domingo, 8 de junho de 2008

Líder do PS-Porto não quer coligações autárquicas

O "orgulhosamente sós"... Memória do António de Santa Comba ou caminho do abismo? Por que se fez, tantas vezes, coligações à esquerda em Lisboa? Que, às tantas, se vão voltar a fazer? Por que apenas em Lisboa? Será mais um privilégio real? E quem tem medo das posições, livres, conscientes e independentes dos militantes, expressas num referendo interno?
Quem está à frente da distrital do PS/Porto e à partida descarta a hipótese de coligações para as autarquias, tendo a situação que tem em tantas, denota não ter qualquer sentido da responsabilidade política necessária para o cargo.
Quanto a Valongo, o actual presidente da federação aje com quase dois meses de atraso. Esperemos que não arranje uma situação semelhante à de Matosinhos...
De resto, estamos a falar de coligações pré-eleitorais para as autárquicas e foi do que falámos até agora. Mas as legislativas serão muito próximas, senão simultâneas. E se o PS não voltar a ter maioria absoluta nas próximas legislativas? Impossível? Mesmo com toda a massa do QREN a render sobretudo para a Região de Lisboa e Vale do Tejo, lá impossível não parece... Ou até, talvez, por causa disso.
(PÚBLICO) 08.06.2008
O líder do PS-Porto, Renato Sampaio, excluiu anteontem a possibilidade de coligações "à direita ou à esquerda" para as próximas eleições autárquicas, considerando que "não existem condições políticas" para tais entendimentos. "À esquerda, o PCP e o BE fizeram do PS o seu adversário político principal e não faz sentido um bloco central com a direita", sustenta o presidente da federação portuense.
A questão de eventuais alianças foi lançada por Pedro Baptista, candidato à liderança do PS-Porto, nas eleições federativas marcadas de Outubro. Baptista propõe a realização de um referendo interno no partido para decidir a estratégia eleitoral a ser seguida a nível nacional, com vista a aferir a vontade de os militantes quanto a entendimentos com outras forças políticas à esquerda do PS. "As coligações devem ser decididas não pelo secretário-geral, nem pelo secretariado do partido, mas pelo conjunto dos militantes", defende Pedro Baptista, frisando que "o tempo do papão de Moscovo e do social imperialismo já passou".
Para Renato Sampaio, no entanto, a questão estratégica deverá ser ratificada em congresso nacional e não através de um referendo interno. "O partido tem órgãos próprios, vai realizar os seus congressos federativos e nacional. Essas questões devem constar nas moções de orientação política e explicitamente aprovadas", defende, acrescentando que "os congressos são os órgãos próprios para os militantes se pronunciarem".
O dirigente acredita que o partido tem condições de vencer o próximo combate das autárquicas, apresentando-se sozinho às eleições. Consciente de que vai ser um combate difícil no distrito, Renato Sampaio começou já a preparar o terreno nalguns concelhos, como Valongo, uma autarquia que o PS ambiciona reconquistar ao PSD. O líder do PS-Porto reuniu-se com a vereadora Maria José Azevedo, que encabeçou a lista nas últimas autárquicas, com quem discutiu a estratégia a seguir neste concelho. Disponível para voltar a dar a cara pelo PS, Maria José Azevedo poderá ter de enfrentar a oposição de Afonso Lobão, do secretariado da federação, que estaria apostado numa candidatura à presidência daquele município. "O PS não se deixará condicionar por nenhuma situação, tomará a decisão que melhor defender os interesses do partido. Maria José Azevedo será parte da solução e não do problema", adiantou o líder do PS-Porto, remetendo para mais tarde uma posição sobre este caso, depois de auscultar a concelhia local. Ao PÚBLICO, Maria José Azevedo confirmou o encontro com o líder federativo, mas recusou-se a dar qualquer detalhe sobre o que se passou. "Nesta fase, entendo que não é altura para fazer declarações sobre esse assunto", afirmou, remetendo para Renato Sampaio eventuais esclarecimentos que "entenda por bem prestar".

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