sexta-feira, 13 de junho de 2008

Armador já imobilizou navios e começou a despedir

Nem será o facto do Sr. Silva Vieira ser o Silva Vieira, nem de se descobrir à frente deste ou daquele protesto um "agitador" do PSD ou do PCP, que muda um nisco que seja dos problemas. Afinal, o governo também não é do PS? Se fazem agitação é porque tem condições para isso, é o que interessa.
13.06.2008 Maria José Santana (Público)
"Neste momento, não tenho possibilidades de manter o navio na pesca". Foi desta forma que o armador aveirense Silva Vieira se dirigiu, ontem à tarde, aos 33 tripulantes do Joana Princesa para lhes propor o despedimento por mútuo acordo, tal como irá acontecer com as tripulações de outros seis navios de pesca que possui - no total são 219 homens que vão para o desemprego.O também presidente da Adapla (Associação dos Armadores da Pesca Longínqua) garantiu que não lhe restava outra solução perante a crise dos combustíveis: imobilizar temporariamente parte da frota que detém para conseguir salvar o grupo de empresas, que ainda fica com 600 trabalhadores. O armador, que garante ser detentor de 44 por cento das quotas de bacalhau para a frota nacional, mostrou-se pouco convencido com as propostas avançadas pelo ministro da Agricultura e Pescas às associações do sector, aquando da recente paralisação. "É uma mão cheia de nada", considerou Silva Vieira, ao mesmo tempo que alertava que, sem que a factura dos combustíveis seja reduzida, o sector continua em risco. Da lista de reivindicações do armador constam ainda a baixa de impostos referentes aos serviços prestados pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), diminuição das despesas facturadas pelas capitanias e a redução do imposto referente à Segurança Social para o nível que já usufrui a marinha mercante nacional (ou seja, passar dos actuais 34,75 por cento para 12,5 por cento). Silva Vieira referiu que o agravamento da factura do gasóleo atinge "números astronómicos" e, por esse motivo, optou por paralisar parte da sua frota para conseguir manter em laboração os outros 13 navios. Os tripulantes que ontem receberam a notícia, em plena conferência de imprensa, de que iriam para o fundo de desemprego, não se mostraram muito surpreendidos. "Assim como está, não dá. Estes navios consomem muito", conformava-se Belarmino Tavares, contramestre do Joana Princesa, um dos 33 homens que ontem assinaram os papéis para o fundo de desemprego

Sem comentários: