Desta vez Rio tem toda a razão mas não é pelo Pavilhão dos Desportos, o mamarracho onde outrora pontificou o Palácio de Cristal, entrar em obras, para a Câmara sacudir a água do capote em relação á sua gestão e rendabilização. É porque os Aliados são um bom sítio para a Feira do Livro. E sobretudo porque - e esta deverá ter sido a verdadeira motivação de Rio - é preciso pôr lá alguma coisa para disfarçar o deserto que lá foi implantado sob sua única e exclusiva responsabilidade política, transformando um belíssimo centro tradicional dos anos 3o, num terreiro horripilante que tem de ser preenchido com todo o tipo de feiras da ladra para disfarçar a aridez!
Quanto à Feira do Livro ao ar livre tem ainda outras opções. Uma delas são os próprios jardins do Palácio de Cristal, em particular a Avenida das Tílias ornada actualmente com a Biblioteca Almeida Garrett, dos bons tempos em que uma Câmara dirigida por Fernando Gomes, tinha alguma ideia da importância da cultura para uma cidade. Mas a Baixa, os Aliados, é melhor. E melhor seria se não tivesse sido destruída pelo Holocausto chamado Rio. Por falar nisso, que livro é que o homem vai comprar na Feira? Claro, claro, esse mesmo, "Contabilidade sem mestre", da Editora"pobrezinhos mas honradinhos", Lisboa, 1929. Talvez compre também"Teatro sem dor nem pensamento"da Editorial "Terra a terra", Lisboa, 1935, obra de referência para todo o bom português segundo o paradigma de Rui Rio. Legenda da foto: "O meu problema é este".
(Sol) em linha, 22.05.2008 O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou hoje que gostaria que a próxima Feira do Livro do Porto se realizasse na Avenida dos Aliados, dado que o Palácio de Cristal, onde habitualmente tem lugar, vai entrar em obras.
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