Há razão para lutarmos, não para nos acomodarmos aos tachos! O que é, afinal, ser socialista? Se é preciso a política de responsabilidade como decorrência da política de convicção, como todos gostam de recitar do Max Webber desde que descobriram essa, só pode haver política de responsabilidade socialista com convicção combatente pela justiça social. E isso, muitas vezes, é inconveniente ao oportunismo pessoal do carreirista. É caso para dizer: que cada um encare as suas responsabilidades... e as suas convicções. Os factos, os resultados estão à vista... Somos o país onde a exploração é maior e as mil e uma formas de roubalheiras sobre quem trabalha é mais generalizado. Salários de miséria, precaridade, desemprego, constante chantagem patronal ou estatal, mistificação dos factos por uma comunicação social, ela própria aterrorizada e transformada num pau-mandado dos poderes... O novo Código de Trabalho que precisamos é o que nos dê instrumentos para lutar contra este estado de coisas. Não o que ajudar a piorar o estado de coisas. Leiamos os factos: Europa dixit! E nós sabemos que as coisas são assim mesmo ou ainda piores.
De resto, seria conveniente não esquecerem o velho toque a rebate do rico com consciência social-democrata: "tratemos dos pobres, antes que os pobres tratem de nós". Ouvimos isto da boca do António Guterres, há uns poucos anos...
(Público) Em linha 22.05.2008 - 16h45 Lusa
Portugal foi hoje apontado em Bruxelas como o Estado-membro com maior disparidade na repartição dos rendimentos, ultrapassando mesmo os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade. O Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia (UE) em 2007 conclui, no entanto, que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos, à excepção de Portugal. O relatório é o principal instrumento que a Comissão Europeia utiliza para acompanhar as evoluções sociais nos diferentes países europeus. Os indicadores de distribuição dos rendimentos mostram que os países mais igualitários na distribuição dos rendimentos são os nórdicos, nomeadamente a Suécia e Dinamarca. "Portugal distingue-se como sendo o país onde a repartição é a mais desigual", salienta o documento que revela não haver qualquer correlação entre a igualdade de rendimentos e o nível de resultados económicos. Contudo, se forem comparados os coeficientes de igualdade de rendimentos dos Estados-membros com o respectivo PIB (Produto Interno Bruto) por habitante constata-se que os países como um PIB mais elevado são, na sua generalidade, os mais igualitários.
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