Chefe de Divisão da Câmara detido por corrupção
Exigiu quase 300 mil euros a empresa para adjudicar gestão dos semáforos da cidade do Porto
(JN) 1.10.09 António Soares e Carla Sofia Luz
Um chefe de Divisão da Cãmara do Porto foi detido anteontem por corrupção, quanto tentava obrigar uma empresa a pagar centenas de milhares de euros para garantir um concurso em que era júri. A Câmara denunciou e a PJ prendeu-o.
Sérgio Brandão, engenheiro e chefe da Divisão Municipal de Intervenção na Via Pública, é suspeito do crime de corrupção passiva para acto ilícito e foi ontem sujeito a interrogatório judicial por um juiz de instrução criminal. Saiu em liberdade, mas fica sujeito a termo de identidade de residência e apresentação periódicas às autoridades. Foi também suspenso das funções que desempenhava na autarquia.
O caso foi denunciado pela Câmara, logo a seguir às eleições autárquicas, que ocorreram a 11 de Outubro. Foi o próprio presidente, Rui Rio, quem contactou o director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, dando-lhe conta das suas fortes suspeitas sobre o funcionário e do seu desejo de que as mesmas fossem investigadas. "Estou muito atento a estas situações. Não garanto que vá detectá-las todas, mas à mínima suspeita actuarei", disse ontem o autarca ao JN.
Em causa estava a adjudicação dos serviços de conservação do Sistema de Gestão de Tráfego da cidade do Porto à empresa Eyssa-Tesis - Tecnologia de Sistemas Electrónicos, SA. O contrato valia 3,9 milhões de euros mais IVA e acabou mesmo por ser adjudicado à Eyssa-Tesis em reunião camarária, a 22 de Setembro.
Ao que o JN apurou, o chefe de Divisão, que foi presidente do júri do concurso, estaria a exigir à empresa perto de 300 mil euros, para garantir a sua vitória no concurso. A Eyssa Tesis já tinha a seu cargo a gestão do sistema de semáforos da cidade desde 1993, adjudicação que foi sendo sucessivamente renovada.
Mas, em 7 de Julho deste ano, durante uma reunião do executivo, o então vereador do Urbanismo e Via Pública, Lino Ferreira, levantou algumas objecções ao trabalho da empresa e forçou a abertura de um concurso internacional.
Para além do preço, o vereador pretendia saber se existiam no mercado soluções tecnicamente também mais vantajosas ("que incluam a vertente da reparação e reposição do material danificado na via pública", como se pode ler na proposta de lançamento do concurso), e capazes de assegurar a livre concorrência e o desenvolvimento tecnológico do sistema.
Neste cenário, a empresa ficou numa posição relativamente desconfortável, o que pode ter justificado a abordagem do responsável. Ao que o JN apurou, o engenheiro não é funcionário público e exercia as funções de chefe de divisão desde há cerca de dois anos.
O procedimento policial normal nestes casos é a montagem de uma armadilha em que os alvos da chantagem fingem aceitar pagar, já acompanhados pela PJ, neste caso pelos inspectores da Directoria do Norte. O chefe de Divisão foi detido em flagrante.
O desfecho agradou a Rui Rio. "Não quero deixar de cumprimentar a Polícia Judiciária, pois foi muito competente e eficiente logo que recebeu a minha denúncia", frisou ao JN.
Exigiu quase 300 mil euros a empresa para adjudicar gestão dos semáforos da cidade do Porto
(JN) 1.10.09 António Soares e Carla Sofia Luz
Um chefe de Divisão da Cãmara do Porto foi detido anteontem por corrupção, quanto tentava obrigar uma empresa a pagar centenas de milhares de euros para garantir um concurso em que era júri. A Câmara denunciou e a PJ prendeu-o.
Sérgio Brandão, engenheiro e chefe da Divisão Municipal de Intervenção na Via Pública, é suspeito do crime de corrupção passiva para acto ilícito e foi ontem sujeito a interrogatório judicial por um juiz de instrução criminal. Saiu em liberdade, mas fica sujeito a termo de identidade de residência e apresentação periódicas às autoridades. Foi também suspenso das funções que desempenhava na autarquia.
O caso foi denunciado pela Câmara, logo a seguir às eleições autárquicas, que ocorreram a 11 de Outubro. Foi o próprio presidente, Rui Rio, quem contactou o director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, dando-lhe conta das suas fortes suspeitas sobre o funcionário e do seu desejo de que as mesmas fossem investigadas. "Estou muito atento a estas situações. Não garanto que vá detectá-las todas, mas à mínima suspeita actuarei", disse ontem o autarca ao JN.
Em causa estava a adjudicação dos serviços de conservação do Sistema de Gestão de Tráfego da cidade do Porto à empresa Eyssa-Tesis - Tecnologia de Sistemas Electrónicos, SA. O contrato valia 3,9 milhões de euros mais IVA e acabou mesmo por ser adjudicado à Eyssa-Tesis em reunião camarária, a 22 de Setembro.
Ao que o JN apurou, o chefe de Divisão, que foi presidente do júri do concurso, estaria a exigir à empresa perto de 300 mil euros, para garantir a sua vitória no concurso. A Eyssa Tesis já tinha a seu cargo a gestão do sistema de semáforos da cidade desde 1993, adjudicação que foi sendo sucessivamente renovada.
Mas, em 7 de Julho deste ano, durante uma reunião do executivo, o então vereador do Urbanismo e Via Pública, Lino Ferreira, levantou algumas objecções ao trabalho da empresa e forçou a abertura de um concurso internacional.
Para além do preço, o vereador pretendia saber se existiam no mercado soluções tecnicamente também mais vantajosas ("que incluam a vertente da reparação e reposição do material danificado na via pública", como se pode ler na proposta de lançamento do concurso), e capazes de assegurar a livre concorrência e o desenvolvimento tecnológico do sistema.
Neste cenário, a empresa ficou numa posição relativamente desconfortável, o que pode ter justificado a abordagem do responsável. Ao que o JN apurou, o engenheiro não é funcionário público e exercia as funções de chefe de divisão desde há cerca de dois anos.
O procedimento policial normal nestes casos é a montagem de uma armadilha em que os alvos da chantagem fingem aceitar pagar, já acompanhados pela PJ, neste caso pelos inspectores da Directoria do Norte. O chefe de Divisão foi detido em flagrante.
O desfecho agradou a Rui Rio. "Não quero deixar de cumprimentar a Polícia Judiciária, pois foi muito competente e eficiente logo que recebeu a minha denúncia", frisou ao JN.
4 comentários:
Eis o motivo pelo qual Rui Rio conquistou 3 vezes consecutivas a Presidência da Câmara, enquanto o PS-Porto vai acumulando derrotas umas atrás das outras. O povo valoriza a honestidade de Rui Rio em oposição à desonestidade e compadrio no PS.
Mas o PSD esteja caladinho que tem os Portucale, os BPN, os Pretos e por ai adiante. O PSD mesmo anónimo não pode atirar pedras ao PS porque tem telhados de vidro, os mesmos.
E o PS também já ganhou 3 maiorias absolutas no Porto. O Valentim tambem. E o honestíssimo de Oeiras idem aspas. O cu não tem aver com as calças Infeslismente.
O gesto de Rui Rio foi imprudente!
É certo que favorece a transparência dos negócios públicos, mas com o clima e a cultura que estão criadas (lembremos os últimos casos: Freeport, BPN, Face oculta, etc., etc.,de que não se vislumbram resultados) levanta problemas!....
A acção rápida e eficaz de Rui RIO corre riscos no normal funcionamento das instituições. Se for imitada, é provável que qualquer dia não haverá ninguém para administrar uma empresa público ou, inclusivamente, o próprio Estado!
Ora pensem: como se pode enriquecer em poucos anos, se aparecer muitos Rios, que não fazem mais do que cumprir o que é seu dever?!...
Mas o ambiente cultural “mete ao bolso tudo o que puderes, que o contribuinte não se importa”, acompanhado de uma justiça que funciona nas calendas, favorece o emprego de milhares de advogados e o enriquecimento rápido de gente que diz “só querer servir o povo”.
Imaginem que tudo funcionava rapidamente, com provas cabais e com processos irrefutáveis?!...
O que aconteceria a tanta gente “boa” que está colada a cargos políticos?
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