sexta-feira, 20 de março de 2009

Impugnada escolha do candidato do PS a Cedofeita
Mais uma chapelada à Jesus, conforme a velha e boa escola... (PB)
(Público) 20.03.2009, Aníbal Rodrigues
Ernesto Silva, que se define como "apoiante das ideias de Manuel Alegre", apresentou um pedido de impugnação da assembleia de militantes da secção do PS de Cedofeita que elegeu recentemente o invisual António Mourão como o candidato socialista a esta junta de freguesia. Na altura, a votação resultou em 52 votos a favor de António Mourão, um voto em branco e nenhum voto a favor de Ernesto Silva, que também pretende ser o candidato do PS à Junta de Freguesia de Cedofeita. Ernesto Silva avançou com o pedido de impugnação daquela assembleia por, garante, não ter recebido a convocatória atempadamente. "E há muita mais gente que não recebeu", acrescenta. Além deste aspecto, alega que a convocatória "não dizia o motivo da reunião". No entanto, Ernesto Silva acabou por tomar conhecimento e participar na referida assembleia. "Estive até ao fim, mas não votei [em protesto contra alegados incumprimentos dos estatutos] e também aqueles que me apoiavam se recusaram a votar", argumenta. O candidato acrescenta ainda que, se os seus apoiantes tivessem votado, teria recebido "40 a 50 por cento dos votos naquele universo de votantes".
Na resposta às acusações de Ernesto Silva, Fernando Jesus, presidente da assembleia de militantes de Cedofeita, rebate o atraso no envio da convocatória. "Nem sempre as cartas chegam aos destinatários, mas isso será culpa dos Correios, ultrapassa-nos." Deputado do PS na Assembleia da República, Fernando Jesus acrescenta que a convocatória referia, no ponto 1, "Eleições autárquicas 2009" e, no ponto 2, "Informação". Fernando Jesus explica que uma secção como Cedofeita só se pronuncia a nível da junta de freguesia, não o podendo fazer no plano camarário. Além disso, sublinha, "a convocatória é a mesma de há quatro anos; "E então ninguém a pôs em causa, nem mesmo o Ernesto. "O deputado contra-ataca, lamentando que a impugnação tenha agora chegado à comunicação social e argumentando que Ernesto Silva "nem sequer apresentou a sua candidatura": "Ele sentiu que estava em minoria e arranjou este subterfúgio." Fernando Jesus diz ainda que o candidato não pode afirmar que não teve conhecimento atempado, nem que não sabia o que iria ser votado, "porque ele próprio andou a mandar SMS a pedir para irem à sessão votarem nele". O presidente da assembleia de militantes de Cedofeita do PS garante que vai responder ao pedido de impugnação hoje ou amanhã, "com base nos estatutos". Mas antecipa, desde já, o seu entendimento do caso: "O processo foi transparente, correcto e legal, portanto ele não tem qualquer razão no que está a dizer."
Resta a Ernesto Silva recorrer desta decisão à comissão de jurisdição da distrital do PS-Porto. Uma prerrogativa que o candidato promete utilizar.

8 comentários:

Anónimo disse...

Este deputado não é o mesmo que queria o PSD do Marco para candidato?
Não é este deputado que nunca fez uma intervenção na AR?
Ele é que vai responder à impugnação? Então já não há Jurisdição?
Aqui há gato!!!

Anónimo disse...

Lamentávelmente esta e outras situações vão por certo repetir-se noutras secções com o beneplácito da Concelhia.

Anónimo disse...

Sem tecer quaisquer considerações sobre a bondade das candidaturas, até porque só conheço o Sr. Ernesto, devo dizer que é uma grande derrota para o PS que o processo autárquico no Porto esteja a ser tão mal gerido. Para além desta situação, outras surgirão de igual ou maior gravidade, evitáveis, não fosse a falta de coragem e a tentativa desesperada de salvaguardar interesses instalados.

Caro Ernesto, concordo plenamente que recorra à Comissão Federativa de Jurisdição, mas não o faça com grandes esperanças. Irá demorar vários meses e não surtirá quaisquer efeitos. E quando recorrer da decisão da Comissão Federativa de Jurisdição para a Comissão Nacional de Jurisdição (que tem 6 meses nos termos dos Estatutos para responder), esta demorará uns 12 meses a fazê-lo (se o fizer), e atendendo a que este último recurso não tem efeitos suspensivos, as eleições autárquicas já se realizaram há muito quando receber qualquer resposta.

Tenho na Comissão Nacional de Jurisdição um recurso das últimas eleições para a secção do PS da Sé do Porto, já passaram mais de 6 meses e apenas recebi uma carta a dizer que iam analisar o caso.

Infelizmente, é assim que funciona o Partido Socialista! Estatutos? Segundo alguns, só devem ser cumpridos quando convém. Pelo menos a vossa assembleia de militantes realizou-se em 2009, na Freguesia da Sé realizou-se quando faltava ainda mais de 1 ano para as eleições. Porque será? Tudo isto vai sucedendo com o aval do "Don Corleone".

Soluções? Como disse Che Guevara: "Não darei um passo atrás, nem para tomar impulso".

Anónimo disse...

LOL! Qual Che Guevara, queria escrever António de Guevara!!!

Se bem que o Che Guevara também disse algo muito interessante e de que algumas pessoas no PS-Poro deviam tomar consciência, nomeadamente que há quem prefira "morrer de pé a viver ajoelhado".

Abraço a todos!

Anónimo disse...

Pois é meus amigos. Pelo que vejo e sei o descontamento é grande e o descrédito aumenta.
Os políticos vêm perdendo credibilidade.
Os partidos políticos transformaram-se em agências de empregos. Cairam no descrédito.
O PS Porto conduz mal a estratégia autárquica se é que tem alguma.
E os militantes vao a jantares e batem palmas?
E os eleitores gostam disto?
Será que todos estamos livres de responsabilidades?
Será que vamos continuar a calar-nos para não prejudicar a imagem?
Então porque esperamos?
Se o PS no Porto vai mal e vai;
Se há chapladas permanentes como esta aqui relatada;
Porque não organizar uma Comissão de represetantes por todo Distrito e fazer chegar a quem de direito a voz dos Socialistas sérios do Porto que há e muitos?
O silêncio interesa aos que querem a todo o custo defender os lugarzitos.

Paulo MB disse...

Sabem o que tem mais graça no meio disto tudo?
É que a Concelhia só reage se houver alguém a reclamar por escrito. As denúncias orais de nada servem.
É assim no PS-Porto.
No fim quero ver a cara dos responsáveis por estas e por as que ainda hão-de vir.
Paulo

Anónimo disse...

É a pouca-vergonha do costume. Todos os poderes do PS são assim. Chapeladas mais ou menos explícitas,mais ou menos "legais". Quando um partido da sustentação democrática do regime usa a lei como um truque para o seu xico-espertismo, estamos esclarecidos e... feitos

Anónimo disse...

Dizia Raúl Proença:Só há democracia se houver democratas. Pelo andar da carruagem, sobretudo dentro dos partidos, podemos imaginar como anda a nossa democracia.Não deve ser por acaso que se respira um ambiente de "fim de regime". Mesmo com a integração na Europa, com esta gente, isto não vai durar muito, não.