PS queria evitar debate do caso TVI
(DN) JOÃO PEDRO HENRIQUES com Lusa 8.9.09
Será já na próxima quinta-feira. O "caso TVI/Manuela Moura Guedes" será discutido na Comissão Permanente da Assembleia da República, órgão que, durante as férias, substitui o plenário.
Mas a discussão não será verdadeiramente uma discussão. Antes a soma de seis monólogos seguidos (PS, PSD, PCP, CDS, BE e PEV). Não serão permitidas perguntas após cada intervenção política. Uma solução imposta pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e que representa uma espécie de síntese entre o que o PS (não) queria (que houvessem declarações políticas, onde a questão da TVI inevitavelmente surgiria) e o que a oposição batalhava (declarações políticas com possibilidade de debate a seguir).
Os socialistas queriam a Comissão Permanente reduzida a dois pontos: discussão do veto do Presidente da República à nova lei das uniões de facto; e resolução de problemas administrativos de deputados (substituições, etc.). A discussão do veto do Presidente também não terá debate (cada partido comentará o texto de Belém e tudo se ficará por aí) mas esse é o procedimento normal nestas situações.
Após a reunião de ontem da conferência de líderes parlamentares, Luís Fazenda (Bloco de Esquerda) afirmou que "o caso da TVI fará o pleno de todas as intervenções, de todos os grupos parlamentares". "É um caso muito importante, sobre o qual se têm pronunciado todos os grupos parlamentares", acrescentou, considerando que não se deverá "deixar cair qualquer véu de suspeição nesta campanha eleitoral" envolvendo as demissões na TVI.
José Junqueiro, vice-presidente da bancada do PS, adiantou que "o presidente [da Assembleia da República] propôs a realização de uma comissão permanente para se fazer a análise da mensagem do senhor Presidente da República sobre as uniões de facto e também para procedermos à regularização da situação de alguns deputados, os que querem retomar e um outro que promove a renúncia". Depois confirmou que como terceiro ponto na agenda ficou marcado um período de declarações políticas "com tema livre, que cada um dos partidos escolherá" - e é aqui que surgirá o "caso TVI".
Montalvão Machado, representante do PSD na reunião da conferência de líder, sublinhou, pelo seu lado, que "vai haver debate político". "Assembleia da República vai cumprir a sua missão e ser o centro do debate", afirmou.
Por outro lado, continuou, não poderia passar-se para a próxima legislatura a leitura de uma mensagem do Presidente da República que "é dirigida a este Parlamento e a estes deputados".
Pelo CDS-PP, Pedro Mota Soares corroborou a necessidade da comissão permanente se reunir, argumentando que se "o Governo continua a executar e é normal que o Parlamento possa fiscalizar o que está a acontecer no país". O deputado sublinhou ainda a importância de se debater a "situação que se está neste momento a viver na TVI".
(DN) JOÃO PEDRO HENRIQUES com Lusa 8.9.09
Será já na próxima quinta-feira. O "caso TVI/Manuela Moura Guedes" será discutido na Comissão Permanente da Assembleia da República, órgão que, durante as férias, substitui o plenário.
Mas a discussão não será verdadeiramente uma discussão. Antes a soma de seis monólogos seguidos (PS, PSD, PCP, CDS, BE e PEV). Não serão permitidas perguntas após cada intervenção política. Uma solução imposta pelo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e que representa uma espécie de síntese entre o que o PS (não) queria (que houvessem declarações políticas, onde a questão da TVI inevitavelmente surgiria) e o que a oposição batalhava (declarações políticas com possibilidade de debate a seguir).
Os socialistas queriam a Comissão Permanente reduzida a dois pontos: discussão do veto do Presidente da República à nova lei das uniões de facto; e resolução de problemas administrativos de deputados (substituições, etc.). A discussão do veto do Presidente também não terá debate (cada partido comentará o texto de Belém e tudo se ficará por aí) mas esse é o procedimento normal nestas situações.
Após a reunião de ontem da conferência de líderes parlamentares, Luís Fazenda (Bloco de Esquerda) afirmou que "o caso da TVI fará o pleno de todas as intervenções, de todos os grupos parlamentares". "É um caso muito importante, sobre o qual se têm pronunciado todos os grupos parlamentares", acrescentou, considerando que não se deverá "deixar cair qualquer véu de suspeição nesta campanha eleitoral" envolvendo as demissões na TVI.
José Junqueiro, vice-presidente da bancada do PS, adiantou que "o presidente [da Assembleia da República] propôs a realização de uma comissão permanente para se fazer a análise da mensagem do senhor Presidente da República sobre as uniões de facto e também para procedermos à regularização da situação de alguns deputados, os que querem retomar e um outro que promove a renúncia". Depois confirmou que como terceiro ponto na agenda ficou marcado um período de declarações políticas "com tema livre, que cada um dos partidos escolherá" - e é aqui que surgirá o "caso TVI".
Montalvão Machado, representante do PSD na reunião da conferência de líder, sublinhou, pelo seu lado, que "vai haver debate político". "Assembleia da República vai cumprir a sua missão e ser o centro do debate", afirmou.
Por outro lado, continuou, não poderia passar-se para a próxima legislatura a leitura de uma mensagem do Presidente da República que "é dirigida a este Parlamento e a estes deputados".
Pelo CDS-PP, Pedro Mota Soares corroborou a necessidade da comissão permanente se reunir, argumentando que se "o Governo continua a executar e é normal que o Parlamento possa fiscalizar o que está a acontecer no país". O deputado sublinhou ainda a importância de se debater a "situação que se está neste momento a viver na TVI".
2 comentários:
Tudo isto foi muito mais grave do que parece. O governo está metido até aos ossos. O Guterres nunca tocou na CS.
Uma outra questão: Hoje diz um relatório da OCDE que
"os jovens universitários portugueses são mais afectados pelo desemprego de longa duração do que a média dos universitários desempregados nos restantes países da OCDE!.
Por que será?!...
A resposta só pode ser uma: a escola pública e algumas universidades privadas entregam “canudos” para o desemprego. Desde há muito tempo que muitos professores denunciaram as consequências de uma escola do facilitismo, do sucesso por estatísticas e a falta de qualidade de muitas universidades que se tornaram em supermercados de “canudos”.
O pior é que é uma geração que vai pagar o preço de uma política de educação “rasca”, onde até é possível um primeiro ministro fazer exames por fax e ao domingo
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