"É injustificável" separar alunos ciganos em contentores
Junta, pais e alunos alegam que não foram ouvidos. DREN diz que projecto é provisório
(JN) 17.3.2009 NUNO PASSOS
Associação Nacional de Professores e Confederação Nacional das Associações de Pais contestam isolamento de 17 alunos de etnia cigana.DREN destaca a preocupação do agrupamento na inclusão e respeito da diversidade cultura.
"Separar os alunos ciganos dos restantes não está previsto no sistema educativo e é injustificável, há uma atitude discriminatória e de segregação e falta saber os reais motivos que estão por trás", reagiu ao JN o líder da ANP. João Grancho sustentou que poderiam ter sido encontradas outras soluções não excludentes.
Após vários dias em silêncio, a presidente do agrupamento escolar declarou ontem, à Lusa, que este projecto de educação especial foi pensado para integrar as crianças no sistema de ensino, pois não frequentavam a escola, logo recorreu-se a uma equipa de docentes para os acompanhar. "Não é por recorrer a um contentor que há racismo ou discriminação", afirmou Conceição Lamela. Na vizinha EB1 de Terreiro também há crianças num contentor, devido a obras. "É um absurdo chamar 'racista' a um projecto de inclusão social", realçou. O projecto será, portanto, "para manter". A DREN também reitera as preocupações com a especificidade do grupo.
Porém, João Grancho garante que "a opção tomada é de difícil aceitação e compreensão, a menos que pedagogicamente os miúdos estejam no mesmo nível de conhecimento, frequência e escolaridade e, por outro lado, por parte dos pais e estudantes haja assumpção da responsabilidade e anuência, o que não parece estar a suceder", vincou Grancho.
O dirigente da CONFAP, Albino Almeida, concordou que o modelo aplicado em Barqueiros "é desajustado e ao arrepio do que vem sendo norma", nomeadamente por via de parcerias com instituições que trabalham grupos multiculturais, como o Instituto de Apoio à Criança, presidido por Manuela Ramalho Eanes. "Os ciganos não podem ficar à parte, a escola tem que ser a primeira a promover a socialização", acentuou Albino Almeida.
Notou ainda que a comunidade barcelense "precisa de saber" qual foi a estratégia pedagógica, escolar e social na situação em questão e qual é o plano curricular de turma. Face às circunstâncias, o secretário da Junta de Freguesia local, António Cardoso, ia pedir ontem reunião de urgência com a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). O Gabinete de Apoio às Escolas esteve também no terreno.
terça-feira, 17 de março de 2009
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3 comentários:
Pelo que se ouve nos debates abertos sobre este assunto, os portugueses são profundamente racistas e discriminatórios, ignorantes e invejosos, contra os ciganos. O fascismo ainda cá está. Mais essa da DREN é o costume.Dali só sai asneira.
O quer é preciso é o contrário.É políticas de integração desses portugueses.
Os ciganos podem queixar-se em Portugal de muitas discriminações que também os emigrantes portugueses sofreram e sofrem em alguns países.
Ser racista é mau, ser racista e português é particularmente estúpido. Alguém sabe qual é a nossa raça? Haverá povo mais misturado do que nós.
Trinta e cinco anos depois de 1974 estamos, nesta matéria, como em 1950. Uma tristeza.
Será que os goulags constituíram uma discriminação positiva?!...
Nunca entendi a positividade da discriminação pela separação, acentuando diferenças e preconceitos, mas esta Directora de Educação Regional do Norte é capaz de tudo e tem uma ministra que se adequa ao estilo!
Há experiências extraordinárias em escolas de integração dos alunos ciganos por apoios de vária ordem, deste a integração em grupos de teatro(eu próprio já participei nisso!), clubes de reflexão e aulas suplementares. O mais fácil é, de facto, colocar os ciganos em contentores e mandar aturá-los os professores que, por este Ministério, são uma espécie de mulheres da dias, sem dignidade profissional.
Para até o Albino, que é o maior yes man do governo e da ministra da educação, estar contra, é porque é mesmo muito mau!
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