Linha do Douro: Comissão de Utentes quer resposta à falta de electificação da linha entre Caíde e Marco de Canaveses
Será que este investimento público não é dos que serve... Cascais?
29 de Novembro de 2008, 10:26
Porto, 19 Nov (Lusa) - A Comissão de Utentes da Linha do Douro vai pedir a todos os candidatos à Câmara do Marco de Canaveses, nas próximas eleições autárquicas, para darem uma resposta à falta de linha eléctrica na ligação Caíde/Marco de Canaveses.
Se existisse esta linha eléctrica, há muito prometida, cada utente pouparia, por ano, 15840 minutos o que corresponde a 264 horas, ou seja, 21 dias.
A Comissão de utentes elaborou um documento que foi enviado à secretária de Estado dos Transportes, à CP, à REFER e à Câmara do Marco de Canaveses, Amarante e Penafiel, no sentido de obterem uma resposta sobre a situação.
O mesmo documento será enviado a todos os candidatos à Câmara do Marco de Canaveses, num momento em que se avizinham as eleições autárquicas.
Um ano depois da secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino, ter visitado a zona e dado sinais de que havia vontade governamental de estender a electrificação do troço de via férrea entre Caíde e Marco de Canaveses as obras continuam paradas.
Em 2005 o Ministro das Obras Públicas Mário Lino, mandou elaborar um estudo de procura para avaliar o investimento. Segundo a Comissão de utentes o estudo já foi elaborado e os terrenos pagos mas "as obras não avançam". "O que dizem é que não há dinheiro mas são apenas 16 km de linha eléctrica", afirmou uma fonte da comissão de utentes.
"Em Espinho foram investidos milhões e na Trofa a mesma coisa. Para o Douro é que não há nada", acrescentou.
Das obras que faziam adivinhar uma linha eléctrica, com um maior número de comboios na ligação Marco de Canaveses/Porto, apenas se vê a colocação de travessas na linha.
Para a Comissão de utentes, a REFER "usa a desculpa da falta de clientes nesta zona" mas "o Marco não perdeu clientes, a questão é que muitas pessoas vão de carro até Caíde ou Penafiel".
Esta situação deve-se ao facto da linha do Douro estar electrificada apenas entre o Porto e Caíde, o que obriga a que a ligação desde Caíde até ao Marco de Canaveses tenha de ser feita numa composição com motor a diesel.
Chegando a Caíde os passageiros são obrigados a fazer um transbordo onde deixam o comboio movido a electricidade e passam para uma composição a diesel.
O transbordo de passageiros nessa estação faz com que os 16 quilómetros se traduzam em mais 30 minutos de viagem o que ao fim de um ano corresponde a 264 horas.
Diariamente existem apenas 18 comboios que fazem a ligação do Marco de Canaveses ao Porto, facto que leva a que muitos utentes se desloquem até Caíde ou Penafiel. Na estação de Caíde existem por dia 25 ligações ao Porto e em Penafiel cerca de 41 havendo assim um maior número de comboios.
Muitos estudantes e trabalhadores marcoenses deslocam-se diariamente até Penafiel para apanharem o comboio para o Porto. "Eu levo o carro até Penafiel porque assim tenho mais comboios e não demoro tanto tempo porque não é preciso trocar de comboio como em Caíde", disse à Lusa uma estudante.
Para estar no Porto por volta das 09:00 os utentes têm de sair do Marco de Canaveses no comboio das 7h04 que chega às 08:25. Este é o único comboio que chega ao Porto mais próximo das 09:00. Apanhando o comboio em Penafiel os utentes têm sete comboios numa média de 10 minutos de diferença entre cada um.
"Se fizessem a linha eléctrica até ao Marco era muito melhor porque tínhamos mais comboios e não gastávamos tanto dinheiro em nos deslocarmos até Penafiel", disse um utente.
A electrificação do troço entre Caíde e Marco de Canaveses é um projecto antigo da REFER, mas tem vindo a sofrer atrasos.
Segundo a REFER desde o início de 2006 foram suprimidas 19 passagens de nível num troço com 27, o que corresponde a um investimento de 10 milhões de euros.
Em 2009 e 2010 serão suprimidas mais cinco passagens de nível sendo que as três restantes deverão aguardar pela definição das soluções a adoptar para a intervenção na via.
As obras para a electrificação da via que liga Marco de Canaveses a Caíde ainda não têm data para avançarem.
29 de Novembro de 2008, 10:26
Porto, 19 Nov (Lusa) - A Comissão de Utentes da Linha do Douro vai pedir a todos os candidatos à Câmara do Marco de Canaveses, nas próximas eleições autárquicas, para darem uma resposta à falta de linha eléctrica na ligação Caíde/Marco de Canaveses.
Se existisse esta linha eléctrica, há muito prometida, cada utente pouparia, por ano, 15840 minutos o que corresponde a 264 horas, ou seja, 21 dias.
A Comissão de utentes elaborou um documento que foi enviado à secretária de Estado dos Transportes, à CP, à REFER e à Câmara do Marco de Canaveses, Amarante e Penafiel, no sentido de obterem uma resposta sobre a situação.
O mesmo documento será enviado a todos os candidatos à Câmara do Marco de Canaveses, num momento em que se avizinham as eleições autárquicas.
Um ano depois da secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino, ter visitado a zona e dado sinais de que havia vontade governamental de estender a electrificação do troço de via férrea entre Caíde e Marco de Canaveses as obras continuam paradas.
Em 2005 o Ministro das Obras Públicas Mário Lino, mandou elaborar um estudo de procura para avaliar o investimento. Segundo a Comissão de utentes o estudo já foi elaborado e os terrenos pagos mas "as obras não avançam". "O que dizem é que não há dinheiro mas são apenas 16 km de linha eléctrica", afirmou uma fonte da comissão de utentes.
"Em Espinho foram investidos milhões e na Trofa a mesma coisa. Para o Douro é que não há nada", acrescentou.
Das obras que faziam adivinhar uma linha eléctrica, com um maior número de comboios na ligação Marco de Canaveses/Porto, apenas se vê a colocação de travessas na linha.
Para a Comissão de utentes, a REFER "usa a desculpa da falta de clientes nesta zona" mas "o Marco não perdeu clientes, a questão é que muitas pessoas vão de carro até Caíde ou Penafiel".
Esta situação deve-se ao facto da linha do Douro estar electrificada apenas entre o Porto e Caíde, o que obriga a que a ligação desde Caíde até ao Marco de Canaveses tenha de ser feita numa composição com motor a diesel.
Chegando a Caíde os passageiros são obrigados a fazer um transbordo onde deixam o comboio movido a electricidade e passam para uma composição a diesel.
O transbordo de passageiros nessa estação faz com que os 16 quilómetros se traduzam em mais 30 minutos de viagem o que ao fim de um ano corresponde a 264 horas.
Diariamente existem apenas 18 comboios que fazem a ligação do Marco de Canaveses ao Porto, facto que leva a que muitos utentes se desloquem até Caíde ou Penafiel. Na estação de Caíde existem por dia 25 ligações ao Porto e em Penafiel cerca de 41 havendo assim um maior número de comboios.
Muitos estudantes e trabalhadores marcoenses deslocam-se diariamente até Penafiel para apanharem o comboio para o Porto. "Eu levo o carro até Penafiel porque assim tenho mais comboios e não demoro tanto tempo porque não é preciso trocar de comboio como em Caíde", disse à Lusa uma estudante.
Para estar no Porto por volta das 09:00 os utentes têm de sair do Marco de Canaveses no comboio das 7h04 que chega às 08:25. Este é o único comboio que chega ao Porto mais próximo das 09:00. Apanhando o comboio em Penafiel os utentes têm sete comboios numa média de 10 minutos de diferença entre cada um.
"Se fizessem a linha eléctrica até ao Marco era muito melhor porque tínhamos mais comboios e não gastávamos tanto dinheiro em nos deslocarmos até Penafiel", disse um utente.
A electrificação do troço entre Caíde e Marco de Canaveses é um projecto antigo da REFER, mas tem vindo a sofrer atrasos.
Segundo a REFER desde o início de 2006 foram suprimidas 19 passagens de nível num troço com 27, o que corresponde a um investimento de 10 milhões de euros.
Em 2009 e 2010 serão suprimidas mais cinco passagens de nível sendo que as três restantes deverão aguardar pela definição das soluções a adoptar para a intervenção na via.
As obras para a electrificação da via que liga Marco de Canaveses a Caíde ainda não têm data para avançarem.
1 comentário:
Realmente é lamentável o tempo necessário para se fazer alguma obra útil, neste país.
Mas lembro que os projectos iniciais não previam apenas a electrificação até ao Marco mas até à Régua, sendo o troço Caíde-Marco duplicado, razão pela qual na altura as obras de eletrificação da linha do Douro estas obras não avançaram...
Infelizmente é algo que já vem a se tornar hábito, quando se pára uma obra algures assim fica mais uma década até q alguem se lembre.
De resto parece-me óbvio, que a maioria das pessoas opte por ir de automóvel até Caíde e Penafiel e aí apanhar o comboio, pelo tempo q se poupa.
Outra coisa que também parece ninguém se lembrar é do estado das automotoras que actualmente fazem o percurso acima de Caíde, este troço está referenciado na REFER como podendo suportar velocidades até 90Km/h, mas as actuais automotoras apenas fazem uma velocidade média de 40km/h o q fica cm é facilmente precéptivel abaixo do aceitável.
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