Ora aqui estão caminhos e soluções concretas na linha do que temos vindo a defender, nomeadamente na declaração de candidatura, e não há outra forma de defender a regionalização... Mas é claro que a REGIONALIZAÇÃO não depende SÓ do PSD...
27.09.2008 (Público) Filomena Fontes
Regionalização "depende do PSD", lembra Vital Moreira
Vital Moreira chamou-lhe provocação, e não foi a única. Sentado ao lado de Rui Rio, presidente da Câmara do Porto, vice-presidente do PSD e anfitrião das conferências Regionalização: uma vantagem para Portugal?, o constitucionalista afirmou que a reforma dificilmente vingará sem o compromisso do partido liderado por Manuela Ferreira Leite. Que é contra. "Não creio que seja possível criar autarquias regionais sem um consenso, ou pelo menos sem a hostilidade dos grandes partidos nacionais. A regionalização depende do PSD", declarou anteontem à noite, no Porto, Vital Moreira, para quem, sem esse envolvimento, a vitória do "sim" estará condenada ao fracasso. "Se o PSD não se converter à ideia, ou se, pelo menos, não abandonar uma ideia de hostilidade, o referendo não se ganha. E mesmo que se ganhasse, seria a receita para o desastre de uma reforma tão estruturante para o país", antecipou Vital Moreira. Decididamente, não foi apenas Rui Rio (que anteontem se apresentou como um "aluno" que quer ser esclarecido) o único destinatário dos avisos e propostas de Vital Moreira e de João Cravinho, o outro orador da noite. Na plateia, o regionalista Valente de Oliveira foi um dos sociais-democratas em destaque, alvo dos maiores elogios. E Vital quis deixar mais duas "provocações". Desafiou os deputados a "desarmadilhar" a Constituição da cláusula-travão que impede que a reforma se concretize sem uma consulta popular prévia. Uma "bizarria" que poderia ser expurgada na próxima revisão constitucional. "Não eliminando a possibilidade de referendo, mas permitindo que o referendo fosse dispensado se a criação das regiões fosse aprovada por uma maioria de dois terços na Assembleia da República", explicitou. Mas defendeu, também, a urgência de "quebrar a lógica distrital", por estar convencido de que "não haverá regionalização enquanto os distritos forem a base política eleitoral".
João Cravinho, que vê "no afundamento do Norte o problema mais grave que o país enfrenta em termos de desenvolvimento", tem pressa. Propôs a realização do referendo às regiões em simultâneo com as eleições legislativas de 2009. "Casam perfeitamente [os dois actos eleitorais], porque visam assegurar uma boa governança do país", justificou. Vital Moreira desiludi-o: "É uma impossibilidade constitucional e política."Ambos, contudo, estão de acordo quanto ao enorme "trabalho de casa" que ainda falta fazer, muito embora reconheçam progressos desde a derrota na última consulta popular - a aplicação do PRACE, a descentralização de competências para as autarquias e até a consensualização de um mapa assente nas cinco regiões. "A atribuição de competências é essencial a qualquer projecto descentralizador: o que é que as autarquias regionais vão fazer, que poder vão ter? Não conseguiremos ganhar ninguém que tenha dúvidas, muito menos quem seja hostil", avisava Vital Moreira. Reforçando, Cravinho apontou a constituição de uma comissão eventual na AR, com a implicação de deputados de todos os partidos, como a escolha certa para desbravar esse caminho.
Caso este trabalho fique confinado ao Governo, ajuíza, os avanços já conseguidos "acabam por se transformar num adiamento, quando não na exclusão da regionalização".
1 comentário:
Venho só trazer uma nota sobre o que, hoje, li:
A pequena entrevista que Renato Sampaio dá, hoje, dia 28, na última página, ao JN seria, para um partido de militantes conscientes e responsáveis, uma vergonha que os levaria a recusar tal “dirigente”.
Renato, o tal que já publicamente se disse (sujeitando-se a publicamente ser desmascarado!)arquitecto, gestor, etc., e foi sempre um desenhador, com o 9º ano e pouco classificado, afirma que recusa um debate contigo, porque “dialoga com militantes e não está disponível para transformar a política num circo mediático”.
E logo a seguir, sobre a pergunta, se tu, Pedro, és adversário ou militante, responde: (Pedro Baptista é) “militante socialista”.
Quem usa as palavras, sem saber o significado das mesmas estará à altura de dirigir uma Federação do Partido Socialista?
Repara: então, dialoga com militantes, mas não dialoga contigo que és militante!.. Não está disponível para transformar a política num circo mediático e dá entrevista ao Jornal mais mediático do País!...
Terá Renato consciência destas contradições?!.... Ou despeja palavras sem coerência, num “rasquismo” puro de ignorância?!...
Ah!!!... E diz aos que o acusam de “caixa de ressonância” de Sócrates, que são a “caixa de ressonância de Rui Rio”.
Brilhante raciocínio e com grande sentido de vivermos numa sociedade aberta!!!... A quem convirá esta teoria dos conspiradores infiltrados?!... E lembram-se do que dizia o Botas que caiu da cadeira?!....
Os militantes do PS também se revêem nos “dirigentes” que escolhem. Será que se revêem neste dirigente?!...
Tudo é possível neste PS que se tornou num post scriptum do socialismo, que tem lideres de mercearia (de votos) e não lideres de mérito.
Nunca mais Sócrates reconquistará (com tanta mediocridade a rodeá-lo!), a esquerda. Esta já não vai no seu contorcionismo, não dá credibilidade a gente como os renatos e cada vez está mais afastada deste PS nas sondagens.
Será que não se percebe que são os renatos que convêem ao Rui Rio e que, por melhor que seja, o câncidato a enfrentar Rui Rio com renatos nunca irá longe?!...
Para bem dos ideais do Socialismo, precisávamos, de facto, de mudança: mudança não só de políticas, mas de pessoas!
JBM
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