quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Crónica de Pedro Baptista 25.08.09 ( no ar, pelas 8da manhã)
Os sete anos de consulado do Dr. Rio e da coligação das direitas à frente do município do Porto, foram, como está bom de ver, um tremendo desastre. A cidade não só parou como continua a definhar a olhos vistos. Tirando uns eventos para alegrar a malta, em substância, a que foi capital económica, cultural e política do Norte chegou, pelas vistas curtas e pela incompetência de Rio e da sua equipa, ao grau zero da existência.

Senão, era só ver o fiasco completo da Bandeira Azul tão propagandeada para as praias do Porto, ou a trapalhada que ultrapassa tudo do Mercado do Bolhão! E pior, o zero absoluto em projectos mobilizadores para a cidade, criadores de melhores condições para gerar riqueza e para gerar emprego. Com Rio, e para desgraça de todos nós, o Porto tornou-se um buraco negro no meio da Área Metropolitana, onde pouco mais do que a bandeira azul e branca e a da Universidade flutuam com espírito vencedor, embora milhares de pequenas e médias empresas continuem a lutar galhardamente pela sobrevivência difícil numa situação global também particularmente difícil.

Mas ultimamente Rui Rio está a conseguir obter trunfos políticos que não imaginava vir a ter e muito menos esperava que lhe fossem servidos numa bandeja pela actual direcção do Partido Socialista do Porto.

Se não vejamos: primeiro, Rio já fala da regionalização porque em dois anos e meio o PS-Porto nem falou dela e, sobretudo, nunca vez nada para criar condições para ela viesse a ser feita com facilidade como se tinha comprometido; segundo, Rio arvora-se em defensor de uma administração regional do Metro como os socialistas sempre defenderem, incluindo Assis na Câmara, mas que esta última direcção do PS-Porto, dirigida por Renato Sampaio, deixou de defender para entregar o Metro à administração do poder central; terceiro, Rio defende a autonomização do Aeroporto do Porto no processo de privatização em curso da ANA, como seria lógico que os socialistas portuenses defendessem e defendem, mas que a direcção não defende porque aguarda instruções da capital.

Por aí adiante, Rio, que foi sempre, tal como o PSD, a favor do pagamento das SCUTS, até poderá vir a manifestar-se contra o pagamento das SCUTS no Porto, enquanto teremos o líder distrital do PS Porto a defender a tentativa do governo para pôr os portuenses a serem os únicos no país a pagarem as SCUT, embora já se tenham manifestado contra os socialistas da Póvoa, de Vila do Conde e de Matosinhos!

Em conclusão Rio que tem tido para o Porto a gestão mais pobre e mais trágica dos últimos vinte anos, poderá, por obra e graça do líder do PS-Porto, tornar-se o grande defensor da região, o grande defensor do Porto!

É obra! É preciso mesmo muita irresponsabilidade e falta de sentido político à frente do PS- porto para entregar a Rio e ao PSD as bandeiras de defesa da região que outrora sempre pertenceram ao PS!

É por isso que, para correr com Rui Rio, é urgente que os socialistas corram com a actual direcção socialista do Porto, por acaso toda ela instalada em Lisboa.

Por acaso, ou melhor, não por acaso.

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