(Público) 24.09.2008 - 13h26 Lusa
O prazo para serem concluídas as conclusões do inquérito ao acidente na linha do Tua do passado dia 22 de Agosto foi prolongado por mais um mês a pedido da Faculdade de Engenharia do Porto, anunciou hoje o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
O prazo para serem concluídas as conclusões do inquérito ao acidente na linha do Tua do passado dia 22 de Agosto foi prolongado por mais um mês a pedido da Faculdade de Engenharia do Porto, anunciou hoje o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
O prazo de 30 dias estipulado pelo ministro Mário Lino para a Comissão Técnica de Investigação apresentar conclusões terminou anteontem, mas foi prorrogado por mais um mês.
A comissão continua sem ter uma explicação para o acidente de 22 de Agosto em que morreu uma pessoa no descarrilamento de uma automotora, com 47 passageiros a bordo. Fonte do Ministério das Obras Públicas explicou à Lusa que "por não haver ainda uma conclusão sobre as causas é adiado o prazo da conclusão do inquérito". O adiamento foi pedido pela Faculdade de Engenharia do Porto, que alegou "necessitar de mais tempo para investigar as circunstâncias do acidente", acrescentou a mesma fonte.
Num ano e meio este foi o quarto acidente na linha do Tua, dos quais resultaram quatro mortos e várias dezenas de feridos. "Face à fundamentação invocada e dada a importância da contribuição de entidades especializadas, o ministro decidiu autorizar a prorrogação até dia 22 de Outubro do prazo de entrega do relatório final com vista ao apuramento inequívoco das causas do acidente", refere um comunicado da tutela.
O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, afirma ficar "satisfeito que se faça tudo, mesmo que demore mais tempo, para se apurar as verdadeiras causas do acidente", mas mostra-se agora preocupado com as consequências do adiamento. Segundo o autarca, o Metro de Mirandela arrisca a falência devido à indefinição em torno da linha do Tua, que com o adiamento hoje a anunciado permanecerá encerrada pelo menos durante mais um mês, provocando uma redução do turismo.O também presidente da administração da sociedade do Metro de Mirandela sublinha que "esta situação traz custos acrescidos à empresa, que já por si é extremamente deficitária". Segundo José Silvano, "sem circulação não há receitas e há ainda custos acrescidos com os transportes alternativos que para pouco servem". Um táxi ao serviço da CP está a fazer o transporte no percurso encerrado para os passageiros que pretendem fazer a ligação entre Mirandela e a linha do Douro, no Tua. "Quanto mais tempo demorar a restabelecer a circulação ou a decisão sobre a linha, maiores serão as consequências", reforça o autarca, salientando que com o risco de falência fica em causa o posto de trabalho dos nove funcionários da empresa.O responsável entende que "pode também prejudicar fortemente o turismo na região com os operadores turísticos a procurarem destinos alternativos".
A linha do Tua, considerada uma das vias estreitas mais belas do mundo, é o único troço de caminho-de-ferro no Nordeste Transmontano, estando reduzida a 60 quilómetros entre Mirandela e o Tua.
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