sábado, 24 de maio de 2008

76% dos novos hospitais privados estão no Litoral Norte

Quererá dizer o que parece?...

(DN) 24.05.2008
O mapa da hospitalização privada em Portugal está em acelerada transformação, com a abertura de unidades hospitalares a crescer a um ritmo superior a 10% ao ano. Mas a distribuição geográfica das novas unidades reproduz as assimetrias regionais do sistema de saúde. Dos 22 hospitais privados que abriram desde 2006 ou estão em curso ou planeamento até 2009, 73% situam-se no litoral a norte do Mondego.

Naquele universo de projectos há quatro unidades na Grande Lisboa, duas no Algarve, e apenas duas no interior, em Chaves e em Mirandela, não existindo qualquer iniciativa programada para o Alentejo.

Foi também na região Norte que, até agora, mais urgências hospitalares do sistema público foram encerradas. Desde 2006 até agora, e de acordo com os dados fornecidos ao DN pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, abriram ou foram substancialmente ampliados seis hospitais, estando em curso a construção de mais 16 hospitais, a maioria dos quais com data de abertura prevista para o próximo ano. Os projectos em carteira, desenvolvidos por grupos nacionais, envolvem um investimento estimado da ordem dos 600 milhões de euros. Entre os promotores incluem-se não apenas os grandes grupos da área da saúde, como a José de Mello Saúde, Espírito Santo Saúde e Hospitais Privados de Portugal, mas também o Grupo Trofa Saúde - detentor do Hospital Particular de Lisboa - que é responsável por seis dos novos investimentos, numa dinâmica de relevo, entre outros de menor dimensão.

Os dados permitem concluir que, apesar de o Governo ter abandonado a filosofia das parcerias público-privadas na gestão hospitalar, os investidores avançam sozinhos. As expectativas de rentabilização do negócio estão num mercado de crescimento assegurado. Os cuidados de saúde aumentam proporcionalmente ao envelhecimento da população e ao crescimento económico. E, nessa matéria, estima-se que, em 2050, Portugal seja um dos países da União Europeia com maior percentagem de idosos, ou sejam 32% da população deverá ter mais de 65 anos. Por outro lado, os grupos privados apostam numa abertura do regime de convenções com o Estado, que está em fase de revisão, de modo a apresentarem-se como alternativas dentro do próprio sistema nacional de saúde.(...)

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