Sócrates mentiu no Parlamento sobre negócio PT/TVI
(DN) 13.11.09
José Sócrates disse em Julho, na Assembleia da República, que não tinha conhecimento prévio das negociações entre a Portugal Telecom e a Prisa, para esta vender da Media Capital, dona da TVI. Mas as escutas efectuadas no caso 'Face Oculta', que apanharam conversas entre Sócrates e Armando Vara, provam que o primeiro-ministro (PM) teve conhecimento atempado das negociações e que mentiu aos deputados. Além disso, diz o 'Sol', as várias escutas que envolvem Sócrates podem implicar o PM em actividades que podem ser consideradas tráfico de influência.
Esta informação é avançada hoje pelo 'Sol'. De acordo com este semanário, os telefonemas em que Vara e Sócrates falaram do negócio PT/Media Capital ocorreram em Março e serviram de base à primeira das nove certidões autónomas extraídas do processo 'Face Oculta' e entregues à Procuradoria-Geral da República.
Ainda segundo o 'Sol', que consultou a agenda oficial do procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro reuniu-se com o procurador-distrital de Coimbra e com o procurador do DIAP (Direcção de Investigação e Acção Penal) de Aveiro, titular do processo, a 24 de Junho, tendo a certidão sido remetida a Pinto Monteiro dois dias depois. De notar que o PGR disse esta semana que tomou conhecimento do conteúdo da certidão “numa reunião entre Maio e Junho”.
Foi precisamente no dia da reunião entre PGR e os procuradores de Coimbra e Aveiro que Sócrates abordou a questão no Parlamento. Nesta altura, e tendo em conta o historial de divergências entre o primeiro-ministro e a TVI e o facto de o Estado deter uma “golden-share” na Portugal Telecom e um ser um dos accionistas principais via Caixa Geral de Depósitos, a oposição questionou Sócrates sobre se este teve conhecimento antecipado do negócio.
“Não sei nada disso, porque se trata de negócios privados nos quais o Estado não se mete. Não estou informado sobre o assunto nem o Estado tem conhecimento”, disse aos deputados no dia 24 de Junho, disparando para Paulo Portas, líder do CDS-PP: “Qual é o interesse que o senhor deputado tem na linha editorial da TVI? Está preocupado com alguma coisa? Como eu o percebo: como a linha editorial é contra o Governo, não tirem de lá ninguém, porque assim é que está bem.” Depois, aos jornalistas, lembrou que a PT tem “total autonomia” e que as questões sobre o negócio com a Prisa deveriam ser colocadas à telefónica: “O Governo nada sabe e não deu qualquer orientação, nem lhe foi perguntado nada”.
Ainda de acordo com o 'Sol', nesse dia já a Prisa tinha acordado a saída do director-geral da estação, José Eduardo Moniz, marido de Manuela Moura Guedes, apresentadora do bloco noticioso mais incómodo para o Governo, o Jornal Nacional de Sexta. Contudo, após as dúvidas levantadas publicamente pelo Presidente da República sobre os meandros do negócio, este acabou por cair.
O 'Sol' refere ainda o conteúdo de outras escutas que podem enquandrar o PM em actividades que podem ser consideradas tráfico de influências. Um dos casos são conversas sobre alegadas manobras para encontrar financiamento para a campanha eleitoral do Partido Socialista, nomeadamente um pedido de ajuda por parte de Sócrates para pagar despesas de cartazes e panfletos no valor de 5,5 milhões de euros.
Outra das situações referidas nas certidões são conversas para ajudar a salvar de uma situação financeira complicada a Controlinveste (proprietária do DN, JN, TSF, 24 Horas) e a Sportinveste (O Jogo e Sport TV).
Esta informação é avançada hoje pelo 'Sol'. De acordo com este semanário, os telefonemas em que Vara e Sócrates falaram do negócio PT/Media Capital ocorreram em Março e serviram de base à primeira das nove certidões autónomas extraídas do processo 'Face Oculta' e entregues à Procuradoria-Geral da República.
Ainda segundo o 'Sol', que consultou a agenda oficial do procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro reuniu-se com o procurador-distrital de Coimbra e com o procurador do DIAP (Direcção de Investigação e Acção Penal) de Aveiro, titular do processo, a 24 de Junho, tendo a certidão sido remetida a Pinto Monteiro dois dias depois. De notar que o PGR disse esta semana que tomou conhecimento do conteúdo da certidão “numa reunião entre Maio e Junho”.
Foi precisamente no dia da reunião entre PGR e os procuradores de Coimbra e Aveiro que Sócrates abordou a questão no Parlamento. Nesta altura, e tendo em conta o historial de divergências entre o primeiro-ministro e a TVI e o facto de o Estado deter uma “golden-share” na Portugal Telecom e um ser um dos accionistas principais via Caixa Geral de Depósitos, a oposição questionou Sócrates sobre se este teve conhecimento antecipado do negócio.
“Não sei nada disso, porque se trata de negócios privados nos quais o Estado não se mete. Não estou informado sobre o assunto nem o Estado tem conhecimento”, disse aos deputados no dia 24 de Junho, disparando para Paulo Portas, líder do CDS-PP: “Qual é o interesse que o senhor deputado tem na linha editorial da TVI? Está preocupado com alguma coisa? Como eu o percebo: como a linha editorial é contra o Governo, não tirem de lá ninguém, porque assim é que está bem.” Depois, aos jornalistas, lembrou que a PT tem “total autonomia” e que as questões sobre o negócio com a Prisa deveriam ser colocadas à telefónica: “O Governo nada sabe e não deu qualquer orientação, nem lhe foi perguntado nada”.
Ainda de acordo com o 'Sol', nesse dia já a Prisa tinha acordado a saída do director-geral da estação, José Eduardo Moniz, marido de Manuela Moura Guedes, apresentadora do bloco noticioso mais incómodo para o Governo, o Jornal Nacional de Sexta. Contudo, após as dúvidas levantadas publicamente pelo Presidente da República sobre os meandros do negócio, este acabou por cair.
O 'Sol' refere ainda o conteúdo de outras escutas que podem enquandrar o PM em actividades que podem ser consideradas tráfico de influências. Um dos casos são conversas sobre alegadas manobras para encontrar financiamento para a campanha eleitoral do Partido Socialista, nomeadamente um pedido de ajuda por parte de Sócrates para pagar despesas de cartazes e panfletos no valor de 5,5 milhões de euros.
Outra das situações referidas nas certidões são conversas para ajudar a salvar de uma situação financeira complicada a Controlinveste (proprietária do DN, JN, TSF, 24 Horas) e a Sportinveste (O Jogo e Sport TV).
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