Se o PS quiser fazer acordos, dará sinais
Sem caderno de encargos, o novo líder parlamentar do BE desafia os socialistas a darem passos certos no caso da avaliação dos professores e nas opções orçamentais que irão apresentar para resolver os problemas do país
(JN) 1.11.09 ANA PAULA CORREIA
Ainda procurava os cantos à casa no Palácio de S. Bento, onde entrava pela primeira vez como deputado, e já era eleito líder parlamentar.
Vindo do activismo cívico e da Universidade, José Manuel Pureza começa agora a construir o seu espaço, no Parlamento e no gabinete que partilha com Francisco Louçã.
É um deputado novato, católico e tem-se mantido independente na "luta" entre as famílias fundadoras do BE. Isto é um trunfo ou arrisca-se a ser uma ovelha rodeada de raposas matreiras?
Deus do céu, não. Sou aquilo que sou, não tenho trunfos escondidos. Tenho militância política, activismo cívico, actividade profissional e intelectual acumuladas. É isso que trago. É um trunfo? Não, é o que vai definindo os membros do BE - a capacidade de se irem desdobrando em activismos vários. É muito importante que as pessoas prestem serviço político mas não sejam profissionais da política. Mas os partidos são coisas nobres, a militância partidária não é um estigma, é uma qualificação. Embora muita gente se ponha a jeito e os partidos sejam depois castigados, a política partidária pode ser um grau qualificado de intervenção cívica. É por isso que estou aqui.
Não teme ser "engolido" pelos mecanismo do Parlamento e da bancada?
Reconheço que não tenho experiência parlamentar. Estou a adquiri-la com muita vontade, mas tenho - e reivindico isso e não abdico que me vejam assim - experiência de debate e de luta política e cívica. No grupo parlamentar, trata-se de coordenar competências, pôr a render os talentos de 16 pessoas. Não tenho feito outra coisa na vida, é a minha paixão. Não quero ser a estrela da companhia. Claro que vou estar na primeira fila, vou dar o peito às balas, mas isso também sei fazer. Em muitas ocasiões já tive e quis ter momentos de notoriedade pública. Por exemplo, no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, em que participei de uma forma nada fácil para mim. A experiência ninguém ma tira.
Qual é o principal desafio que se coloca ao grupo parlamentar?
O de sermos fiéis ao que de nós é esperado, que saibamos actuar com responsabilidade num tempo em que lá fora a vida das pessoas está cada vez mais angustiante. Pedem-nos que não desiludamos quem em nós confiou.
Isso significa o quê?
Não abdicar de causas que abraçamos desde a primeira hora, por um país que não tenha dois pesos e duas medidas consoante as pessoa são ou não poderosas, ricas ou pobres. E para isso não podemos abdicar de contribuir de uma forma firme para uma Esquerda ganhadora, que transforme a sério.
Para isso, o BE conta com o PCP? Juntos, com os Verdes, somam 31 deputados. Já se sentou à mesa com Bernardino Soares?
Sim, na conferência de líderes. (risos)
Falava de concertação de posições em áreas-chave para influenciar a governação à Esquerda.
Não é preciso desenhar um caderno de encargos ou estratégia comum. O importante é que nas alturas que contam haja capacidade de convergências.
Também com o PS?
Não tem que haver negociações prévias com PCP ou PS, mas, sim, conversas. E essas faremos todas, dentro e fora do Parlamento.
Como se forja a tal Esquerda ganhadora?
Faz-se quando todas as sensibilidades políticas estejam disponíveis para convergirem. A responsabilidade é de todos.
É o que também diz Sócrates.
Pois, mas a responsabilidade é proporcional ao peso eleitoral. É ao PS que cabe mostrar de forma clara as escolhas que faz. Em matéria de avaliação dos professores, por exemplo. Se o PS quiser fazer acordos, dará os passos certos nesse sentido.
E que passos dá o BE, em termos prioritários de actuação?
Apresentamos projectos de lei para sinalizar em dois sentidos: o de pôr fim a situações negativas, como as taxas moderadoras e a avaliação dos professores; e a resposta à urgência social. Ambos são absolutamente urgentes.
No Orçamento de Estado, que pode levar o BE a não votar contra?
Numa hipótese académica, se não houvesse plano de privatizações, se houvesse a supervisão financeira e políticas sociais de emergência, a par de investimento sério na cultura e ambiente. Mas não apresentamos caderno de encargos, temos de ver as opções e as linhas do OE.
O crescimento do BE, desafia-o a deixar de ser só um partido de protesto?
A capacidade que um partido tem de dar corpo a protesto e lhe dar força e densidade política é uma das mais nobres que podem ser exercidas em democracia. O pior é quando o protesto que vai invadindo a vida das pessoas não encontra canais de expressão - a democracia pode sair totalmente arruinada. As pessoas confiam mais em nós para estarmos na primeira linha na luta pela desconstrução de injustiças e sermos capazes de apresentar alternativas. É uma grande exigência que temos de ser capazes de assumir. É uma chatice para os nossos adversários, em particular para o primeiro-ministro, mas do protesto não se vai livrar.
Sem caderno de encargos, o novo líder parlamentar do BE desafia os socialistas a darem passos certos no caso da avaliação dos professores e nas opções orçamentais que irão apresentar para resolver os problemas do país
(JN) 1.11.09 ANA PAULA CORREIA
Ainda procurava os cantos à casa no Palácio de S. Bento, onde entrava pela primeira vez como deputado, e já era eleito líder parlamentar.
Vindo do activismo cívico e da Universidade, José Manuel Pureza começa agora a construir o seu espaço, no Parlamento e no gabinete que partilha com Francisco Louçã.
É um deputado novato, católico e tem-se mantido independente na "luta" entre as famílias fundadoras do BE. Isto é um trunfo ou arrisca-se a ser uma ovelha rodeada de raposas matreiras?
Deus do céu, não. Sou aquilo que sou, não tenho trunfos escondidos. Tenho militância política, activismo cívico, actividade profissional e intelectual acumuladas. É isso que trago. É um trunfo? Não, é o que vai definindo os membros do BE - a capacidade de se irem desdobrando em activismos vários. É muito importante que as pessoas prestem serviço político mas não sejam profissionais da política. Mas os partidos são coisas nobres, a militância partidária não é um estigma, é uma qualificação. Embora muita gente se ponha a jeito e os partidos sejam depois castigados, a política partidária pode ser um grau qualificado de intervenção cívica. É por isso que estou aqui.
Não teme ser "engolido" pelos mecanismo do Parlamento e da bancada?
Reconheço que não tenho experiência parlamentar. Estou a adquiri-la com muita vontade, mas tenho - e reivindico isso e não abdico que me vejam assim - experiência de debate e de luta política e cívica. No grupo parlamentar, trata-se de coordenar competências, pôr a render os talentos de 16 pessoas. Não tenho feito outra coisa na vida, é a minha paixão. Não quero ser a estrela da companhia. Claro que vou estar na primeira fila, vou dar o peito às balas, mas isso também sei fazer. Em muitas ocasiões já tive e quis ter momentos de notoriedade pública. Por exemplo, no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, em que participei de uma forma nada fácil para mim. A experiência ninguém ma tira.
Qual é o principal desafio que se coloca ao grupo parlamentar?
O de sermos fiéis ao que de nós é esperado, que saibamos actuar com responsabilidade num tempo em que lá fora a vida das pessoas está cada vez mais angustiante. Pedem-nos que não desiludamos quem em nós confiou.
Isso significa o quê?
Não abdicar de causas que abraçamos desde a primeira hora, por um país que não tenha dois pesos e duas medidas consoante as pessoa são ou não poderosas, ricas ou pobres. E para isso não podemos abdicar de contribuir de uma forma firme para uma Esquerda ganhadora, que transforme a sério.
Para isso, o BE conta com o PCP? Juntos, com os Verdes, somam 31 deputados. Já se sentou à mesa com Bernardino Soares?
Sim, na conferência de líderes. (risos)
Falava de concertação de posições em áreas-chave para influenciar a governação à Esquerda.
Não é preciso desenhar um caderno de encargos ou estratégia comum. O importante é que nas alturas que contam haja capacidade de convergências.
Também com o PS?
Não tem que haver negociações prévias com PCP ou PS, mas, sim, conversas. E essas faremos todas, dentro e fora do Parlamento.
Como se forja a tal Esquerda ganhadora?
Faz-se quando todas as sensibilidades políticas estejam disponíveis para convergirem. A responsabilidade é de todos.
É o que também diz Sócrates.
Pois, mas a responsabilidade é proporcional ao peso eleitoral. É ao PS que cabe mostrar de forma clara as escolhas que faz. Em matéria de avaliação dos professores, por exemplo. Se o PS quiser fazer acordos, dará os passos certos nesse sentido.
E que passos dá o BE, em termos prioritários de actuação?
Apresentamos projectos de lei para sinalizar em dois sentidos: o de pôr fim a situações negativas, como as taxas moderadoras e a avaliação dos professores; e a resposta à urgência social. Ambos são absolutamente urgentes.
No Orçamento de Estado, que pode levar o BE a não votar contra?
Numa hipótese académica, se não houvesse plano de privatizações, se houvesse a supervisão financeira e políticas sociais de emergência, a par de investimento sério na cultura e ambiente. Mas não apresentamos caderno de encargos, temos de ver as opções e as linhas do OE.
O crescimento do BE, desafia-o a deixar de ser só um partido de protesto?
A capacidade que um partido tem de dar corpo a protesto e lhe dar força e densidade política é uma das mais nobres que podem ser exercidas em democracia. O pior é quando o protesto que vai invadindo a vida das pessoas não encontra canais de expressão - a democracia pode sair totalmente arruinada. As pessoas confiam mais em nós para estarmos na primeira linha na luta pela desconstrução de injustiças e sermos capazes de apresentar alternativas. É uma grande exigência que temos de ser capazes de assumir. É uma chatice para os nossos adversários, em particular para o primeiro-ministro, mas do protesto não se vai livrar.
4 comentários:
Agostinho Gonçalves foi nomeada para governador civil do Porto á 4meses... por 4 meses.Não vai ser recondusido.No seu lugar vai a queridissima do Renato Sampaio, a Isabel Santos, que em lugar de ficar em Gondomar a fazer oposição depois de ter subido significativamente nas votações procura é um tacho, para que não tem qualquer conpetencia especial que lhe concedem.O PS e o seu governo tornousse uma agencia de colocação de amigos, namorados, pretensos namorados, etc.. É a isto que chamam servir.E está visto que para o governo civil sobe-se na horizontal.
Não se aguenta o fedor!
Eh lá, esta foi forte!
O Teixeira da Sé para o Governo Civil do Porto! E o Preto para o de Lisboa quando o PSD for pa lá.Ficava tudo mais claro.
Porque saiu a Isabel Oneto do Governo Civil do Porto? E onde está? OAgostinho Galçalves deixe lá com o capital de queixa ainda vai ter mais um tacho em cima da reforma dos tachos que já tem
Bando de corrutos e ladrões. Que seria se a Comuniação social não estivesse abafada? Não é cfdensura são os donos todos a viverem a custa do dinheiro publico da CGD e portanto na mão do governo, ou melhor do REGIME!
Enviar um comentário