
Que adianta, neste contexto, uma ou outra medida que pretende ser didáctica do Ministério da Saúde?
Como dizia há uns anos o suiço Jean Ziegler que se notabilizou pela descoberta do itinerário do outro nazi: não se põr veneno à disposição das crianças!
20.06.2008 - 01h15 Lusa
Um estudo nacional sobre obesidade infanto-juvenil revelou indicadores de excesso de peso e obesidade em 31 por cento das 5708 crianças e adolescentes analisadas. A investigação, a apresentar sábado numa iniciativa organizada pela Plataforma Nacional contra a Obesidade, foi desenvolvida pela dietista Joana Sousa no âmbito do seu Doutoramento em Saúde Pública (Ramo de Nutrição e Saúde Pública) na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
A epidemia da Obesidade Pediátrica é um flagelo que afecta em todo o mundo 155 milhões de crianças em idade escolar. Segundo a investigadora, não há actualmente em Portugal nenhum estudo de base nacional que caracterize os indicadores de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes, existindo apenas um estudo nacional realizado em crianças entre os sete e os nove anos, onde se verifica uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 31,5 por cento. O trabalho agora realizado, explica Joana Sousa, é o primeiro estudo de obesidade infanto-juvenil realizado em Portugal com representatividade nacional, em crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos. No estudo, foram analisadas 5.708 crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos, estudantes do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário oficial de Portugal continental, matriculados no ano lectivo de 2005/2006. Do total de crianças e adolescentes analisados, 51,9 por cento eram raparigas e 48,1 por cento rapazes. O estudo indica que existe um indicador de prevalência de pré-obesidade em Portugal de 22,6 por cento e que 1292 casos em estudo preenchem os critérios de excesso de peso. Já no que respeita à obesidade, 445 crianças e adolescentes do total de casos analisados preencheram esse parâmetro, o que permite concluir que há um indicador de prevalência de obesidade em Portugal de 7,8 por cento. Quando é avaliada a distribuição do percentil de indice de massa corporal (IMC), por idade e ano de escolaridade, observa-se que é entre os mais jovens que os indicadores de pré-obesidade e obesidade são superiores. De acordo com os dados, estes indicadores são de 36,7 por cento nas crianças entre os 10 e os 11 anos, de 33,1 por cento nos 12-13 anos, de 27,6 por cento nos 14-15 anos e 24,5 por cento nos 16-18 anos. Estes resultados, segundo a investigadora, são preocupantes, e mais ainda quando avaliados por faixas etárias, onde se pode concluir que os mais jovens apresentam indicadores de excesso de peso e obesidade mais elevados do que os mais velhos, factor que parece indicar que as crianças portuguesas começam a tornar-se obesas cada vez mais cedo. De acordo com Joana Sousa, quando avaliados os parâmetros de hábitos alimentares e prática de actividade física, pode concluir-se que as crianças e adolescentes com excesso de peso ou obesidade são as que têm hábitos alimentares menos correctos e praticam menos actividade física. Na opinião da autora do estudo, o aumento da prevalência da obesidade infantil, as complicações clínicas associadas e o facto dos programas de tratamento reunirem pouco consenso e apresentarem resultados pouco animadores, fazem com que as estratégias de prevenção se assumam como uma promissora abordagem no combate à obesidade infantil.
Um estudo nacional sobre obesidade infanto-juvenil revelou indicadores de excesso de peso e obesidade em 31 por cento das 5708 crianças e adolescentes analisadas. A investigação, a apresentar sábado numa iniciativa organizada pela Plataforma Nacional contra a Obesidade, foi desenvolvida pela dietista Joana Sousa no âmbito do seu Doutoramento em Saúde Pública (Ramo de Nutrição e Saúde Pública) na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
A epidemia da Obesidade Pediátrica é um flagelo que afecta em todo o mundo 155 milhões de crianças em idade escolar. Segundo a investigadora, não há actualmente em Portugal nenhum estudo de base nacional que caracterize os indicadores de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes, existindo apenas um estudo nacional realizado em crianças entre os sete e os nove anos, onde se verifica uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 31,5 por cento. O trabalho agora realizado, explica Joana Sousa, é o primeiro estudo de obesidade infanto-juvenil realizado em Portugal com representatividade nacional, em crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos. No estudo, foram analisadas 5.708 crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos, estudantes do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário oficial de Portugal continental, matriculados no ano lectivo de 2005/2006. Do total de crianças e adolescentes analisados, 51,9 por cento eram raparigas e 48,1 por cento rapazes. O estudo indica que existe um indicador de prevalência de pré-obesidade em Portugal de 22,6 por cento e que 1292 casos em estudo preenchem os critérios de excesso de peso. Já no que respeita à obesidade, 445 crianças e adolescentes do total de casos analisados preencheram esse parâmetro, o que permite concluir que há um indicador de prevalência de obesidade em Portugal de 7,8 por cento. Quando é avaliada a distribuição do percentil de indice de massa corporal (IMC), por idade e ano de escolaridade, observa-se que é entre os mais jovens que os indicadores de pré-obesidade e obesidade são superiores. De acordo com os dados, estes indicadores são de 36,7 por cento nas crianças entre os 10 e os 11 anos, de 33,1 por cento nos 12-13 anos, de 27,6 por cento nos 14-15 anos e 24,5 por cento nos 16-18 anos. Estes resultados, segundo a investigadora, são preocupantes, e mais ainda quando avaliados por faixas etárias, onde se pode concluir que os mais jovens apresentam indicadores de excesso de peso e obesidade mais elevados do que os mais velhos, factor que parece indicar que as crianças portuguesas começam a tornar-se obesas cada vez mais cedo. De acordo com Joana Sousa, quando avaliados os parâmetros de hábitos alimentares e prática de actividade física, pode concluir-se que as crianças e adolescentes com excesso de peso ou obesidade são as que têm hábitos alimentares menos correctos e praticam menos actividade física. Na opinião da autora do estudo, o aumento da prevalência da obesidade infantil, as complicações clínicas associadas e o facto dos programas de tratamento reunirem pouco consenso e apresentarem resultados pouco animadores, fazem com que as estratégias de prevenção se assumam como uma promissora abordagem no combate à obesidade infantil.
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