sexta-feira, 27 de junho de 2008

PS quer recandidatar actuais presidentes de câmara

É só ler os espantosos raciocínios a que leva a progressiva estalinização do Partido Socialista e a substituição do Presidente eleito da Federação do Porto por um Comissário usurpador que, para arvorar a autoridade que não tem, sente a necessidade de se apresentar como testa de ferro do poder central.
Para ele, que diz falar não em nome da autoridade que detém, mas da que obtém ao colocar-se debaixo das saias da Direcção - como se mais uma vez o partido não tivesse Estatutos, mas apenas donos - as Concelhias não passam de verbos de encher destinadas a formalizar actos que de facto já estão efectuados. Toda a gente sabe que não há qualquer polémica sobre a quase totalidade das candidaturas às câmaras PS do distrito do Porto, exceptuando Matosinhos. O que ainda detém ilegitimamente o lugar de presidente da Federação, que já há muito deveria ter ido a sufrágio, toma esta posição de se exibir como muleta e porta-voz do poder central, unicamente por causa de Matosinhos onde se criou uma situação em que ele, pela sua inépcia e perversidade políticas, é o principal responsável.
Como ridícula é a sua colagem de novo a Elisa Ferreira, procurando mais uma vez, dividir o Partido na Concelhia do Porto. Como se sabe, somos defensores da candidatura de Elisa Ferreira há muito tempo, e, por nós, ela já seria neste momento presidente da câmara do Porto. No entanto, Elisa não será candidata nem presidente da Câmara do Porto a mando de Lisboa, mas por indicação do órgão competente que é a Concelhia do Porto, pois isso é que é legal e condição necessária para ter o partido consigo, tal como é condição necessária para ter consigo a sociedade portuense. Temos experiências suficientemente amargas para não percebermos no que dão candidaturas "arranjadas" para o Porto por Lisboa à trouxe-mouxe, como aquela em que estão a tentar transformar a candidatura de Elisa Ferreira
As declarações do que ocupa o lugar de presidente da Federação, mais uma vez, são prejudiciais ao Partido Socialista no Concelho e no Distrito do Porto. A bem do partido, da cidade e da região , mais valeria calar-se por uma vez. P.B.

27.06.2008, (Público)
O líder do PS-Porto, Renato Sampaio, afirmou ontem que a direcção nacional do partido e a sua federação querem recandidatar todos os actuais presidentes de câmara do distrito, incluído Guilherme Pinto em Matosinhos. "Até ao final de Julho, todos os candidatos do PS a presidentes de câmara estarão apontados, para depois serem formalmente escolhidos pelas estruturas do partido até ao final do ano", disse à Lusa Renato Sampaio. Segundo o presidente da maior federação do PS no país, "tanto a direcção nacional do partido, como a direcção do PS-Porto consideram que todos os actuais presidentes de câmara, se assim entenderem, deverão recandidatar-se ao lugar nas próximas eleições autárquicas". Se este princípio for concretizado, na prática, significa que o PS optará pelo actual presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, em detrimento do ex-autarca e ex-secretário de Estado Narciso Miranda. Interrogado sobre a disponibilidade manifestada por Narciso Miranda no sentido de voltar a candidatar-se à presidência da Câmara de Matosinhos, Renato Sampaio fechou a porta a essa opção. "Isso não vai acontecer. Narciso Miranda é um militante do PS disciplinado e vai acatar as decisões do par-tido", respondeu. Além de Guilherme Pinto, deverão recandidatar-se Mário Almeida (Vila do Conde), Jorge Magalhães (Lousada), Armindo Abreu (Amarante), José Luís Carneiro (Baião) e Castro Fernandes (Santo Tirso). Em relação ao Porto, fonte da direcção nacional do PS disse à Lusa que a candidatura da eurodeputada socialista Elisa Ferreira "já se encontra praticamente fechada". De acordo com a mesma fonte, nas últimas semanas, houve duas reuniões juntando o líder da federação, Re-nato Sampaio, a ex-ministra do Ambiente e o presidente da concelhia do Porto, Orlando Gaspar. Contactado pela Lusa, o presidente da concelhia do PS-Porto negou que o processo com Elisa Ferreira esteja encerrado, disse que a sua concelhia "poderá ainda ponderar outros candidatos" e que "nada se passará" entre os socialistas portuenses enquanto não regressar de Angola no próximo dia 3. "A concelhia decide", disse. No entanto, no PS, os processos pa-ra a escolha dos candidatos a presidentes de câmaras das suas maiores cidades do país - Lisboa e Porto - são tradicionalmente avocados pelo secretário-geral do partido. Nas eleições autárquicas de 2005, José Sócrates, o Secretariado Nacional do PS e a federação de Lisboa e do Porto estiveram directamente envolvidos nas escolhas dos então candidatos.

1 comentário:

Carlos Alberto disse...

Gostei de ter "descoberto" o seu blogue e aproveito para lhe deixar,a minha sincera opinião sobre o que por Matosinhos se vai passando.

Tenho 43 anos, 34 deles passados num regime democrático. Em Matosinhos, posso dizer que apenas conheci um Presidente de Câmara, que foi o Grande Presidente Narciso Miranda.
Quando se retirou, nas circunstâncias infelizmente por demais conhecidas, pensei que uma nova etapa da sua vida iria começar. Aliás, como dizem os sábios "nunca deves voltar ao sitio onde já foste feliz".
É por isso com enorme pesar e lamento que vejo os recentes acontecimentos em Matosinhos.
Considero que é dever de todos os militantes socialistas empenharem-se para que o Partido continue a liderar os destinos deste Concelho. E por isso questiono os que cegos pela ambição, sede de poder e protagonismo estão a destruir uma sólida herança que foi esforçadamente construída e da qual todos nos devemos orgulhar. A luta, depois de apurados os resultados das eleições de 5 de Abril, não pode continuar a ser interna, mas sim contra os nossos adversários políticos que estão fora do Partido Socialista. Aceitemos, de uma vez por todas os resultados eleitorais, gostemos ou não deles.

Guilherme Pinto, com os seus defeitos e suas virtudes enquanto autarca socialista, deve ter direito a um segundo mandato, e é obrigação de todos os socialistas matosinhenses estar ao seu lado, com ESPÍRITO CRITICO, para o ajudar no seu sucesso, que será o sucesso de todo o Concelho.

O actual presidente da F.D. Porto, pode ser responsável por muito do que por estas bandas tem vindo a acontecer. Mas o camarada, enquanto candidato, pode criticar o actual presidente pela sua inercia, mas considero que deveria claramente se demarcar e condenar as pretensas candidaturas independentes e divisionistas.

Sendo simplesmente um secretario-coordenador, da secção residencial de Guifões, sem aspirações a nada mais do que servir o partido. Que não depende financeiramente da CM de Matosinhos e que por isso me considero um Homem Livre, que tem um especial gozo e gosto por ser apenas e só membro de uma Assembleia de Freguesia, aceite esta que é respeitosamente a minha sincera opinião. Aproveito para lhe enviar uma calorosa saudação socialista.
Carlos Alberto