
O colóquio decorrerá durante todo o dia, com a participação de vários professores universitários, ensaístas e outros estudiosos oriundos do Brasil, Espanha e Itália,

"Vão ser apresentadas 15 comunicações incidindo sobre várias facetas da


"A iniciativa assinalará igualmente uma grande figura portuense e também um intelectual digno do seu tempo", sublinha ainda Arnaldo Saraiva.

Os brasileiros Leyla Perrone-Moisés e Maria Aparecida Ribeiro, o espanhol António Sáez Delgado, a italiana Maria Bochicchio e os portugueses Fernando


(...) Adolfo Victor Casais Monteiro nasceu no Porto, licenciou-se em Histórico-Filosóficas na antiga Faculdade de Letras local e deu aulas no Liceu Rodrigues de Freitas, na mesma cidade, actividade de que foi afastado por motivos políticos.
Juntou-se ao grupo da conhecida revista literária "Presença", de que foi aliás um dos três directores, com José Régio e João Gaspar Simões. Fez-se amigo de Fernando Pessoa, correspondeu-se com ele e, em 1942, organizou e prefaciou uma elogiada antologia poética do autor de "Mensagem", que conheceu sucessivas reedições.
Casais Monteiro exilou-se no Brasil em 1954 "por motivos políticos, mas não apenas por esses", segundo Carlos Leone, que também integra o elenco de participantes no colóquio promovido pela FLUP.
A ida para o Brasil "deveu-se sobretudo a um desejo de liberdade, não só dos poderes de facto em Portugal mas também face aos meios da oposição portuguesa, que percebeu serem pouco apropriados a heterodoxos como ele", defende Carlos Leone.
Casais Monteiro nunca mais voltou a Portugal. Morreu no Brasil, a 24 de Julho de 1972.
"Distinguiu-se, sobretudo, como crítico e ensaísta", sublinha Arnaldo Saraiva. Foi poeta e publicou um único romance, em 1945, intitulado "Adolescentes".
Uma das suas obras mais conhecidas é "Europa" (1946), longo poema lido por António Pedro aos microfones da BBC de Londres ainda durante a segunda grande guerra.
"Europa" mantém uma actualidade desconcertante, como pode verificar-se através dos primeiros versos: "Ó Europa, sonho futuro! Europa, manhã por vir, fronteiras sem cães de guarda, nações com seu riso franco abertas de par em par! Europa sem misérias
arrastando seus andrajos, virás um dia?".
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