80%". E acrescentou, quanto às deduções fiscais, que o programa do BE também propõe um Serviço Nacional de Saúde inteiramente gratuito ("as taxas moderadoras são um ataque aos pobres") e ainda, na educação, que os manuais escolares sejam oferecidos. Dito de outra forma: segundo o líder do BE, não haverá lugar a deduções fiscais porque os contribuintes deixarão de ter despesas na educação e na saúde.
Mas Sócrates voltou à carga pelos menos mais duas vezes. Acusou Louçã de "radicalismo" e denunciou-lhe uma "recaída ideológica". "Sei que no movimento revolucionário a classe média sempre foi vista como uma classe que estava a mais, entre as vanguardas da classe operária e a burguesia."
Nesta altura, Louçã esteve quase a perder a cabeça - aconteceu-lhe uma vez num debate difícil com Paulo Portas em 2005 - e recordou implicitamente ao líder socialista o seu passado de ex-militante da JSD. "Sempre pertenci à família do socialismo democrático", respondeu Sócrates.
O debate começou com Louçã dizendo que "o PS e o PSD não são iguais" - e recordando aqui a unidade da esquerda na luta pela despenalização do aborto. Mas logo a seguir tirou um "caso" da manga dizendo que "a Mota-Engil de Jorge Coelho" tinha ganho um concurso para uma auto-estrada (Coimbra-Oliveira de Azeméis) por 535 milhões de euros, aumentando logo a seguir o custo para 1174. "Está equivocado", repetiu Sócrates inúmeras vezes, dizendo que não há adjudicação. Jorge Coelho "voltou" ao debate pela voz de Louçã por causa do negócio do terminal de Alcântara e aqui Sócrates invocou o "interesse nacional".
O "caso" que Sócrates levou ao debate foi o programa eleitoral do Bloco de Esquerda. Segundo disse, este propõe não só a eliminação dos benefícios fiscais para os PPR (Planos de Poupança-Reforma) como também a eliminação de todas as deduções fiscais sobre gastos na educação ou na saúde. "Isto conduziria a um aumento brutal da carga fiscal sobre a classe média", disse o líder socialista. "Isto não é [Américo] Amorim nenhum, é a classe média!", acrescentou, dizendo que as medidas bloquistas obrigariam a mais mil milhões de euros em impostos.
Louçã, aparentemente, não esperava que o secretário-geral do PS tivesse lido o programa do Bloco tão em pormenor. Argumentou que os PPR já não dão rendimento nenhum porque "a bolsa caiu 80%". E acrescentou, quanto às deduções fiscais, que o programa do BE também propõe um Serviço Nacional de Saúde inteiramente gratuito ("as taxas moderadoras são um ataque aos pobres") e ainda, na educação, que os manuais escolares sejam oferecidos. Dito de outra forma: segundo o líder do BE, não haverá lugar a deduções fiscais porque os contribuintes deixarão de ter despesas na educação e na saúde.
Mas Sócrates voltou à carga pelos menos mais duas vezes. Acusou Louçã de "radicalismo" e denunciou-lhe uma "recaída ideológica". "Sei que no movimento revolucionário a classe média sempre foi vista como uma classe que estava a mais, entre as vanguardas da classe operária e a burguesia."
Nesta altura, Louçã esteve quase a perder a cabeça - aconteceu-lhe uma vez num debate difícil com Paulo Portas em 2005 - e recordou implicitamente ao líder socialista o seu passado de ex-militante da JSD. "Sempre pertenci à família do socialismo democrático", respondeu Sócrates.
O debate começou com Louçã dizendo que "o PS e o PSD não são iguais" - e recordando aqui a unidade da esquerda na luta pela despenalização do aborto. Mas logo a seguir tirou um "caso" da manga dizendo que "a Mota-Engil de Jorge Coelho" tinha ganho um concurso para uma auto-estrada (Coimbra-Oliveira de Azeméis) por 535 milhões de euros, aumentando logo a seguir o custo para 1174. "Está equivocado", repetiu Sócrates inúmeras vezes, dizendo que não há adjudicação. Jorge Coelho "voltou" ao debate pela voz de Louçã por causa do negócio do terminal de Alcântara e aqui Sócrates invocou o "interesse nacional".
8 comentários:
«Já ganhámos 500 milhões de euros», diz Louçã
Segundo LUSA/SOL, Francisco Louçã defendeu hoje que depois do seu debate televisivo com José Sócrates «já não vai ser possível» uma eventual concessão do Governo à Mota-Engil do troço de auto-estrada entre Oliveira de Azeméis e Coimbra
E acrescenta: «Estou certo que hoje à noite, aperceberam-se disso, mas muito mais gente se apercebeu também como nós, já ganhámos 500 milhões de euros, porque depois de hoje à noite já não vai ser possível manter o negócio com Jorge Coelho para uma auto-estrada (…)Eles fizeram tudo por aquele negócio, tinham um preço, negociaram a adjudicação e as condições contratuais que estavam a preparar e na comissão de negociação, com o ministério e as Estradas de Portugal lá se passa de 535 milhões de euros para 1174 milhões de euros como se fosse uma coisa que passasse com uma mão sobre este escrito».
Referindo-se ainda a esta questão, o líder do Bloco sublinhou «como é importante dar os nomes aos bois, olhar para os responsáveis, dizer os seus nomes».
«É isso que nos torna insuportáveis para este mundo de negócios que se habituou a tratar o Estado, a economia pública e os bens públicos e as grandes empresas pagas pelos contribuintes como se fosse a sua promessa de dote de casamento, trataram tudo o que é nosso como se houvesse uma obrigação intrínseca dos portugueses para lhes pagarmos as estradas, para construirmos a rede de alta tensão e lhe entregarmos a rede de alta tensão, para financiarmos a estrutura do gás natural em Portugal e lhe entregarmos a estrutura do gás em Portugal»,
«Estamos prontos e não venha o primeiro-ministro, com aquele ar manso que ele agora adquiriu, dizer ‘que pena não haver a possibilidade de um acordo, de uma coligação’. Já conhecemos essa cantiga, já a conhecemos desde crianças. É o quem quer casar com a carochinha, que é linda e bonitinha», declarou Louçã.
Nas críticas à direita, Louçã voltou a atacar Manuela Ferreira Leite pela sua visita à Madeira, «a única região do país em que um deputado pode receber salário, mordomias ou contratos de um governo regional que devia controlar», afirmou Louçã.
É um extremista de esquerda, por amor de Deus
Sobre a proposta que José Sócrates considerou muito grave e um sinal de recaída ideológica e ódio à classe média, escreveu aquele que o próprio escolheu como seu cabeça de lista às Europeias:
“O problema com as deduções em IRS é que deixa de fora dos benefícios justamente os mais pobres, ou seja, os que nem sequer têm rendimento suficiente para pagar IRS. É por isso que os subsídios directos são mais eficazes, mais abrangentes e mais equitativos.”
Vital Moreira, 10 de Julho de 2008
“Limitar, ou reduzir drasticamente, as deduções fiscais para despesas de educação e de saúde, salvo nos casos em que os correspondentes sistemas públicos não proporcionam os respectivos serviços em condições aceitáveis. Na verdade, não faz sentido que, havendo serviços públicos de educação e de saúde gratuitos, pagos pelo orçamento do Estado, aqueles que preferem serviços privados sejam beneficiados com o desconto dessas despesas para efeitos de dedução fiscal (com limites bastante generosos), o que se traduz numa considerável “despesa fiscal”.
Ainda por cima, trata-se em geral dos titulares de rendimentos acima da média, não poucas vezes caracterizados por uma elevada evasão fiscal (industriais e comerciantes, gestores, profissionais liberais, etc.). Duplo privilégio, portanto.”
Vital Moreira, 22 de Abril de 2006
“Os benefícios fiscais à poupança no IRS têm três efeitos negativos: tornam o sistema fiscal mais complexo e mais difícil de fiscalizar, têm elevados custos fiscais (redução da receita) e favorecem os titulares de mais altos rendimentos, que são quem mais deles aproveita, diminuindo a progressividade real do imposto. Será que as vantagens em matéria de incentivo à poupança superam os aspectos negativos? Esperemos pelo estudo referido pelo Ministro para ter uma resposta a essa pergunta.”
Vital Moreira, 10 de Setembro de 2005
Via Aventar
É esta a agenda oculta e impensável de Vital Moreira . Estranho que aqueles que passaram quatro anos a berrar contra o egoísmo, se esqueçam de tudo em campanha e cavalguem nele para arrecadar votos. Esqueceram-se é de um pormenor: a enorme percentagem de portugueses que não pode fazer estas deduções. E explicar-lhes porque devem financia-las de forma indirecta quando nem para si têm. Esqueceram-se do evidente: se o dinheiro sai de um lado quer dizer que não vai para outro. E neste caso, não vai para o investimento em serviços públicos que servem de igual forma quem pode e não pode fazer deduções. Aqui está um debate dificil, para lá das frases feitas, a fazer à esquerda.
Via arastão
Sócrates ganhou o debate. O cassete Louçã esteve igual a si mesmo, repetindo as imbecilidades do costume.
A propósito, há extremistas onde menos pensamos,
Convém lembrar o que disse o ideólogo socrático
“O problema com as deduções em IRS é que deixa de fora dos benefícios justamente os mais pobres, ou seja, os que nem sequer têm rendimento suficiente para pagar IRS. É por isso que os subsídios directos são mais eficazes, mais abrangentes e mais equitativos.”
Vital Moreira, 10 de Julho de 2008
“Limitar, ou reduzir drasticamente, as deduções fiscais para despesas de educação e de saúde, salvo nos casos em que os correspondentes sistemas públicos não proporcionam os respectivos serviços em condições aceitáveis. Na verdade, não faz sentido que, havendo serviços públicos de educação e de saúde gratuitos, pagos pelo orçamento do Estado, aqueles que preferem serviços privados sejam beneficiados com o desconto dessas despesas para efeitos de dedução fiscal (com limites bastante generosos), o que se traduz numa considerável “despesa fiscal”.
Ainda por cima, trata-se em geral dos titulares de rendimentos acima da média, não poucas vezes caracterizados por uma elevada evasão fiscal (industriais e comerciantes, gestores, profissionais liberais, etc.). Duplo privilégio, portanto.”
Vital Moreira, 22 de Abril de 2006
“Os benefícios fiscais à poupança no IRS têm três efeitos negativos: tornam o sistema fiscal mais complexo e mais difícil de fiscalizar, têm elevados custos fiscais (redução da receita) e favorecem os titulares de mais altos rendimentos, que são quem mais deles aproveita, diminuindo a progressividade real do imposto. Será que as vantagens em matéria de incentivo à poupança superam os aspectos negativos? Esperemos pelo estudo referido pelo Ministro para ter uma resposta a essa pergunta.”
Vital Moreira, 10 de Setembro de 2005
Em matéria de imbecilidade, o Pedro Aroso também é o que faz sempre no seu anti-comunismo primário de inspiração fascistóide. O que o imbecil autêntico faz é isto: insulta, expele o ódio. Nada mais tem a dizer ao mundo.
A proposta do BE tem todo o sentido pena é que o Louça se tenha deixado deslumbrar com um debate televiso com o Primeiro ou então tenha subestimado os seus assessores que foram estudar o programa do BE. Como pode um líder não conhecer de ponta a ponta o programa eleitoral. Isso pareceria possível no PS , mas afinal foi no BE.
Caro Anónimo
Está enganado a meu respeito. Parafraseando o Dr. Mário Soares, eu não sou anti-comunista primário, mas sim universitário. E mais, sou tão anti-comunista, como sou anti-fascista. Para mim, não há diferenças, porque ambos defendem regimes totalitários.
Se você não fosse um cobardola, assinava o seu verdadeiro nome em vez de se refugiar atrás do anonimato para me insultar.
Você, Sr. Aroso, é que insultou e é o cobardola porque se refugia na distância do blog para o fazer. As suas imbecilidades não são em nada mais universitárias que as que atribuiu ao Francisco Louça. Seja educado no debate. O facto do Sr.Louça ser figura pública não justifica que gente como o Sr. Aroso possa ultrapassar as suas frustrações ou os seus complexos insultando-o. E não faça o mal e a caramunha. Não pega. Quem insultou foi Você. Ou então o Sr. tem um problema complicado a resolver consigo próprio. Mas, em princípio, a culpa não é do Francisco Louça.
Nem o BE me parece uma força comunista totalitária. Se a geração mais antiga resulta da reciclagem de trotskistas, maoístas e PC, que estão por toda a parte, nomeadamente no PSD, ou lado do George Bush, a 2ª geração é genuinamente democrática e quer uma sociedade melhor com aprofundamento da justiça social e da democracia transparente coisa que o Bloco Central não dá, nem para lá caminha, antes pelo contrário. A forma como o Sr. reage contra BE é que é de um anti-comunismo primário, não universitário, porque este suporia uma apresentação de razões e não a distilação do ódio.
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