segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Artigo na revista ops!
Manuel Alegre pede às esquerdas que sejam capazes de se ouvir
(Público)23.11.2009 - 10:04 Maria Lopes
O ex-deputado regressa ao teor da mensagem que deixou aos socialistas na noite eleitoral
Num texto intitulado “Abertura e Inovação”, o ex-deputado socialista volta ao essencial da sua mensagem na noite eleitoral, em que recomendou ao PS que no Parlamento procure preferencialmente compromissos à esquerda.
Lembrando que “quem vota nos diferentes partidos da esquerda não quer ser governado à direita”, para Alegre “custa a crer que não seja possível um mínimo denominador comum”, pelo menos nas políticas públicas, no papel do Estado, na escola pública, no Código Laboral, e nos direitos sociais, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde. “Não se pede a ninguém que abdique. Pede-se apenas a cada uma das esquerdas que seja capaz de ouvir as outras.”
A revista, aliás, pretende isso mesmo: “Contrariar o tabu da incomunicabilidade das esquerdas e estabelecer pontes para um diálogo sem agendas escondidas”, elogia Alegre. Lembrando o declínio do socialismo democrático europeu de países de peso como a Alemanha, França e Inglaterra, que “não se tem mostrado capaz de dar uma resposta inovadora e convincente às causas da crise”, Alegre cita o jornalista, historiador e antigo sindicalista francês Jacques Julliard para explicar o avanço da direita. O socialismo deixou-se “colonizar pelo neo-liberalismo” e, ao mesmo tempo, as outras esquerdas continuam “a recusar a economia de mercado e permanecem barricadas no socialismo cro-magnon”.
Voltando às lições a tirar das eleições, “o mérito de António Costa e de Helena Roseta foi o de terem sido capazes de se ouvir, de falar e de encontrar uma solução que representou mais do que a soma entre o PS e os Cidadãos por Lisboa”, escreve o antigo deputado, acrescentando que a vitória desta coligação “merece ser meditada quer pelos que nela participaram quer pelos que decidiram ficar de fora”. (...)

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