terça-feira, 27 de maio de 2008

Mário Soares avisa PS contra desigualdades e pobreza em artigo de opinião no Diário de Notícias

Que bom não falarmos sozinho!... Podem aproveitar a Comissão Nacional do próximo sábado para falar nisto e em muitas outras coisas. Mas será que algum membro da Comissão vai abrir a boca?
27.05.2008 - 08h41 PÚBLICO, em linha.
O socialista Mário Soares, ex-Presidente da República (1986-96) sugere aos responsáveis do PS “uma reflexão profunda sobre as questões” da pobreza, das desigualdades sociais, sobre o descontentamento da classe média, descritas como as que “afligem mais” o país, bem como “as questões prioritárias com elas relacionadas”, que diz serem a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social e o trabalho.
“Quem vos avisa vosso amigo é”, diz ainda Mário Soares, num artigo de opinião publicado hoje no “Diário de Notícias”, onde considera que estas são “questões verdadeiramente prioritárias” sobre as quais “importa actuar com políticas eficazes, urgentes e bem compreensíveis para as populações”, e recomenda que isso seja feito “ainda durante este ano e no seguinte”, sob pena de o Governo “pôr em causa” tudo o que fez (e bem, segundo Soares) para “reduzir o défice das contas públicas e tentar modernizar a sociedade”.
Para Soares, é urgente “fortalecer o Estado e não entregar a riqueza aos privados”, porque “não serão, seguramente, eles que irão lutar, seriamente, contra a pobreza e reduzir drasticamente as desigualdades”.
O ex-presidente socialista foi há dois anos o candidato à Presidência da República apoiado pela actual direcção do PS, em disputa também com outro socialista, o deputado Manuel Alegre, que concorreu sem o apoio do partido.
O custo de não seguir estes conselhos será, “inevitavelmente”, a continuação da subida nas sondagens do PCP e do Bloco de Esquerda, bem como dos seus líderes. Mário Soares lembra ainda que no debate entre os quatro candidatos a líderes do PSD dois deles “só falaram” nas desigualdades sociais e na pobreza. Soares atribui a culpa pela actual situação a “causas externas” e fala de uma “crise profundíssima a que a liberalização neoliberal conduziu o mundo”, que diz poder vir a transformar-se numa “crise global deste ‘capitalismo do desastre’, pior do que a de 1929.

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