Percebem-se melhor as palavras de Cravinho de há um mês e tal atrás? Parece que a origem do défice que a todos apoquenta e para tudo serve de pretexto é, na verdade, muito variada, não sendo o excesso de pessoal nos serviços públicos o motivo principal...
(Público)06.09.2008
Representanda pela gorda fatia dos negócios gerados pela EP em matéria de ambiente, a elaboração dos estudos de impacte ambiental (EIA) das estradas a construir não parece privilegiar nenhuma empresa em particular, mas as adjudicações directas são lideradas pela Trifólio, uma sociedade que teve entre os seus colaboradores dois técnicos superiores da EP. Ainda que com um lugar mais discreto, a Amb e Veritas, empresa com ligações a uma outra técnica superior da EP, tem vindo a reforçar a sua posição, liderando neste momento as adjudicações, com quatro dos 14 estudos em fase de avaliação.Criada em 1992 por duas pessoas sem formação nesta área, que em 1996 vieram a formar a Geoarque - empresa controlada por dois outros técnicos da EP -, a Trifólio teve uma forte ligação a Ana Cristina Martins, actual directora do Gabinete de Ambiente da EP, e a Joaquim da Silva Thó, um outro quadro do mesmo gabinete (ver texto principal). A colaboração destes técnicos com a Trifólio e outras empresas, nomeadamente a Ecoserviços - em que também trabalhou Ana Martins e tem feito muitos estudos de estradas -, estava autorizada pela EP, mas não foi possível apurar se ainda se mantém. O PÚBLICO tentou esclarecer o envolvimento de ambos com a Trifólio, mas não conseguiu contactá-los. O actual sócio-gerente da empresa, por seu lado, recusou-se a prestar declarações. No caso da Amb e Veritas, a ligação aos técnicos da EP concretizou-se já este ano com a constituição da Geoarque II (ver texto principal). A acreditar nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a EP e antecessores promoveram desde 1995 a realização de 142 EIA, sendo que 22 deles foram da responsabilidade da Trifólio, empresa que apenas fez mais sete estudos do mesmo tipo para outros clientes. As outras empresas que mais trabalharam para a EP foram a Arqpais e a Coba (21 cada uma), a Agroambiente (13), a Ecoserviços (12), a Ecosistema (9) e a Amb e Veritas (8), sendo que esta empresa só entrou no negócio em 2001. Em fase de avaliação encontram-se ainda 14 estudos adjudicados pela EP em 2007 e 2008, sendo 4 da Amb e Veritas, dois da Trifólio, dois da Coba e seis de seis empresas distintas.Estes números, contudo, parece não refectirem toda a realidade, na medida em que a EP, em resposta ao PÚBLICO, enumera um total de 16 contratos com a Trifólio desde 1993, no valor de 502.020 euros, sendo que 12 deles não constam da lista de 22 que lhe são atribuídos pela APA.Já no que respeita à Amb e Veritas, a sua posição entre os fornecedores da EP também não é fácil de determinar. Isto porque a APA lhe credita oito estudos feitos e quatro em execução, enquanto a EP diz que só lhe entregou seis contratos por 234.037 euros. Acresce que destes seis só um é que consta da lista da APA. Além disso, a Amb e Veritas informou por escrito o PÚBLICO de que o total da sua facturação com a EP se ficou por cerca de 53.000 euros, quase um quinto do que diz a EP. A sucessora da JAE identifica, por exemplo, um contrato de 100.749 euros feito com a Amb e Veritas, relativo ao Nó de Arões do IC5. Esta empresa, porém, insiste em que nunca celebrou qualquer contrato relativo a esse nó. Responsáveis de outras empresas que pedem o anonimato garantem que estes números escondem "uma verdadeira teia de subcontratações" que tem assegurado a hegemonia da Trifólio na EP, lugar que estará a perder em favor da Amb e Veritas.
Representanda pela gorda fatia dos negócios gerados pela EP em matéria de ambiente, a elaboração dos estudos de impacte ambiental (EIA) das estradas a construir não parece privilegiar nenhuma empresa em particular, mas as adjudicações directas são lideradas pela Trifólio, uma sociedade que teve entre os seus colaboradores dois técnicos superiores da EP. Ainda que com um lugar mais discreto, a Amb e Veritas, empresa com ligações a uma outra técnica superior da EP, tem vindo a reforçar a sua posição, liderando neste momento as adjudicações, com quatro dos 14 estudos em fase de avaliação.Criada em 1992 por duas pessoas sem formação nesta área, que em 1996 vieram a formar a Geoarque - empresa controlada por dois outros técnicos da EP -, a Trifólio teve uma forte ligação a Ana Cristina Martins, actual directora do Gabinete de Ambiente da EP, e a Joaquim da Silva Thó, um outro quadro do mesmo gabinete (ver texto principal). A colaboração destes técnicos com a Trifólio e outras empresas, nomeadamente a Ecoserviços - em que também trabalhou Ana Martins e tem feito muitos estudos de estradas -, estava autorizada pela EP, mas não foi possível apurar se ainda se mantém. O PÚBLICO tentou esclarecer o envolvimento de ambos com a Trifólio, mas não conseguiu contactá-los. O actual sócio-gerente da empresa, por seu lado, recusou-se a prestar declarações. No caso da Amb e Veritas, a ligação aos técnicos da EP concretizou-se já este ano com a constituição da Geoarque II (ver texto principal). A acreditar nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a EP e antecessores promoveram desde 1995 a realização de 142 EIA, sendo que 22 deles foram da responsabilidade da Trifólio, empresa que apenas fez mais sete estudos do mesmo tipo para outros clientes. As outras empresas que mais trabalharam para a EP foram a Arqpais e a Coba (21 cada uma), a Agroambiente (13), a Ecoserviços (12), a Ecosistema (9) e a Amb e Veritas (8), sendo que esta empresa só entrou no negócio em 2001. Em fase de avaliação encontram-se ainda 14 estudos adjudicados pela EP em 2007 e 2008, sendo 4 da Amb e Veritas, dois da Trifólio, dois da Coba e seis de seis empresas distintas.Estes números, contudo, parece não refectirem toda a realidade, na medida em que a EP, em resposta ao PÚBLICO, enumera um total de 16 contratos com a Trifólio desde 1993, no valor de 502.020 euros, sendo que 12 deles não constam da lista de 22 que lhe são atribuídos pela APA.Já no que respeita à Amb e Veritas, a sua posição entre os fornecedores da EP também não é fácil de determinar. Isto porque a APA lhe credita oito estudos feitos e quatro em execução, enquanto a EP diz que só lhe entregou seis contratos por 234.037 euros. Acresce que destes seis só um é que consta da lista da APA. Além disso, a Amb e Veritas informou por escrito o PÚBLICO de que o total da sua facturação com a EP se ficou por cerca de 53.000 euros, quase um quinto do que diz a EP. A sucessora da JAE identifica, por exemplo, um contrato de 100.749 euros feito com a Amb e Veritas, relativo ao Nó de Arões do IC5. Esta empresa, porém, insiste em que nunca celebrou qualquer contrato relativo a esse nó. Responsáveis de outras empresas que pedem o anonimato garantem que estes números escondem "uma verdadeira teia de subcontratações" que tem assegurado a hegemonia da Trifólio na EP, lugar que estará a perder em favor da Amb e Veritas.
1 comentário:
Almerindo Marques é a pessoa certa para o lugar do IEP
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