(LUSA) Porto, 26 de Setembro de 2008, 12:14
O candidato à presidência da distrital do PS/Porto, Pedro Baptista, responsabilizou hoje José Sócrates pela perda de eleitorado à esquerda, considerando que esta tendência vai agravar-se e que o actual líder socialista não tem condições para a inverter.
"Não vejo que o primeiro-ministro, pelas suas posições tão vincadas, tenha margem de manobra para recuperar o eleitorado à esquerda", sustentou Pedro Baptista, em declarações à Lusa.
O ex-deputado socialista comentava os resultados de uma sondagem efectuada pela Marktest, para o Diário Económico, que atribui ao PS 36,1 por cento das intenções de voto, ficando o PSD com 29,3 por cento.
Esta sondagem, realizada entre 16 e 20 de Setembro, com base nas respostas de 802 inquiridos, indica um crescimento das intenções de voto na CDU, com 12,6 por cento, e do Bloco de Esquerda, com 10,9 por cento, colocando o CDS/PP em quinto lugar, com apenas 7,1 por cento das intenções de voto.
Na perspectiva de Pedro Baptista, "o único elemento estranho nesta sondagem é a votação do CDS/PP tão alta, tudo o resto é normal e lógico".
"O PSD mostra que não é alternativa e o PS, com uma política muito na área das medidas tradicionais do PSD, foi-se desgastando à esquerda", considerou o candidato à presidência da distrital do PS/Porto onde vai defrontar o deputado Renato Sampaio, que se recandidata.
Na opinião de Pedro Baptista, "pela primeira vez desde o 25 de Abril, a alternância no bloco central está a ser abalada e está a surgir uma alternativa entre esquerda e direita".
"Se juntarmos os eleitores da ala esquerda do PS, com a CDU e o Bloco de Esquerda somos capazes de estar muito perto da maioria absoluta", frisou Baptista, salientando que, perante a evolução da situação política nacional "o crescimento da esquerda era evidentíssimo".
"Quem não contasse com isso não tem noção do que anda a fazer", frisou.
Para o antigo deputado socialista e professor universitário na Universidade do Porto, "o voto que oscilava entre PS e PSD, por falta de credibilidade do PSD, deslocou-se para a esquerda".
"Tenho muitas dúvidas que o PS consiga inverter esta tendência, que considero que se vai confirmar e até acentuar nos próximos meses", defendeu.
Pedro Baptista sustentou que José Sócrates, pelas posições políticas que tem assumido "não tem rosto para ser alternativa à esquerda".
O candidato à presidência da distrital do PS/Porto, Pedro Baptista, responsabilizou hoje José Sócrates pela perda de eleitorado à esquerda, considerando que esta tendência vai agravar-se e que o actual líder socialista não tem condições para a inverter.
"Não vejo que o primeiro-ministro, pelas suas posições tão vincadas, tenha margem de manobra para recuperar o eleitorado à esquerda", sustentou Pedro Baptista, em declarações à Lusa.
O ex-deputado socialista comentava os resultados de uma sondagem efectuada pela Marktest, para o Diário Económico, que atribui ao PS 36,1 por cento das intenções de voto, ficando o PSD com 29,3 por cento.
Esta sondagem, realizada entre 16 e 20 de Setembro, com base nas respostas de 802 inquiridos, indica um crescimento das intenções de voto na CDU, com 12,6 por cento, e do Bloco de Esquerda, com 10,9 por cento, colocando o CDS/PP em quinto lugar, com apenas 7,1 por cento das intenções de voto.
Na perspectiva de Pedro Baptista, "o único elemento estranho nesta sondagem é a votação do CDS/PP tão alta, tudo o resto é normal e lógico".
"O PSD mostra que não é alternativa e o PS, com uma política muito na área das medidas tradicionais do PSD, foi-se desgastando à esquerda", considerou o candidato à presidência da distrital do PS/Porto onde vai defrontar o deputado Renato Sampaio, que se recandidata.
Na opinião de Pedro Baptista, "pela primeira vez desde o 25 de Abril, a alternância no bloco central está a ser abalada e está a surgir uma alternativa entre esquerda e direita".
"Se juntarmos os eleitores da ala esquerda do PS, com a CDU e o Bloco de Esquerda somos capazes de estar muito perto da maioria absoluta", frisou Baptista, salientando que, perante a evolução da situação política nacional "o crescimento da esquerda era evidentíssimo".
"Quem não contasse com isso não tem noção do que anda a fazer", frisou.
Para o antigo deputado socialista e professor universitário na Universidade do Porto, "o voto que oscilava entre PS e PSD, por falta de credibilidade do PSD, deslocou-se para a esquerda".
"Tenho muitas dúvidas que o PS consiga inverter esta tendência, que considero que se vai confirmar e até acentuar nos próximos meses", defendeu.
Pedro Baptista sustentou que José Sócrates, pelas posições políticas que tem assumido "não tem rosto para ser alternativa à esquerda".
8 comentários:
Gostei da tua análise. Só não vê quem não quer.
O último parágrafo é que podias ter evitado.
Nós, militantes do PS não teremos culpas de algumas políticas de direita?
Não teremos culpa de o partido não discutir ideias?
Não teremos culpa de se ter acentuado o centralismo?
Temos é de exigir que Sócrates faça uma viragem à esquerda e que ouça o partido e os eleitores.
Algumas medidas aplicadas por essa Europa fora, com Portugal incluido, estão a dar os resultados que todos conhecemos.
A politica de privatizações, nomeadamente da água, da electricidade, dos combustíveis, das cadeias e até dos cemitérios, não~é mais do que uma imposição bem consertada do capitalismo selvagem e da economia de casino.
O Consenso de Washington, o G8 e alguns economistas alemães que forjaram um conseito novo, o "Killer-kapitalismus" (capitalismo de assassinos), os neoliberais da UE e a sua Comissão, são os responsáveis por esta crise profunda e que querem abafar.
Estou a lembrar-me de dois parágrafos do prefácio do livro de Strauss "A Chama e a Cinza" onde Ferro Rodrigues dizia:
"Julgo no entanto que, em Portugal, como em muitos outros lugares de debate e de renovação da esquerda contemporânea, nada será possível sem recuperar a força de um laço que está a quebrar: o da confiança entre os cidadãos, o sistema político e os seus pilares, os partidos.
Este é um combate que não é só dos Socialistas nem só da esquerda.
É um combate que, sendo sobretudo da esquerda,tem de ser o de todos para quem a liberdade de expressão, a separação de poderes, a autonomia do poder político face ao poder económico, a ética do exercício do poder democrático continuam a ser, incondicionalmente, valores básicos da democracia."
Há forças ocultas que dominam alguns polítics e alguns governos e que a continuarem ocultas e sem controlo, podeão causar graves danos à democracia e aos POVOS.
A VERDADE TEM DE SER DITA PARA QUE ALGUNS ACORDEM.
uM ABRAÇO PEDRO BAPTISTA
O que a citação pouco clara do último parágrafo refere é a declaração que faço de que Sócrates não tem rosto para que se o PS ganhar sem maioria absoluta possa fazer uma alinça à esquerda. E claro que ele não pode. Sócrates, pela imagem de determinação e inflexibilidade que deu na execução da política que escolheu já não pode virar à esquerda. O resultado seria desastroso: perderia o que ganhou ao esvaziar parte do PSD e pouco recuperaria à esquerda porque já é tarde e a situação não é favorável. Se o fizesse, perderia pau e bola.
Sócrates pode governar melhor, mas não pode virar à esquerda. Com Sócrates, o PS não pode virar à esquerda. Pedro Baptista tem razão.
O que tu dizes é evidente!
Estou também convencido que, na hora da verdade, nem a direita vai votar em Sócrates. Dirão para consigo mesmo: se enganou a esquerda também nos enganará. Sócrates vai perder as eleições. Só confia no marketing e já muita gente deu conta de que a sua propaganda é enganosa!
Tenho pena que as "inteligências" que pairam no PS não dêem conta que a ideia de socialismo, que foi um capital de esperança para milhões e milhões de seres humanos foi desbaratada em nome de uma “mudança” que nas relações entre patrões e empregados, na ideia de direito á educação, à saúde, ao trabalho, no sentido de responsabilidade que vincula eleitos aos eleitores, significou um retrocesso tremendo.
Durante as próximas décadas o socialismo de Sócrates será assemelhado ao socialismo dos países africanos.
A tua proposta para legitimar líderes nas bases de apoio (base mais alargada do que a de militantes, que nada miltam!) e não em grupos de interesses é uma proposta que credibilizaria o partido e corresponderia à MUDANÇA autentica, capaz de gerar lideres de mérito.
Não a vão aceitar, nem a querem discutir, porque o PS é, hoje, um grupo de interesses, mesquinho, de muita gente (não é toda!) que está sempre à espera de uns trocos da mesa do orçamento, e sem qualquer ideia galvanizadora dos eleitores. O que se passa, hoje, no PORTO é quase obsceno!
Vais ver que o RIO ganha outra vez!
João Baptista Magalhâes
A eleição dos candidatos a deputados pelas bases é um pequeno passo, mas seguro e exequível.Se eu ganhar não haverá forma de a impedir. Mesmo que a Comissão Política Distrital vetasse os resultados a responsabilidade política seria arrazadora. Se conseguirmos dar este passo no Porto, alastrará a todo o partido a até aos outros partidos.
Quanto à base eleitoral, Sócrates não tem qualquer margem de manobra para recuperar nem na administração pública nem das pessoas que vão ao bolso e só encontram cotão e notas de dívidas. São pessoas de mais.
Abraço João Baptista, velho combatente.
Estou de acordo contigo: numa altura em que o descrédito dos partidos é enorme, a sua dignificação passa por substituir as lideranças de mercearia pelas lideranças de mérito.
E esta mudança já se tornou num imperativo moral. Se o conseguires eu regresso ao PS.
Agora, transportar os velhinhos dos lares para votar e escrever-lhes num papel onde devem votar, afirmando que o voto deles é igual ao meu, não vou nessa "vermelhinha".
JbM
Meu caro João Magalhães:
Como eu me senti renovado com o seu comentário.
+E sso mesmo. Não podemos ter medo das palavras e das ideias, porque de idiotas e de iletrados estão alguns partidos cheios.
O "quase obsceno" é muito leve. Mas aceito porque há gente séria.
Como eu aprendi consigo. As análises políticas e filosóficas já há 20 anos faziam sentido.
Isto de esquerdas modernas já não cola.
Blair com a 3ª. via, Shroeder a dar a mão à senhora Merkel, Barroso colocado na comissão pelos neoconservadores e neoliberais e a Europa em derrapagem continua.
Esquerda Democrática e sem medo do Socialismo ajustada ao novo século.
Este pode ser o século da grande mudança e da afirmação da esquerda democrática.
Privatizar prejuizos e socializar lucros, como quer o senhor Bush, é o Marxismo ao contrário.
Não se preocupa ele com os 500 biliões de dólares de défice para este ano, mas o directório europeu exigiu défice 0 aos países em desenvolvimento.
Como eu gostava de voltasse ao PS com Pedro Baptista a Presidente da FDP.
Um grande abraço
Um grande abraço. Quando nos sentimos esquecidos, sentir que a amizade perdura é bom e humanamente muito gratificante.
Um abraço também para si.
João Baptista Magalhaes
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