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Movimento de defesa dos jardins do Palácio de Cristal já recolheu mais de 1500 assinaturas

Marta Maia (Público) 2.9.09
O Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal recolheu ontem cerca de mil assinaturas para o pedido de um referendo local sobre a construção de um centro de congressos no jardim do Palácio de Cristal.

Soares da Luz, porta-voz do movimento cívico, contava "quase mil assinaturas" recolhidas só na tarde de ontem, na Rua de Santa Catarina, na Baixa do Porto. No total, o movimento já conseguiu mais de 1500 assinaturas, número que espera ver crescer rapidamente."Foi uma surpresa, ficámos admirados como as pessoas já tinham lido e ouvido sobre nós e sabiam o que es-távamos a fazer e que íamos estar aqui", diz Soares da Luz, acrescentando que algumas pessoas "até já sabiam que era preciso trazer o bilhete de identidade e já vinham prevenidas".Entre as centenas de pessoas que procuraram o movimento para assinar a petição, poucas eram moradoras da cidade do Porto. "Nem todos os que assinaram a petição são do Porto, mas vieram de propósito até aqui", conta Soares da Luz, explicando que, por ser um referendo local, "quem não mora no Porto não vai poder votar", mas mesmo assim "as assinaturas contam e são válidas para fazer a petição".

Para apresentar o pedido final de realização de um referendo local, o Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio precisa, no mínimo, de cinco mil assinaturas, mas Soares da Luz está confiante e acredita vai ter "muitas mais", porque a recolha de nomes vai continuar "até ao final do ano". "Não vamos apresentar já a petição, porque não o queremos fazer em cima dos actos eleitorais", explica o porta-voz do movimento, acrescentando que o passo seguinte será a entrega do documento ao presidente da Assembleia Municipal do Porto. "O presidente da assembleia municipal vai avaliar o documento para ver se está tudo em ordem, e depois envia ao Tribunal Constitucional", descreve Soares da Luz, que admite serem pouco animadoras as estatísticas dos referendos locais. "Temos consciência de que só três referendos locais foram aprovados pelo Tribunal Constitucional até agora", conta Soares da Luz, que vê estes actos eleitorais como "uma cultura que ainda está muito no início mas tem pernas para andar". "A lei dos referendos, em vez de facilitar a vida aos cidadãos, ainda a dificulta mais", lamenta o porta-voz, que no entanto afirma que o movimento não perde a força e continua "muito confiante".