(Público)14.09.2008, Rui Moreira
A Ryanair desistiu, pelo menos para já, de estabelecer uma base no Aeroporto Sá Carneiro. Naturalmente, a companhia aérea não exclui a possibilidade de vir, um dia, a apostar em Pedras Rubras, mas, por muito diplomática que seja a explicação dos irlandeses, a verdade é que esta oportunidade está perdida. Há mais de um ano que chamei a atenção para esse risco, depois de uma viagem a Dublin onde ouvi as preocupações da Ryanair, que já então desesperava por uma resposta da ANA à sua proposta, que tinha um forte impacto potencial para a região. Ao propor sediar a operação de alguns dos seus aviões no Porto, os irlandeses criavam algum emprego qualificado, mas também garantiam, a troco de um desconto de quantidade, mais alguns milhões de turistas, angariados através de novas rotas e do reforço das que já operam.
Ora, se aquilo que todos os aeroportos cobiçam é uma companhia residente, que os especialistas reputam de condimento essencial para o crescimento sustentado desse negócio, aquilo por que todos nós, no Norte, suspiramos é, paralelamente, por um acréscimo de turistas estrangeiros. É fácil de compreender que, em função da nossa crise estrutural e dos constrangimentos à nossa competitividade, o inexplorado potencial turístico da região é o maior dos nossos trunfos. E sabe-se que, por cada milhão de novas entradas turísticas numa região como a nossa, se criam cerca de quatro mil novos empregos directos e indirectos - ou seja, independentemente do aspecto aeroportuário, o negócio com a Ryanair gerava um impacto drástico no emprego, com a criação, a três ou quatro anos, de cerca de 15 mil novos postos de trabalho no Hinterland do aeroporto. É por isso que tem havido apoios locais às companhias aéreas que oferecem novas rotas para o nosso aeroporto e foi por isso que as instituições da região se interessaram tanto pela questão.
A Ryanair desistiu, pelo menos para já, de estabelecer uma base no Aeroporto Sá Carneiro. Naturalmente, a companhia aérea não exclui a possibilidade de vir, um dia, a apostar em Pedras Rubras, mas, por muito diplomática que seja a explicação dos irlandeses, a verdade é que esta oportunidade está perdida. Há mais de um ano que chamei a atenção para esse risco, depois de uma viagem a Dublin onde ouvi as preocupações da Ryanair, que já então desesperava por uma resposta da ANA à sua proposta, que tinha um forte impacto potencial para a região. Ao propor sediar a operação de alguns dos seus aviões no Porto, os irlandeses criavam algum emprego qualificado, mas também garantiam, a troco de um desconto de quantidade, mais alguns milhões de turistas, angariados através de novas rotas e do reforço das que já operam.
Ora, se aquilo que todos os aeroportos cobiçam é uma companhia residente, que os especialistas reputam de condimento essencial para o crescimento sustentado desse negócio, aquilo por que todos nós, no Norte, suspiramos é, paralelamente, por um acréscimo de turistas estrangeiros. É fácil de compreender que, em função da nossa crise estrutural e dos constrangimentos à nossa competitividade, o inexplorado potencial turístico da região é o maior dos nossos trunfos. E sabe-se que, por cada milhão de novas entradas turísticas numa região como a nossa, se criam cerca de quatro mil novos empregos directos e indirectos - ou seja, independentemente do aspecto aeroportuário, o negócio com a Ryanair gerava um impacto drástico no emprego, com a criação, a três ou quatro anos, de cerca de 15 mil novos postos de trabalho no Hinterland do aeroporto. É por isso que tem havido apoios locais às companhias aéreas que oferecem novas rotas para o nosso aeroporto e foi por isso que as instituições da região se interessaram tanto pela questão.
Mas a ANA nunca pareceu seriamente apostada em assegurar o negócio. Começou por invocar que a proposta da Ryanair era incompatível em função dos critérios de concorrência. Um argumento risível, porque se sabe a forma como a empresa que tem o monopólio dos aeroportos nunca se preocupa com essas distorções, quando se trata de proteger a TAP. Além disso, qualquer leigo compreende que um desconto de quantidade, como era pretendido pela Ryanair, e que só é atribuído se e quando as metas são atingidas, não compromete a concorrência, desde que esteja disponível para todos os outros operadores.
A ANA invocou também que as contrapartidas poderiam afastar as outras companhias aéreas e transformar o aeroporto num domínio exclusivo da Ryanair, um argumento que só a TAP seria capaz de inventar, e que os descontos eram incomportáveis do ponto de vista financeiro. Pelos vistos, não o eram para os catalães...
Mas a ANA nunca conseguirá imaginar argumentos bastantes para calar a indignação que esta notícia causou. Foi por isso, seguramente, que se recusou a comentar esta notícia. Prefere, como se sabe, desinformar a opinião pública, escondendo as suas contas especializadas, fomentando a ideia de que a viabilidade do nosso aeroporto depende da transferência de receitas do aeroporto de Lisboa. Mas a opinião pública já sabe que não é assim, já percebeu que o aeroporto é viável e, além do mais, muito apetecível, como esta notícia comprova.
O problema político é que, pelos vistos, a Ryanair acredita, ao contrário do nosso Governo, que a região tem potencial para atrair tráfego e muitos mais turistas e que o nosso aeroporto tem virtudes e potenciais em que a ANA e os seus boys não acreditam, ou fingem não acreditar.
Como Pedro Baptista bem explicou no seu blogue, "está mais que visto que, se as negociações, em lugar de serem com a ANA centralizadora e centralista, ocorressem com uma entidade autónoma, pública-privada da região, tal como ocorre com o Porto de Leixões, o processo já estaria numa fase muito diferente". Infelizmente, não parece ser esse o futuro e, por isso, a base da Ryanair ficará como uma miragem. Presidente da Associação Comercial do Porto
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