E contudo, em nome da liberalidade (dos negócios, claro) nas escolas portuguesas continuam-se a vender todo o tipo de produtos açucarados, líquidos e sólidos, ora nas cantinas, ora nas máquinas, porque dão uma qualquer receita, mais ou menos miserável, para os Conselhos Executivos arranjarem dinheiro para pôrem sabão nas casas de banho (o que nem sempre acontece). Tal como na publicidade onde se viciam os jovens, o regime é o das liberdades democráticas: encham à vontade os ganapos de gorduras, que nós enchemo-nos de dolars para os lights e os SPA. O dinheiro dos impostos dá para o parque das limosinas das vaidades do novo-riquismo político dos descamisados no poder, mas não dá para os mínimos higiénicos dos serviços públicos, cujas gestões são instigadas a abrirem ao capitalismo triunfante: o da obesidade física e puxar para a obesidade mental de todos nós.
Que adianta, neste contexto, uma ou outra medida que pretende ser didáctica do Ministério da Saúde?
Como dizia há uns anos o suiço Jean Ziegler que se notabilizou pela descoberta do itinerário do outro nazi: não se põr veneno à disposição das crianças!
20.06.2008 - 01h15 Lusa
Um estudo nacional sobre obesidade infanto-juvenil revelou indicadores de excesso de peso e obesidade em 31 por cento das 5708 crianças e adolescentes analisadas. A investigação, a apresentar sábado numa iniciativa organizada pela Plataforma Nacional contra a Obesidade, foi desenvolvida pela dietista Joana Sousa no âmbito do seu Doutoramento em Saúde Pública (Ramo de Nutrição e Saúde Pública) na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
A epidemia da Obesidade Pediátrica é um flagelo que afecta em todo o mundo 155 milhões de crianças em idade escolar. Segundo a investigadora, não há actualmente em Portugal nenhum estudo de base nacional que caracterize os indicadores de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes, existindo apenas um estudo nacional realizado em crianças entre os sete e os nove anos, onde se verifica uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 31,5 por cento. O trabalho agora realizado, explica Joana Sousa, é o primeiro estudo de obesidade infanto-juvenil realizado em Portugal com representatividade nacional, em crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos. No estudo, foram analisadas 5.708 crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos, estudantes do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário oficial de Portugal continental, matriculados no ano lectivo de 2005/2006. Do total de crianças e adolescentes analisados, 51,9 por cento eram raparigas e 48,1 por cento rapazes. O estudo indica que existe um indicador de prevalência de pré-obesidade em Portugal de 22,6 por cento e que 1292 casos em estudo preenchem os critérios de excesso de peso. Já no que respeita à obesidade, 445 crianças e adolescentes do total de casos analisados preencheram esse parâmetro, o que permite concluir que há um indicador de prevalência de obesidade em Portugal de 7,8 por cento. Quando é avaliada a distribuição do percentil de indice de massa corporal (IMC), por idade e ano de escolaridade, observa-se que é entre os mais jovens que os indicadores de pré-obesidade e obesidade são superiores. De acordo com os dados, estes indicadores são de 36,7 por cento nas crianças entre os 10 e os 11 anos, de 33,1 por cento nos 12-13 anos, de 27,6 por cento nos 14-15 anos e 24,5 por cento nos 16-18 anos. Estes resultados, segundo a investigadora, são preocupantes, e mais ainda quando avaliados por faixas etárias, onde se pode concluir que os mais jovens apresentam indicadores de excesso de peso e obesidade mais elevados do que os mais velhos, factor que parece indicar que as crianças portuguesas começam a tornar-se obesas cada vez mais cedo. De acordo com Joana Sousa, quando avaliados os parâmetros de hábitos alimentares e prática de actividade física, pode concluir-se que as crianças e adolescentes com excesso de peso ou obesidade são as que têm hábitos alimentares menos correctos e praticam menos actividade física. Na opinião da autora do estudo, o aumento da prevalência da obesidade infantil, as complicações clínicas associadas e o facto dos programas de tratamento reunirem pouco consenso e apresentarem resultados pouco animadores, fazem com que as estratégias de prevenção se assumam como uma promissora abordagem no combate à obesidade infantil.
Um estudo nacional sobre obesidade infanto-juvenil revelou indicadores de excesso de peso e obesidade em 31 por cento das 5708 crianças e adolescentes analisadas. A investigação, a apresentar sábado numa iniciativa organizada pela Plataforma Nacional contra a Obesidade, foi desenvolvida pela dietista Joana Sousa no âmbito do seu Doutoramento em Saúde Pública (Ramo de Nutrição e Saúde Pública) na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.
A epidemia da Obesidade Pediátrica é um flagelo que afecta em todo o mundo 155 milhões de crianças em idade escolar. Segundo a investigadora, não há actualmente em Portugal nenhum estudo de base nacional que caracterize os indicadores de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes, existindo apenas um estudo nacional realizado em crianças entre os sete e os nove anos, onde se verifica uma prevalência de excesso de peso e obesidade de 31,5 por cento. O trabalho agora realizado, explica Joana Sousa, é o primeiro estudo de obesidade infanto-juvenil realizado em Portugal com representatividade nacional, em crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos. No estudo, foram analisadas 5.708 crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos, estudantes do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do ensino secundário oficial de Portugal continental, matriculados no ano lectivo de 2005/2006. Do total de crianças e adolescentes analisados, 51,9 por cento eram raparigas e 48,1 por cento rapazes. O estudo indica que existe um indicador de prevalência de pré-obesidade em Portugal de 22,6 por cento e que 1292 casos em estudo preenchem os critérios de excesso de peso. Já no que respeita à obesidade, 445 crianças e adolescentes do total de casos analisados preencheram esse parâmetro, o que permite concluir que há um indicador de prevalência de obesidade em Portugal de 7,8 por cento. Quando é avaliada a distribuição do percentil de indice de massa corporal (IMC), por idade e ano de escolaridade, observa-se que é entre os mais jovens que os indicadores de pré-obesidade e obesidade são superiores. De acordo com os dados, estes indicadores são de 36,7 por cento nas crianças entre os 10 e os 11 anos, de 33,1 por cento nos 12-13 anos, de 27,6 por cento nos 14-15 anos e 24,5 por cento nos 16-18 anos. Estes resultados, segundo a investigadora, são preocupantes, e mais ainda quando avaliados por faixas etárias, onde se pode concluir que os mais jovens apresentam indicadores de excesso de peso e obesidade mais elevados do que os mais velhos, factor que parece indicar que as crianças portuguesas começam a tornar-se obesas cada vez mais cedo. De acordo com Joana Sousa, quando avaliados os parâmetros de hábitos alimentares e prática de actividade física, pode concluir-se que as crianças e adolescentes com excesso de peso ou obesidade são as que têm hábitos alimentares menos correctos e praticam menos actividade física. Na opinião da autora do estudo, o aumento da prevalência da obesidade infantil, as complicações clínicas associadas e o facto dos programas de tratamento reunirem pouco consenso e apresentarem resultados pouco animadores, fazem com que as estratégias de prevenção se assumam como uma promissora abordagem no combate à obesidade infantil.
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