(JN) 27.05.2008 O pior momento do transporte aéreo internacional". Foi desta forma que o presidente da TAP, Fernando Pinto, classificou, ontem, a conjugação da crise petrolífera com a estagnação económica nos Estados Unidos e na Europa, que estão a afectar sobremaneira os resultados operacionais da empresa. De acordo com o gestor, os custos com combustíveis podem derrapar 50%, caso os actuais preços se mantenham. Se a transportadora não conseguir rotas menos dispendiosas, o despedimento de pessoal é a "única hipótese", a que o Governo não se opõe.À margem de uma conferência sobre transporte aéreo, Fernando Pinto frisou a necessidade de "analisar todas as hipóteses possíveis para tornar a empresa ainda mais eficiente". "Se existirem rotas que não estão a obter resultados operacionais positivos devido ao preço dos combustíveis, elas terão de ser reequacionadas", afirmou o gestor. "A nossa prioridade é de descobrir novos mercados para os aviões que hoje operam em rotas menos eficientes do ponto de vista económico. Se não o conseguirmos, a única hipóteses é a redução de pessoal", explicou.Fernando Pinto sustentou que "quando uma empresa eficiente como a TAP tem de analisar a redução de tamanho, tem de olhar para o todo, incluindo postos de trabalho". Contudo, clarificou, "essa hipótese já foi analisada, mas ainda não foi considerada". O gestor admitiu também novos ajustamentos nos preços dos bilhetes, caso o preço dos combustíveis continue a subir. Na semana passada, a TAP já procedeu a aumentos nos preços dos bilhetes (três euros para voos na Europa e dez para os intercontinentais). Contudo, avançou o presidente da TAP, as subidas das taxas de combustíveis aplicadas às tarifas dos aviões só representam 30% da variação dos combustíveis e o restante "é absorvido pela empresa".Como tal, os custos com combustíveis previstos para este ano pela transportadora - cerca de 500 milhões de euros - poderão sofrer uma derrapagem de 250 milhões de euros, atingindo os 750 milhões. Fernando Pinto deu a entender que os objectivos contratualizados com a tutela para este ano, e que passam por lucros de 64 milhões de euros, não deverão ser atingidos. "Os resultados não apontam para isso, apontam para muito menos". Mas, disse, "nunca deixamos de ter uma meta e de persegui-la, por mais difícil que seja".Governo não interfereO secretário de Estado das Comunicações, Paulo Campos, também presente na conferência, afirmou não ter conhecimento de planos de despedimento na TAP, mas frisou que se tal vier a acontecer, o Governo não se oporá. "Numa empresa como a TAP, tem de haver um ajustamento ao funcionamento do mercado. Se em determinados momentos, forem necessários ajustamento, eles terão de ser feitos", disse. "Se a tutela for confrontada com essa questão, não terá influência nas opções que a empresa tomar", garantiu.
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