domingo, 7 de setembro de 2008

"Rentrée"

Por João Carlos Coelho dos Santos

- Oxalá que ESTA venha acompanhada de uma lufada de ar fresco.
- Oxalá que ESTA traga soluções para os novos desafios que se perspectivam.
- Oxalá que ESTA traga uma nova cultura política.
- Oxalá que ESTA venha ainda a tempo, de apresentar novas soluções para os velhos problemas, que afligem actualmente os portugueses.

A “lufada”, pressupõe que; o Partido Socialista tem que saber opor-se com pragmatismo ao autoritarismo burocrático, ao elitismo político e ao artifício eleitoreiro, permitido com esta prática, que as propostas sejam ouvidas e entendidas não só pelos mais ansiosos, mas sobretudo, pelos mais descrentes.

O “desafio”, pressupõe que; o Partido Socialista tem que saber que o seu prestígio político, não deriva apenas do rigor do seu projecto, mas da disponibilidade, efectiva, de o executar.
O profundo enraizamento histórico do Partido Socialista, é a garantia insofismável da sua capacidade em mobilizar a maioria dos portugueses, o que torna mais do que evidente, que qualquer solução política a pôr em prática só vinga ao nível das estruturas representativas, quando é acompanhada e estimulada pelo querer da população. Logo, o oposto do “NÃO EXISTO LOGO PENSO”.

A “nova” cultura, pressupõe que o Partido Socialista tem perante si a responsabilidade de fazer vencer as próximas batalhas legislativas e autárquicas mas... não só.
A estas, tem obrigatoriamente de juntar as do desenvolvimento das regiões, as do respeito pela justiça social, as da solidariedade, as da igualdade e as da fraternidade, valores indissociáveis que também exigem, que sejam praticados no seu próprio seio.
A nova cultura, exige que o partido, enquanto tal, abra espaço à participação de todos, que não se feche na arrogância imposta por de alguns ciumentos e que possua espírito de missão suficiente, para não cair na iniquidade de ver, na crítica, a “espada” do inimigo.
Todas as estruturas do partido têm de se afirmar neste sprint final, com o sentido da esperança, partilhando-a solidariamente com todos os militantes. Estes não podem ficar parados à espera do que lhes reserva(?) o futuro. É necessário construir o amanhã, a partir do estímulo que se possa receber hoje.
O tempo que vivemos caracteriza-se por valores tendencialmente contraditórios que é necessário harmonizar. Mas como esta tem sido uma tarefa difícil de alcançar, (por culpa própria, diga-se) não é de admirar que surjam movimentos de cidadãos, que se “insurgem” contra o discurso global, optimista, prometedor e por vezes excessivamente confiante, com que são contemplados.

A rentrée que desejo, é a que dê oportunidade de discutir o Partido Socialista no seu todo.
É a que apele para a participação activa e consciente dos seus militantes e quadros, no sentido de se colocarem com saber e humildade, ao serviço de um projecto colectivo.
A rentrée que desejo, é a que indicie um claro posicionamento político, assumido com rigor ideológico.
É a que interpreta a esquerda, moderna(?) ou antiga(?), como paradigma da nossa razão de ser como partido, que deve sempre existir, mesmo que se seja governo. Não é imitando que se afirma a diferença pela simples, mas importante razão, de que o paradigma faz parte da Gênesis do Partido Socialista.
Se a rentrée, não incluir uma pitada de tudo isto, apresenta-se um tanto ou quanto deslavada.
Não vos parece???

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