(...) Estas reflexões são tão mais relevantes quanto se conheceram, esta semana, notícias de encerramento de mais vias-férreas no Norte: depois das linhas do Sabor e do Tua, agora o Corgo e o Tâmega.
Há cem anos, quando a maioria delas foi construída, entendia-se que esta acessibilidade reforçava as condições de vida das populações locais e duvido que os projectos tenham sido considerados "rentáveis".
Hoje, a cada acidente, a cada análise de segurança, a cada avaliação de viabilidade, segue-se um anúncio dos investimentos que hão-de vir e mais um encerramento. As populações não acreditam que, uma vez encerrada, alguma linha renasça; e quem as pode criticar? Entre promessas, estudos, acidentes, desconfianças, os anos vão passando e, a conta-gotas, todo um património de linhas férreas históricas que, tal como os vinhedos do Douro, fazem a diferença nesta região, vai sendo abandonado e entregue ao seu triste destino: a destruição pelo tempo.
Num momento em que o Douro renasce das cinzas e é escolhido como destino por algumas elites mundiais, não valeria a pena abordar o problema das linhas férreas históricas no seu conjunto, definindo o destino de cada uma, calendarizando o investimento a realizar numas e encontrando utilizações alternativas para as outras? Não estaremos a perder uma oportunidade de ouro e a cometer um erro histórico ao deixar degradar mais um património único e que poderia ser mais um elemento de valorização do perfil turístico do Douro e da sobrevivência de quem lá vive?
Aqui fica a interrogação, sendo certo que nem o mero critério da rentabilidade directa nem a modernizante versão da "sustentabilidade" permitirão que se saia da situação actual - linha após linha, até que tudo se cubra de ervas...
Num momento em que o Douro renasce das cinzas e é escolhido como destino por algumas elites mundiais, não valeria a pena abordar o problema das linhas férreas históricas no seu conjunto, definindo o destino de cada uma, calendarizando o investimento a realizar numas e encontrando utilizações alternativas para as outras? Não estaremos a perder uma oportunidade de ouro e a cometer um erro histórico ao deixar degradar mais um património único e que poderia ser mais um elemento de valorização do perfil turístico do Douro e da sobrevivência de quem lá vive?
Aqui fica a interrogação, sendo certo que nem o mero critério da rentabilidade directa nem a modernizante versão da "sustentabilidade" permitirão que se saia da situação actual - linha após linha, até que tudo se cubra de ervas...
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