E se vão discutir o futuro da aviação, sob a batuta das construtoras será para justificar as obras de novos aeroportos... Descoberta da pólvora! Se não, como se justifica a construção de um novo aeroporto, quando a subida do preço do petróleo, que não sabemos até onde chegará, indica a estagnação próxima do sector da aviação, com deslocação dos clientes para os voos de baixo custo, paragem do aumento do número de passageiros e provável redução? Será um novo aeroporto para planadores? E como nos sentimos todos, sobretudo os que tivemos a ver com o 25 de Abril e a luta pela democracia, com a passagem do ex-ministro das obras públicas e permanente nº 2 do partido para este lugar... É assim? Terá de ser assim? Pensamos que nem sequer poderá ser assim, senão estamos perante o fracasso da democracia. É preciso lutar por ela, lutando contra todas estas "coisas" e contra este estado de coisas..
(DN) 26.05.2008 Jorge Coelho dá hoje os primeiros passos à frente dos destinos da maior construtora nacional. O ex-ministro é eleito, esta tarde, em assembleia geral da Mota-Engil por um mandato que, para já, vai só até 2009, porque termina o período de quatro anos iniciado em 2006. Mas será ele a definir a estratégia para os próximos cinco anos. O plano estratégico que elaborou através da sua consultora, a Conjectmark, e que apresentará no final da semana, irá preparar a construtora para o período de 2008/2013 que coincide com o concurso e a execução do maior pacote de obras públicas de sempre, no valor de 40 mil milhões de euros. Estes projectos estarão entre os principais desafios do novo homem forte da Mota-Engil, que curiosamente até chegou a decidir alguns enquanto ministro do Equipamento Social (Obras Públicas), como a terceira travessia. O novo aeroporto internacional de Lisboa, para o qual a Mota lidera o até agora único consórcio formado, e a rede de alta velocidade (TGV), na qual a empresa está em conversas para a formação de um agrupamento concorrente, são os principais investimentos. As concessões rodoviárias e as plataformas logísticas, já em curso, são outras das áreas centrais. Até hoje, o ex-ministro tem mantido o silêncio sobre o que tem preparado. Numa recente conversa informal com jornalistas, na apresentação de uma conferência internacional sobre aeroportos da qual é o presidente, Jorge Coelho respondeu com tom de brincadeira às insistentes questões sobre a sua futura actividade de CEO (presidente executivo): "Não se esqueçam que eu fui político e não me vão pôr a falar se eu não quiser". Mas se a estratégia não é conhecida, as grande linhas gerais de actuação da empresa deverão manter-se: a diversificação dos negócios para lá da construção e a internacionalização da actividade. Outro dos desafios é a consolidação do crescimento da empresa, através da diversificação e da internacionalização - rumo à Europa do Leste, África e América Latina, mas sem pôr em causa estrutura accionista controlada pela família Mota, depois de António Mota trocar o cargo executivo pelo de presidente do conselho de administração. E o percurso já ensaiado em alguns negócios mais recentes do grupo é uma pista segura para o futuro crescimento da Mota-Engil. A separação de activos (spin-off) em novas empresas e a eventual dispersão de uma fatia do capital em bolsa, de forma a obter financiamento para investimentos, mas assegurando, em conjunto com parceiros, o controlo accionista e da gestão. A Martifer nas energias renováveis foi o primeiro exemplo. O próximo será a recém-apresentada Ascendi. A empresa criada com o Grupo Banco Espírito Santo para reunir todas as concessões rodoviárias e de transportes. Para além da assembleia geral, hoje Jorge Coelho marca também presença na conferência internacional sobre aviação que reunirá em Lisboa os responsáveis de alguns dos principais aeroportos do mundo para discutir o futuro da indústria daqui a uma década. O novo aeroporto internacional de Lisboa, com a abertura programada para 2017, será um tema obviamente obrigatório.
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