Ora assim está bem! Governar é trabalhar na solução dos problemas! Não simplesmente exibir o poder que lhe foi conferido provisoriamente mesmo que com maioria absoluta. O discurso do Governo poderia e deveria ter sido este, desde o princípio, sem ter de vir a reboque das "bocas" fáceis de Cavaco Silva e dos "estouros" de Mário Soares e Manuel Alegre. Nem de uma greve a quase sem100% a prejudicar toda a gente, menos os peixes talvez. Fazer política, governar, é também antecipar soluções antes de os problemas eclodirem, quando eles ainda estão latentes mas já se anunciam.
Talvez não seja necessário é preocuparem-se com iates que beneficiam das mesmas medidas de discriminação positiva que os pescadores. Então não se esqueçam de os pôr a pagar a gasosa ao devido preço tal qual pagam os jaguares... Os ricos do nosso liberalismo são assim: nunca perdem uma ocasião de "mamar" à conta do Estado. São provadíssimos mas sempre encostados ao Orçamento. Aliás, foi assim que a maioria se tornou "rica". Os ditos "ricos meninos".
(JN) 31.03.2008 O Governo está a negociar com os pescadores - e com Bruxelas - medidas que permitam aliviar a crise sentida pelas frotas pesqueiras portuguesas face ao rápido aumento do preço dos combustíveis.
Segundo apurou o JN, o Ministério da Agricultura está já a trabalhar em medidas específicas, que implicam a derrogação de legislação comunitária.
A abertura negocial foi manifestada "antes" dos alertas de Cavaco Silva para que os apoios aos pescadores sejam considerados, garante a mesma fonte do Governo ao JN.
Mas só ontem começaram a ser transmitidas a alguns parceiros, como o presidente de uma associação de armadores do sotavento algarvio, que disse ontem à Lusa ter recebido, pela manhã - do primeiro dia de greve - "um telefonema do secretário de Estado das Pescas" com uma "nova proposta".
Um pouco depois, a meio da tarde, surgiu outro sinal público de abertura: o secretário de Estado adjunto da Agricultura e Pescas realçou que Portugal está a preparar uma proposta conjunta com Espanha, França e Itália.
O objectivo, disse, é "pedir flexibilidade na aplicação dos programas operacionais, no âmbito do Fundo Europeu de Pescas, de modo a poder dar apoio às comunidades piscatórias mais carenciadas". Cavaco dá empurrão Antes de tudo isto, logo pela manhã, o presidente da República deixou um forte sinal de alerta. Apontou o perigo de se estar a criar um "clima de crispação", devido às desigualdades sociais e a um "choque petrolífero de grande dimensão e abrupto" que atinge também Portugal.
A situação, disse Cavaco Silva, torna necessárias "respostas selectivas" para ajudar os grupos mais desfavorecidos. Poucos minutos depois do ministro Jaime Silva ter recusado "soluções pontuais" para ajudar os pescadores, o chefe de Estado insistia na mensagem social, reconhecendo que os pescadores estão a ter "mais dificuldades" para enfrentar a crise, e defendendo que, "quando isto acontece, o que pode ser feito são respostas selectivas para tentar ajudar os grupos que têm dificuldade a ajustar-se à nova situação". E poderá o Executivo fazer alguma coisa para os ajudar? - questionaram os jornalistas. A resposta foi directa: o Governo já tomou algumas medidas - reconheceu -, mas "pode tomar mais algumas".
O apelo, no entanto, tinha implícitas duas aceitações: as soluções têm de ter "sempre presente" a necessidade de manter a consolidação orçamental e não devem implicar baixas de impostos - "principalmente quando ainda é bastante frágil a situação das nossas Finanças Públicas", vincou. Risco de exclusão Mas nem só os pescadores estiveram presentes nas preocupações de Cavaco.
Apenas três dias depois de Mário Soares e um dia após o alerta do Cardeal Patriarca de Lisboa, ontem foi a vez do presidente da República apontar o perigo de se estar a criar um "clima de crispação social", devido às desigualdades existentes no país. Num seminário que procurava discutir precisamente as "desigualdades sociais" do país, Cavaco não evitou o estudo da Comissão Europeia que o Governo tanto contestou esta semana. Dizendo o mesmo que Sócrates - que esse estudo foi feito com base em dados de 2004, reportando-se a um Governo anterior - o presidente admitiu que "os próximos números possam ser semelhantes àqueles que foram revelados".
E acrescentou - em jeito de alerta - que o problema das desigualdades em Portugal "não vai ser resolvido a curto prazo, porque tem uma ligação muito forte à qualificação dos recursos humanos". Para Sócrates ficou a mensagem: "Os governos devem pensar naquilo que lhes compete fazer para evitar essas situações de crispação social".
Segundo apurou o JN, o Ministério da Agricultura está já a trabalhar em medidas específicas, que implicam a derrogação de legislação comunitária.
A abertura negocial foi manifestada "antes" dos alertas de Cavaco Silva para que os apoios aos pescadores sejam considerados, garante a mesma fonte do Governo ao JN.
Mas só ontem começaram a ser transmitidas a alguns parceiros, como o presidente de uma associação de armadores do sotavento algarvio, que disse ontem à Lusa ter recebido, pela manhã - do primeiro dia de greve - "um telefonema do secretário de Estado das Pescas" com uma "nova proposta".
Um pouco depois, a meio da tarde, surgiu outro sinal público de abertura: o secretário de Estado adjunto da Agricultura e Pescas realçou que Portugal está a preparar uma proposta conjunta com Espanha, França e Itália.
O objectivo, disse, é "pedir flexibilidade na aplicação dos programas operacionais, no âmbito do Fundo Europeu de Pescas, de modo a poder dar apoio às comunidades piscatórias mais carenciadas". Cavaco dá empurrão Antes de tudo isto, logo pela manhã, o presidente da República deixou um forte sinal de alerta. Apontou o perigo de se estar a criar um "clima de crispação", devido às desigualdades sociais e a um "choque petrolífero de grande dimensão e abrupto" que atinge também Portugal.
A situação, disse Cavaco Silva, torna necessárias "respostas selectivas" para ajudar os grupos mais desfavorecidos. Poucos minutos depois do ministro Jaime Silva ter recusado "soluções pontuais" para ajudar os pescadores, o chefe de Estado insistia na mensagem social, reconhecendo que os pescadores estão a ter "mais dificuldades" para enfrentar a crise, e defendendo que, "quando isto acontece, o que pode ser feito são respostas selectivas para tentar ajudar os grupos que têm dificuldade a ajustar-se à nova situação". E poderá o Executivo fazer alguma coisa para os ajudar? - questionaram os jornalistas. A resposta foi directa: o Governo já tomou algumas medidas - reconheceu -, mas "pode tomar mais algumas".
O apelo, no entanto, tinha implícitas duas aceitações: as soluções têm de ter "sempre presente" a necessidade de manter a consolidação orçamental e não devem implicar baixas de impostos - "principalmente quando ainda é bastante frágil a situação das nossas Finanças Públicas", vincou. Risco de exclusão Mas nem só os pescadores estiveram presentes nas preocupações de Cavaco.
Apenas três dias depois de Mário Soares e um dia após o alerta do Cardeal Patriarca de Lisboa, ontem foi a vez do presidente da República apontar o perigo de se estar a criar um "clima de crispação social", devido às desigualdades existentes no país. Num seminário que procurava discutir precisamente as "desigualdades sociais" do país, Cavaco não evitou o estudo da Comissão Europeia que o Governo tanto contestou esta semana. Dizendo o mesmo que Sócrates - que esse estudo foi feito com base em dados de 2004, reportando-se a um Governo anterior - o presidente admitiu que "os próximos números possam ser semelhantes àqueles que foram revelados".
E acrescentou - em jeito de alerta - que o problema das desigualdades em Portugal "não vai ser resolvido a curto prazo, porque tem uma ligação muito forte à qualificação dos recursos humanos". Para Sócrates ficou a mensagem: "Os governos devem pensar naquilo que lhes compete fazer para evitar essas situações de crispação social".
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