Greve na Controlinveste mobiliza um terço dos jornalistas
(Público)05.03.2009, Natália Faria
Sindicato acusa a "má gestão" das empresas e promete lutar contra a criação de uma equipa única de fotógrafos para os diferentes jornais
Um terço dos jornalistas da Controlinveste fizeram ontem uma greve de 24 horas contra o despedimento de 119 funcionários do grupo que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24 Horas e O Jogo, segundo avançou o Sindicato dos Jornalistas.
O presidente da organização sindical, Alfredo Maia, garantiu que o protesto paralisou várias secções e departamentos dos quatro jornais, mas, sem confirmar os níveis de adesão, as direcções das diferentes publicações garantiram à agência Lusa que a greve não iria reflectir-se nas edições que hoje saem para as bancas.
Durante todo o dia, dezenas de trabalhadores daquelas publicações mantiveram-se concentrados à porta do edifício do JN, no Porto, num protesto simbólico contra o despedimento colectivo. Entre os presentes, circulava um rumor que aponta para a ameaça de uma segunda vaga de despedimentos, mas, em declarações ao PÚBLICO, Alfredo Maia minimizou essa possibilidade: "Os rumores existem mas não queremos acreditar que possam ser verdade." Os despedidos (60 por cento jornalistas) representam cerca de 12 por cento dos efectivos do grupo. A possibilidade de partilha de conteúdos e da criação de uma equipa única de fotógrafos para as diferentes publicações foi apontada como "inaceitável" por Alfredo Maia, para quem o despedimento colectivo "é prejudicial até para o próprio pluralismo informativo".
A indignação face aos despedimentos ganhou ainda corpo através do "Manifesto dos 119", documento distribuído ontem e que soma 119 assinaturas. Do cantor José Mário Branco ao escritor Urbano Tavares Rodrigues, passando pela estilista Eduarda Abbondanza.
"É um gesto com o qual queremos, através da representatividade dos subscritores, chamar a atenção da opinião pública para este problema", sustentou o jornalista César Príncipe, apontando o risco de estes despedimentos poderem "fazer doutrina noutros sectores da economia". Reformado do JN há oito anos, César Príncipe acusou a Controlinveste de estar a atirar para os ombros dos trabalhadores os custos da má gestão. "O JN foi desde a década de sessenta um projecto vencedor. Se agora se tornou no segundo [o Correio da Manhã lidera] a culpa não é dos trabalhadores, mas dos responsáveis destes grupos de circunstância que assumiram as rédeas do poder e descaracterizaram o jornal".
Entre os trabalhadores concentrados à porta do JN circulava ainda o requerimento que a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo apresentou no Parlamento Europeu perguntando que apoios comunitários foram concedidos ao grupo Controlinveste e em que condições. O documento questiona ainda que medidas estão previstas para defender os trabalhadores da Controlinveste "tendo em conta a necessidade de garantir o pluralismo na comunicação social".
(Público)05.03.2009, Natália Faria
Sindicato acusa a "má gestão" das empresas e promete lutar contra a criação de uma equipa única de fotógrafos para os diferentes jornais
Um terço dos jornalistas da Controlinveste fizeram ontem uma greve de 24 horas contra o despedimento de 119 funcionários do grupo que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, 24 Horas e O Jogo, segundo avançou o Sindicato dos Jornalistas.
O presidente da organização sindical, Alfredo Maia, garantiu que o protesto paralisou várias secções e departamentos dos quatro jornais, mas, sem confirmar os níveis de adesão, as direcções das diferentes publicações garantiram à agência Lusa que a greve não iria reflectir-se nas edições que hoje saem para as bancas.
Durante todo o dia, dezenas de trabalhadores daquelas publicações mantiveram-se concentrados à porta do edifício do JN, no Porto, num protesto simbólico contra o despedimento colectivo. Entre os presentes, circulava um rumor que aponta para a ameaça de uma segunda vaga de despedimentos, mas, em declarações ao PÚBLICO, Alfredo Maia minimizou essa possibilidade: "Os rumores existem mas não queremos acreditar que possam ser verdade." Os despedidos (60 por cento jornalistas) representam cerca de 12 por cento dos efectivos do grupo. A possibilidade de partilha de conteúdos e da criação de uma equipa única de fotógrafos para as diferentes publicações foi apontada como "inaceitável" por Alfredo Maia, para quem o despedimento colectivo "é prejudicial até para o próprio pluralismo informativo".
A indignação face aos despedimentos ganhou ainda corpo através do "Manifesto dos 119", documento distribuído ontem e que soma 119 assinaturas. Do cantor José Mário Branco ao escritor Urbano Tavares Rodrigues, passando pela estilista Eduarda Abbondanza.
"É um gesto com o qual queremos, através da representatividade dos subscritores, chamar a atenção da opinião pública para este problema", sustentou o jornalista César Príncipe, apontando o risco de estes despedimentos poderem "fazer doutrina noutros sectores da economia". Reformado do JN há oito anos, César Príncipe acusou a Controlinveste de estar a atirar para os ombros dos trabalhadores os custos da má gestão. "O JN foi desde a década de sessenta um projecto vencedor. Se agora se tornou no segundo [o Correio da Manhã lidera] a culpa não é dos trabalhadores, mas dos responsáveis destes grupos de circunstância que assumiram as rédeas do poder e descaracterizaram o jornal".
Entre os trabalhadores concentrados à porta do JN circulava ainda o requerimento que a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo apresentou no Parlamento Europeu perguntando que apoios comunitários foram concedidos ao grupo Controlinveste e em que condições. O documento questiona ainda que medidas estão previstas para defender os trabalhadores da Controlinveste "tendo em conta a necessidade de garantir o pluralismo na comunicação social".
1 comentário:
Quem tem lucros e despede deve ser preso. O louça tem razão.
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