Neste excelente artigo de opinião do jornalista Amílcar Correia só falta referir que há um candidato á Federação Distrital, Pedro Baptista, que defende a necessidade da coligação à esquerda não só para o Porto como para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e para todo o país onde se mostre adequado. Para acabarem as excepções...
(PÚBLICO) 21.06.2008
por Amílcar Correia
O Porto é quase sempre uma excepção. Para o bem e para o mal. E se não é exactamente como a Madeira, às vezes parece. É essa excepcionalidade, politicamente falando, que leva João Teixeira Lopes a defender uma coligação de esquerda que seja capaz de impedir que o Porto seja governado por uma maioria "de direita que viola os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos", como acontece na Madeira do senhor João, e um terceiro mandato de Rui Rio. E, claro, um terceiro mandato não seria mais do mesmo, mas, pela certa, pior do mesmo. E, para isso, já chega o estado a que chegámos. Teixeira Lopes liderou a candidatura do BE à Câmara do Porto em 2005, depois de goradas as tentativas pouco convincentes de união à esquerda. O que também não seria muito fácil, convenhamos, dado o papel que a CDU e o seu vereador Rui Sá prestaram no suporte político de Rui Rio nos primeiros quatros anos de um mandato, que, às vezes, fez lembrar a Madeira. Mas o Porto sempre foi uma excepção para o PCP. E também não consta que o PS estivesse, nessa altura, muito interessado nisso, ou seja, em vencer eleições, mesmo que a vitória fosse obtida à custa de uma coligação com outras forças de esquerda, como, aliás, acontecera na Câmara de Lisboa. Lisboa é outra excepção, quer para o PS, quer para o PCP.O bloquista lançou a heresia num debate no qual também participaram Elisa Ferreira, independente eleita pelo PS para o Parlamento Europeu e a provável candidata do partido à presidência do município, e o incontornável Rui Sá. Mas o desafio continha uma outra heresia, a de que José Sócrates não poderia envolver-se na campanha autárquica no Porto. É claro que Elisa Ferreira não comentou e que preferiu endereçar a resposta para alguém do partido com responsabilidades na matéria. Ainda por cima, quando nem sequer pertence ao partido e é por de mais conhecida a sua antiga animosidade com o seu ex-secretário de Estado do Ambiente. Para Sá, não vale a pena falar de projectos condenados ao fracasso, uma vez que Sócrates já deixou claro que não está interessado em coligações. Mas o mais relevante é que a resposta a João Teixeira Lopes foi-lhe dada pelo seu colega João Semedo, para quem uma proposta de coligação teria poucas hipóteses de ser aprovada na reunião da Mesa Nacional do BE, que hoje se realiza em Lisboa. O BE prefere a inclusão dos movimentos de cidadãos nas suas listas e não está disposto a abrir excepções.Um confronto político entre Elisa Ferreira e Rui Rio será muito mais disputado e interessante do que aquele que opôs o actual presidente de câmara a Francisco Assis. O Porto merece melhor do que lhe tem sido oferecido. A começar por uma melhor oposição. Uma escolha de Elisa Ferreira, que só peca por tão tardia, é um sinal de que o PS se poderá empenhar mais seriamente na conquista da Câmara do Porto, mas nada garante que a história se repita e que o interesse da cidade seja relegado para segundo plano quando o que está em causa são os obscuros interesses de quem comanda o aparelho. O PS no Porto é um grande enigma. Alguém o viu por aí? O estado a que chegámos também tem muito a ver com isso! E digam lá se o Porto não é uma excepção.
O Porto é quase sempre uma excepção. Para o bem e para o mal. E se não é exactamente como a Madeira, às vezes parece. É essa excepcionalidade, politicamente falando, que leva João Teixeira Lopes a defender uma coligação de esquerda que seja capaz de impedir que o Porto seja governado por uma maioria "de direita que viola os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos", como acontece na Madeira do senhor João, e um terceiro mandato de Rui Rio. E, claro, um terceiro mandato não seria mais do mesmo, mas, pela certa, pior do mesmo. E, para isso, já chega o estado a que chegámos. Teixeira Lopes liderou a candidatura do BE à Câmara do Porto em 2005, depois de goradas as tentativas pouco convincentes de união à esquerda. O que também não seria muito fácil, convenhamos, dado o papel que a CDU e o seu vereador Rui Sá prestaram no suporte político de Rui Rio nos primeiros quatros anos de um mandato, que, às vezes, fez lembrar a Madeira. Mas o Porto sempre foi uma excepção para o PCP. E também não consta que o PS estivesse, nessa altura, muito interessado nisso, ou seja, em vencer eleições, mesmo que a vitória fosse obtida à custa de uma coligação com outras forças de esquerda, como, aliás, acontecera na Câmara de Lisboa. Lisboa é outra excepção, quer para o PS, quer para o PCP.O bloquista lançou a heresia num debate no qual também participaram Elisa Ferreira, independente eleita pelo PS para o Parlamento Europeu e a provável candidata do partido à presidência do município, e o incontornável Rui Sá. Mas o desafio continha uma outra heresia, a de que José Sócrates não poderia envolver-se na campanha autárquica no Porto. É claro que Elisa Ferreira não comentou e que preferiu endereçar a resposta para alguém do partido com responsabilidades na matéria. Ainda por cima, quando nem sequer pertence ao partido e é por de mais conhecida a sua antiga animosidade com o seu ex-secretário de Estado do Ambiente. Para Sá, não vale a pena falar de projectos condenados ao fracasso, uma vez que Sócrates já deixou claro que não está interessado em coligações. Mas o mais relevante é que a resposta a João Teixeira Lopes foi-lhe dada pelo seu colega João Semedo, para quem uma proposta de coligação teria poucas hipóteses de ser aprovada na reunião da Mesa Nacional do BE, que hoje se realiza em Lisboa. O BE prefere a inclusão dos movimentos de cidadãos nas suas listas e não está disposto a abrir excepções.Um confronto político entre Elisa Ferreira e Rui Rio será muito mais disputado e interessante do que aquele que opôs o actual presidente de câmara a Francisco Assis. O Porto merece melhor do que lhe tem sido oferecido. A começar por uma melhor oposição. Uma escolha de Elisa Ferreira, que só peca por tão tardia, é um sinal de que o PS se poderá empenhar mais seriamente na conquista da Câmara do Porto, mas nada garante que a história se repita e que o interesse da cidade seja relegado para segundo plano quando o que está em causa são os obscuros interesses de quem comanda o aparelho. O PS no Porto é um grande enigma. Alguém o viu por aí? O estado a que chegámos também tem muito a ver com isso! E digam lá se o Porto não é uma excepção.
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