Ataque à classe média domina debate entre Sócrates e Louçã
Confronto revelou que Sócrates soube focalizar-se no apelo ao eleitorado mais à Esquerda
(JN) 9.9.09 ANA PAULA CORREIA
Em disputa está o eleitorado da classe média de Esquerda. Por isso, Sócrates preparou-se para atacar Louçã e conseguiu encostar o líder do BE ao lado mais radical da política. Foi ontem, terça-feira, na RTP, no debate mais tenso até agora.
O líder socialista disse e repetiu que leu "muito bem" o programa do BE, onde descobriu que há um "ataque atroz" à classe média, que revela um "grande radicalismo" e uma "recaída ideológica". Referia-se ao ponto do programa bloquista, no qual se prevê o fim das deduções fiscais com as despesas com os Planos Poupança de Reforma, com a Saúde e com a Educação. E referiu Sócrates que, no caso de este modelo ser aplicado, os "funcionários, os professores, por exemplo, deixariam de poder deduzir a parte das despesas com saúde, não coberta pela ADSE".
Francisco Louçã explicou que "é todo um regime fiscal simplificado" o que propõe e que assenta "na total gratituidade da Educação e da Saúde públicas".
Dada a explicação, que considerou "irrealista", Sócrates não largou mais o filão argumentativo. "Estamos a falar da classe média e não do Amorim". Assim tentou destruir toda a argumentação de Louçã, que, ao longo do debate, acusou a actual maioria no poder de beneficiar os grandes grupos económicos, como o de Américo Amorim, no caso da venda Galp, e a Mota Engil, no caso do terminal de contentores de Alcântara.
O líder bloquista centrou -se em casos concretos para acusar Sócrates de promover uma economia "pouco transparente". Além da Galp e do terminal de contentores, Louçã denunciou "um negócio da construção da auto-estrada entre Oliveira de Azeméis e Coimbra, que deu à Mota Engil de Jorge Coelho mais 500 milhões de euros do q ue estava contratualizado". Também neste caso, Sócrates não ficou calado e garantiu que essa adjudicação não será feita nesses moldes.
Foi só nos dois minutos finais do frente-a-frente, que Judite de Sousa conseguiu perguntar a ambos "o que os separa e impede um entendimento futuro".
Sem comprometer esse tal futuro de entendimento, Sócrates, que disse canditar-se contra a Direita, foi cauteloso: "Este é o momento para expor os pontos de vista". E criticou o BE por, "escolhendo o PS como inimigo principal, presta um mau serviço ao país e à Esquerda".
A seguir, Louçã, afirmando-se candidato contra a crise, disse que o que os separa "não é o estilo, é a devastação económica". Por isso, fez um apelo final ao dizer que se dirige aos eleitores socialistas que deram esta maioria absoluta".
De acordo, estiveram contra as "imagens patéticas" de Manuela Ferreira Leite na Madeira.
Confronto revelou que Sócrates soube focalizar-se no apelo ao eleitorado mais à Esquerda
(JN) 9.9.09 ANA PAULA CORREIA
Em disputa está o eleitorado da classe média de Esquerda. Por isso, Sócrates preparou-se para atacar Louçã e conseguiu encostar o líder do BE ao lado mais radical da política. Foi ontem, terça-feira, na RTP, no debate mais tenso até agora.
O líder socialista disse e repetiu que leu "muito bem" o programa do BE, onde descobriu que há um "ataque atroz" à classe média, que revela um "grande radicalismo" e uma "recaída ideológica". Referia-se ao ponto do programa bloquista, no qual se prevê o fim das deduções fiscais com as despesas com os Planos Poupança de Reforma, com a Saúde e com a Educação. E referiu Sócrates que, no caso de este modelo ser aplicado, os "funcionários, os professores, por exemplo, deixariam de poder deduzir a parte das despesas com saúde, não coberta pela ADSE".
Francisco Louçã explicou que "é todo um regime fiscal simplificado" o que propõe e que assenta "na total gratituidade da Educação e da Saúde públicas".
Dada a explicação, que considerou "irrealista", Sócrates não largou mais o filão argumentativo. "Estamos a falar da classe média e não do Amorim". Assim tentou destruir toda a argumentação de Louçã, que, ao longo do debate, acusou a actual maioria no poder de beneficiar os grandes grupos económicos, como o de Américo Amorim, no caso da venda Galp, e a Mota Engil, no caso do terminal de contentores de Alcântara.
O líder bloquista centrou -se em casos concretos para acusar Sócrates de promover uma economia "pouco transparente". Além da Galp e do terminal de contentores, Louçã denunciou "um negócio da construção da auto-estrada entre Oliveira de Azeméis e Coimbra, que deu à Mota Engil de Jorge Coelho mais 500 milhões de euros do q ue estava contratualizado". Também neste caso, Sócrates não ficou calado e garantiu que essa adjudicação não será feita nesses moldes.
Foi só nos dois minutos finais do frente-a-frente, que Judite de Sousa conseguiu perguntar a ambos "o que os separa e impede um entendimento futuro".
Sem comprometer esse tal futuro de entendimento, Sócrates, que disse canditar-se contra a Direita, foi cauteloso: "Este é o momento para expor os pontos de vista". E criticou o BE por, "escolhendo o PS como inimigo principal, presta um mau serviço ao país e à Esquerda".
A seguir, Louçã, afirmando-se candidato contra a crise, disse que o que os separa "não é o estilo, é a devastação económica". Por isso, fez um apelo final ao dizer que se dirige aos eleitores socialistas que deram esta maioria absoluta".
De acordo, estiveram contra as "imagens patéticas" de Manuela Ferreira Leite na Madeira.
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