E agora chamem nomes feios à Dr.ª Ana Gomes!
David Dinis JN 23.05.2008
David Dinis JN 23.05.2008
De Julho de 2005 até Dezembro de 2007, passaram por Portugal 56 voos que seguiram caminho ou vinham da polémica base norte-americana de Guantánamo. A confirmação foi recebida na semana passada, no Parlamento, pelo deputado comunista Jorge Machado, através de uma listagem que lhe foi remetida pelo Ministério das Obras Públicas - responsável pelo controlo do tráfego aéreo nacional. Tendo em conta os últimos voos dessa lista, datados de 28 de Dezembro de 2007, "a única conclusão possível é que subsiste a utilização do espaço aéreo português sem qualquer tipo de controlo", disse Jorge Machado ao JN. A lista oficial, a primeira que chega ao Parlamento português, quase dois anos após o início da polémica, parece confirmar alguns dados denunciados pelos deputados do PCP, mas também por eurodeputados como a socialista Ana Gomes. Primeiro, que a esmagadora maioria dos voos em causa são militares - assim o refere a nota do Ministério das Obras Públicas, justificando com isso a ausência de controlo da carga, passageiros e missão de cada um desses voos. Depois, confirma ainda a passagem, nesse período, de cinco aviões pela base das Lajes e de um outro, civil, por Santa Maria. Neste último caso, a referência do avião é conhecida de vários relatórios, nomeadamente do inquérito feito pelo próprio Parlamento Europeu, sendo insistentemente apontado como um voo CIA. Quanto aos outros 55 apontados, percebe-se pelas referências usadas que têm várias origens muitos (os RCH) são militares americanos; outro (um KA) é do Kuwait; e até aparece um SVA, não reconhecido pelas fontes ontem contactadas pelo JN. Há, na lista oficial que agora chega aos deputados, outra polémica não resolvida: a questão da fiscalização de cada voo. É que o Governo garante nos documentos não ter "qualquer informação" sobre os ditos voos, por serem militares. Mas há quem garanta - como fez o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral na Assembleia, em Dezembro de 2005 - que qualquer voo militar que passe por espaço aéreo português tem que ter uma autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros ou do Ministério da Defesa, com a caracterização do que transporta. "Se o Governo não os fiscalizou foi porque não quis", acusa o deputado comunista. "Deviam ter sido feitas inspecções, até porque havia fortes indícios de que transportavam prisioneiros" para Guantánamo", conclui.
1 comentário:
A verdade vem sempre ao de cima.
Ana Gomes tinha razão.
E agora? O governo vai reconhecer? E o PS?
Enviar um comentário