segunda-feira, 12 de maio de 2008

Defenestrando...


Por Pedro Baptista

Com o preço do barril de petróleo a rondar os 120 dólares na Bolsa de Matérias-Primas de Nova Iorque, não será bastante evidente a necessidade de se reverem os cenários e os cálculos de custos em que se baseou a decisão de construir Alcochete, decisão menos má do que a da OTA, mas mesmo assim feita em pressupostos totalmente ultrapassados, como por exemplos os do preço do petróleo barato? Quem diz que os transportes aéreos de passageiros vão continuar a crescer? Quem diz que o petróleo vai continuar a ser abundante? Por que será que há a corrida aos low cost e às viagens pré-compradas mais baratas? Ora para uma deslocação dos transportes aéreos para o low cost, não é preciso novo aeroporto com as dimensões de Alcochete para nada, a não ser para as empresas de obras públicas que "empocham" não só o aeroporto, como a nova ponte adjacente mais as deslocações de outra inutilidade chamada TGV.
O TGV Porto-Lisboa é inútil. Se forem construídos novos traçados onde o Alfa é obrigado a diminuir a velocidade chegando à casa dos 70 km, permitindo que esses novos troços mantenham os 200 e pouco, a viagem far-se-á em menos de duas horas. Não precisamos de mais velocidade para nada numa viagem tão curta, embora, já se saiba, claro, que para alguns é mais curta num sentido do que noutro. A capacidade de velocidade do TGV só muito parcialmente pode ser aplicada a um percurso tão curto e tal parcialidade retira a rendabilidade a um investimento tão vultuoso. O mesmo no referente ao Porto-Vigo. Se fizermos o Porto Vigo em menos de uma hora está tudo bem. Somos generosos: só se for mesmo para o Lisboa-Madrid que deve ser aliás o único TGV que interessa aos promotores e o único que irá para a frente. Vai ser um regalo para o ir e vir do Miguel de Vasconcelos. O melhor será fazer as janelas bem compactas, não "abríveis", por via das defenestrações.


1 comentário:

hfrsantos disse...

Penso de igual maneira.
TGV no maximo entre Lisboa e Madrid.
Portugal precisa de um comboio rapido, que possa fazer paragens nos varios aglomerados populacionais com mais de 100 mil habitantes.
O TGV portugues pararia somente em 6 a 7 cidades de Portugal, com um investimento desmesurado e os portugueses das restantes cidades portuguesas continuariam a viajar sem TGV.
O Pendular é o comboio ideal para Portugal, é rapido, faz curvas que o TGV nao faz e sobretudo necessita de muito menor investimento na via ferrea tanto na construçao como na manutençao.