Decisão de suspender Jornal de Sexta teve "influências políticas" diz Carlos Barbosa
04.09.2009 - 20h52 Lusa
Carlos Barbosa, ex-administrador e proprietário do Correio da Manhã e do Independente, lamenta a suspensão do Jornal de Sexta da TVI e acusa o poder político de estar envolvido nesta "golpe fatal" à liberdade de informação da estação.
Carlos Barbosa considerou esta decisão "lamentável", afirmando que se trata "obviamente" de uma "decisão que tem a ver com o poder político". E avança com um nome: "Não me admirava nada se isto fosse obra do Dr. Santos Silva", ministro dos Assuntos Parlamentares, com a pasta da Comunicação Social. "O primeiro-ministro é suficientemente esperto para não se meter nestas coisas directamente e tem sempre os seus homens de mão que poderão fazer isso", afirmou.
Carlos Barbosa refere também que Juan Luiz Cébrian, administrador-delegado da Prisa tem ligações ao Partido Socialista espanhol, uma situação que, considera, teve influências nesta decisão de suspender o Jornal de Sexta da TVI. "O Cébrian foi toda a vida empregado do Partido Socialista espanhol (...) O El Pais foi fundado com dinheiro do Partido Socialista alemão que pagou o crédito, pagou as máquinas de impressão do El Pais na altura", acusou.
Carlos Barbosa disse ainda que esta decisão não o "espanta", lamentando "sobretudo que a Media Capital tenha aceite que os espanhóis tenham obrigado Manuela Moura Guedes a sair do jornal". "O que eu estranho é que os jornalistas não façam uma greve ou que não voltem aos seus postos de trabalho enquanto o jornal não recomeçar. No tempo em que eu estava nos jornais havia uma solidariedade muito grande nos jornais que hoje se perdeu", lamentou ainda Carlos Barbosa, fundador e administrador do Correio da Manhã, Semanário, Independente, Kapa, Marie Claire, PCA Rádio Comercial, Rádio Nostalgia, entre outros.
Carlos Barbosa qualificou ainda de "estúpida" a justificação dada pela administração da Media Capital para suspender aquele jornal e afastar Manuela Moura Guedes da sua condução: "A desculpa de uniformizar os jornais todos os dias é uma desculpa completamente estúpida, não tem pés nem cabeça".
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