domingo, 12 de julho de 2009

Carvalho da Silva e Louçã apoiam Alegre
ISABEL TEIXEI RA DA MOTA (JN) 9.7.2009
A falta de um projecto de Governo à esquerda é da responsabilidade do PS, acusam Francisco Louçã (BE) e Carvalho da Silva (CGTP) numa reacção ao artigo de Manuel Alegre publicado no semanário Expresso.
Sob o título "É urgente acordar", o histórico socialista assinou ontem um artigo em que alerta para a "ofensiva ideológica da direita" que, diz, irá marcar as legislativas de Setembro. E chama o PS e a restante esquerda à responsabilidade de impedir que "num país maioritariamente de esquerda" se acabe "uma vez mais a ser governado pela direita".
Alegre responsabiliza o PS de José Sócrates de se ter submetido à "globalização neoliberal", como outros partidos socialistas que sobrevivem na "defensiva ou ideologicamente colonizados".
O deputado afirma que, para ganhar ao PSD, impunha-se um "sobressalto" no PS. Ou seja, "seria preciso que os socialistas acordassem do torpor e que dentro do PS se ouvissem vozes a exigir uma mudança. Não só de estilo, mas de pessoas e de políticas".
Mas o recado é também para as esquerdas à esquerda do PS. Alegre gostaria "que uma maioria de esquerda fosse capaz de gerar soluções políticas alternativas". Mas não tem ilusões. Diz que "tal só será possível com uma ruptura de cada uma das esquerdas consigo mesma". E reconhece que isso "está longe de acontecer".
O líder da CGTP, Carvalho da Silva, disse ao JN "que é muito difícil pedir a outros sectores políticos à esquerda um esforço de aproximação quando as forças políticas dominantes se submeteram às inevitabilidades do neoliberalismo".
Afirmando partilhar "muitas das preocupações de Alegre", Carvalho da Silva adverte que "a saída política para os bloqueios constrói-se, não se anuncia". E responsabiliza o PS por não saber encontrar políticas de esquerda.
O dirigente do BE, Francisco Louçã, segue na mesma linha. "O PS não tem projecto de governo, nós temos", declarou ao JN, argumentando que o crescimento eleitoral do Bloco lhe permitirá "ter mais força no Parlamento".
E lembra que a aprovação do Código do Trabalho pelo PS foi a "razão principal" invocada por Alegre para sair das listas. "A conclusão que retiro é a de que é preciso deputados na esquerda para mudar o Código de Trabalho".
Alegre acredita que "ainda é possível vencer o PSD". "Mas algo tem de acontecer (...) Mais política e menos marketing. Mais socialistas e menos figurantes".

2 comentários:

M. Araújo disse...

O que de sobremaneira me aborrece é esta solidariedade de crocodilo manifestada por gente de ideologia situada a léguas do PS.
Meter tudo no mesmo saco, só traria adversidades futuras. Fiquem lá com as suas manifestações de pena que nós cá nos arranjamos e, a ESQUERDA deles não é a mesma dos Socialistas, é assim uma coisa desengraçada, intragável e que não contempla os valores da esquerda socialista.
Sinto-os preocupados com tudo menos com o que poderá acontecer ao PS de mau.

DN disse...

Se as coisas nos correrem bem, teremos mais um voto que o PSD e seremos chamados a formar governo. O BE terá uns 10% e o PC-Verdes por aí. Faremos sempre maioria com os dois da Esquerda (20% pelo menos), poderemos ou não fazer só com o BE, poderemos ou não fazer com o PP.
No caso provável de se fazer com o BE ou com o PP ( ou com o PC-Verdes)seja em acordo p´so eleitoral de governo comum seja em apoios parlamentares pontuais, temos de escolher.
À esquerda do PS há muitos defeitos ( tal como no PS embora não sejam os mesmos defeitos) e à direita não há?
Identificama-nos mais com o Portas do que com o Louçã?
Talvez alguns, eu não!