(Diário de Notícias) Francisco Mangas 25.7.09
Sensibilidades minoritárias ficaram fora da lista aprovada na madrugada de ontem pela comissão política da distrital, uma situação que terá levado ao chumbo da proposta no primeiro escrutínio. No encontro da comissão política distrital, crispada e longa, foi preciso ir buscar a casa pessoas que já estavam a dormir para participar na segunda votação
"No tempo de Salazar votavam os mortos, aqui votaram pessoas que já estavam a dormir." As palavras são de Pedro Baptista, um dos elementos da comissão política da Distrital do PS do Porto que aprovaram, em ambiente crispado, a lista de deputados para as legislativas. Foram precisas duas votações, e a polémica parece não ficar por aqui. Segunda-feira é interposta uma providência cautelar.
A lista de deputados - encabeçada por Alberto Martins, actual líder parlamentar, e o ministro Teixeira dos Santos como número dois - teve luz verde já de madrugada. Na primeira votação, houve um empate: 30 votos contra, 30 a favor e quatro abstenções. Após uma única alteração na ordem dos candidatos (Renato Sampaio, líder da distrital, desceu para o 13.º lugar e Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, subiu para o 11.º lugar), a lista passou com 39 votos a favor, 21 contra e uma abstenção.
Pedro Baptista, que classifica a reunião da comissão política distrital como "o circo da vergonha", diz que a lista não passou na primeira votação por não incluir em lugar elegível qualquer elemento da sensibilidade minoritária que representa no PS do Porto. Para ser aprovada, segundo o antigo deputado, a direcção da distrital foi buscar "pessoas que não estavam na primeira votação" e outras que estiveram mas, entretanto, "tinham ido dormir".
O líder da distrital, Renato Sampaio, desvaloriza as críticas e, em declarações à Lusa, considera que a lista "satisfaz na plenitude o interesse do PS e honrará os pergaminhos do partido no distrito". Segundo fontes contactadas pelo DN, também Francisco Assis, antigo presidente da distrital, e o ex-eurodeputado Manuel dos Santos contestaram a composição da lista, por excluir sensibilidades do partido.
O representante da sensibilidade minoritária (nas eleição para a liderança da distrital obteve 14 % dos votos) lembra que, a 3 deste mês, na reunião do secretário-geral do PS com as federações, ficou decidido que as listas de candidatos deviam ter um "critério de unidade" e, para isso, não poderiam ser marginalizadas as diversas sensibilidades existentes.
No Porto, sublinha Pedro Baptista, as indicações de José Sócrates não foram seguidas. A lista aprovada "é sectária, exclusivista, feita à medida do clube de amigos do líder da distrital".
Pedro Baptista esperava que na Comissão Política Nacional do PS, que decorria à hora de fecho desta edição, a lista de candidatos a deputados pelo Porto sofresse alterações. Caso contrário, "vamos interpor uma providência cautelar". Em causa está a legalidade da votação da "mesma lista", aprovada num segundo escrutínio. Para o presidente da distrital, com a mudança de posição de dois candidatos, foi votada uma lista diferente e, sendo assim, está dentro da legalidade.
Isabel Oneto, ex-governadora civil do Porto, e Manuel Seabra, chefe de gabinete de António Costa em Lisboa, são dois dos rostos novos na candidatura socialista.
A lista de deputados - encabeçada por Alberto Martins, actual líder parlamentar, e o ministro Teixeira dos Santos como número dois - teve luz verde já de madrugada. Na primeira votação, houve um empate: 30 votos contra, 30 a favor e quatro abstenções. Após uma única alteração na ordem dos candidatos (Renato Sampaio, líder da distrital, desceu para o 13.º lugar e Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, subiu para o 11.º lugar), a lista passou com 39 votos a favor, 21 contra e uma abstenção.
Pedro Baptista, que classifica a reunião da comissão política distrital como "o circo da vergonha", diz que a lista não passou na primeira votação por não incluir em lugar elegível qualquer elemento da sensibilidade minoritária que representa no PS do Porto. Para ser aprovada, segundo o antigo deputado, a direcção da distrital foi buscar "pessoas que não estavam na primeira votação" e outras que estiveram mas, entretanto, "tinham ido dormir".
O líder da distrital, Renato Sampaio, desvaloriza as críticas e, em declarações à Lusa, considera que a lista "satisfaz na plenitude o interesse do PS e honrará os pergaminhos do partido no distrito". Segundo fontes contactadas pelo DN, também Francisco Assis, antigo presidente da distrital, e o ex-eurodeputado Manuel dos Santos contestaram a composição da lista, por excluir sensibilidades do partido.
O representante da sensibilidade minoritária (nas eleição para a liderança da distrital obteve 14 % dos votos) lembra que, a 3 deste mês, na reunião do secretário-geral do PS com as federações, ficou decidido que as listas de candidatos deviam ter um "critério de unidade" e, para isso, não poderiam ser marginalizadas as diversas sensibilidades existentes.
No Porto, sublinha Pedro Baptista, as indicações de José Sócrates não foram seguidas. A lista aprovada "é sectária, exclusivista, feita à medida do clube de amigos do líder da distrital".
Pedro Baptista esperava que na Comissão Política Nacional do PS, que decorria à hora de fecho desta edição, a lista de candidatos a deputados pelo Porto sofresse alterações. Caso contrário, "vamos interpor uma providência cautelar". Em causa está a legalidade da votação da "mesma lista", aprovada num segundo escrutínio. Para o presidente da distrital, com a mudança de posição de dois candidatos, foi votada uma lista diferente e, sendo assim, está dentro da legalidade.
Isabel Oneto, ex-governadora civil do Porto, e Manuel Seabra, chefe de gabinete de António Costa em Lisboa, são dois dos rostos novos na candidatura socialista.
O CIRCO DA VERGONHA
A reportagem do DN reflecte o essencial do que se passou com objectividade. Resta acrescentar que temos provas de tudo o que afirmámos e afirmamos. Conhecemos um casal que foram buscar à cama. E sabemos os nomes de 2 dos 3 que não votaram na 1ª e votaram na 2ª , bem como das manobras de aliciamento e intimidaçãoo feita sobre pessoas para as obrigar a votar sim na 2ªa votação.
É também evidente que, como dissemos na reunião, a "2ª lista" é uma brincadeira, não é 2ª lista mas é a mesma, porque a mudança de uma ordenação não muda a lista cuja substância são os nomes e não a ordem, muito menos a ordem de dois.
No entanto, mesmo que nos fosse mais conveniente, não poderíamos deixar nem contribuir para que a lista do Porto fosse decidida fora do Porto e por instâncias que não as do Porto. E isto por uma questão de princípios!
Resta acrescentar que Guilherme Pinto procurou um acordo connosco e consegui-o. Simplesmente o Secretariado constituído na quase totalidade por candidatos a deputados com o Renato à cabeça, tudo pessoas que estão instaladas em Lisboa, no Parlamento ou em "lugares" na capital, chumbou o acordo alcançado. Sublinhe-se os votos a favor do acordo que consagrava a participação das sensibilidades por parte do Afonso Lobão, do José Luís Catarino e do Fernando Miranda.
Declaramos a lista sectária, exclusivista, ilegal e uma lista não de unidade mas de divisão, não de vitória, mas de derrota. Concluímos dizendo que no dia 27 de Setembro, pelo fim da tarde, alguém iria ser responsável pelos resultados eleitorais do Distrito do Porto.
Estamos a ponderar a interposição de uma providência cautelar que qualquer juiz aceitará dada a nulidade da segunda votação.
Lamentavelmente a Comissão Política Nacional reunida esta madrugada parece nada ter alterado pois gastou todo o tempo a organizar os lugares dos seus membros. Entre os seus membros, Francisco Assis, que pelos vistos passou a cabeça da Guarda, era conhecedor directo dos factos e Alberto Martins, o cabeça de lista do Porto, foi por nós minuciosamente informado da situação garantindo-nos que iria "colocar a questão a quem de direito".
A unidade e o apoio eleitoral já não se fazem com piscar de olhos. Um partido, que ainda há pouco dizia ter garantida a maioria absoluta, treme ante o cenário duma derrota, ou de uma vitória de Pirro, porque as medidas que toma, quando são correctas, como é o caso da representação das sensibilidades, não são cumpridas pelos que por elas são prejudicados pessoalmente.
Se não estão representadas as diversas sensibilidades do PS, também o eleitorado socialista, na sua diversidade e pluraridade, não se reverá no partido.
Quanto às manobras de charme sobre o BE, alternadas com as do cacete como em Espinho, não funcionarão porque é um eleitorado geralmente esclarecido que não se deixa seduzir com "piscar de olhos".
Para não falar da repentina preocupação com a cultura!
A política não pode ser feita com piscar de olhos nas vésperas leitorais. A arena política não pode ser um cabaret embora pareça sê-lo. E os dirigentes socialistas andam tão longe do povo que já não fazem a mínima ideia da avaliação que este faz, hoje, dos agentes políticos e do actual discurso político. Se não, talvez fugissem!
Só uma nota final, para partilhar com todos, o nosso grande alívio pessoal, por não termos de passar uns dias da semana fora do nosso Porto e da nossa região. E um abraço fraterno socialista para todos! (Pedro Baptista).
3 comentários:
Há facturas que têm de ser pagas.
Quanto à lista do Porto e à reportagem, fiquei desiludido com algumAS POSIÇÕES E COMPORTAMENTOS DE ÚLTIMA HORA.
Reportagem nem vê-la.
Posições de última hora como Manuel Santos e outros, o que está em causa é o lugarzito e as sensibilidades que se lixem.
Se há ilegalidade deve ser colocada com clareza a questão e avançar para TRibunal.Não há alteração que apague uma ilegalidade.
Quanto às negociações com Guilherme Pinto (????) não fico admirado. Mas houve mais.
Quanto a manter acordos com a oposição quem acredita ou não conhece esta gente ou quer ser ingénuo. Isto dá-me vontade de rir.
Há 15 anos que esta troupe negoceia assim.Faz acordos cruzados para ganhar tempo e depois leva a decisão negociada em qualquer BAR.
Não conheço as contrapartidas de alguns lugares arranjados à pressa.
Mas que houve pelo menos 5 reúniões houve.
Eles que falem para eu não ter que falar publicamente.
Desta vez vem tudo ao decima. Não haverá arranjos que me façam calar.
E se o falecido José Saraiva não nos tivesse deixado, que saudades, já estava tudo em pratos limpos.
Cuidado Pedro Baptista que esta gente não merece descanso.
As negociações cruzadas dão nisto.
Espero que o Doutor Pedro Baptista não se deixe colocar aonível desta gente que domina a FDP do PS.
Um homem de cultura, de princípios e de grande bagagem intelectual e política, não se pode confundir com esta troupe de Renatos/Jesus e Gaspares.
Chegou a hora de abrir o livro com todas as consequências.
Fica à espera para vêr.
GAVIÃO DOS MARES disse...
E chamam a isto democracia!
60 distintos personagens
Anónimo disse...
Por isso é Pedro Baptista sempre defendeu as directas e no eleitorado socialista.
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Mas olha que no ps não é tudo mau..mau mau é na laranjada e na esquerdalha da estrema base vermelha e não só onde manda um comité que ao que parece se auto escolhe...para já não falar na direita á direitalha onde manda ochefe eponto final neste caso é achefe por causa das co(s)tas...oh! costa não te amofines que tás muito bem em Lisboa...não mandes é gente daí representar-nos em Lisboa...
Por falar em vergonha.
As poucas virtudes e as muitas fraquezas dos políticos não são nem nunca foram ajuizadas. Registam-nas apenas mas fielmente os sensíveis radares da opinião pública. São inúmeros os mitos que conspiram contra a credibilidade dos Políticos. Um deles, talvez o mais resistente, é o dogma da falta de credibilidade pessoal. Transmite, num estrondoso tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade, de ética e princípios que devem estar e permanecer subjacentes em quem serve a causa pública. A frieza, o calcolismo, a vulneravilidade e a ati-humanidade que caracteriza os políticos de hoje, destrói a confiança neles depositada. A neutralidade de muitos é uma mentira, a isenção também a observância do rigor democrático que deve estar presente em todas as decisões da política que deveria ser é uma meta a ser relembrada e a ser perseguida, todos os dias, não existe. Qualquer politico honesto e defensor dos direitos de todos, tem um compromisso com a verdade e a seriedade. E é isso o que mais conta num regime democrático.
O défice de ética, valores e princípios daqueles que comandam a politica, reflecte-se em todas as áres e é causadora do desnorte actual da sociedade em que vivemos. Atitudes como as que são relatadas a propósito da feitura das listas no Porto, é uma mescla só compreensível e legítima nos anos sombrios da ditadura, mas que, agora, tem a marca do atraso, do despodor e do vestígio do fundamentalismo sectário.
Quem decide, os que decidem, esquecem, ofuscados pela arrogância que nem sequer é ideológica, ou pela névoa do sectarismo, que as respostas aos problemas de um partido destroçado nas sua bases de apoio como o nosso, são sempre mais importantes que as perguntas feitas por pessoas não dotadas de capacidade para gerir seja o que for.
É necessário examinar os factos com uma perspectiva mais profunda, desalojar o veneno que corrói o partido e por via disso, a sociedade no seu colectivo. Convém fugir das armadilhas do politicamente correcto e do disseminado contrabando de votos nas feiras da Vandoma e a preços de saldo feita pelos arautos da . perpetuidade no poder. Boa parte das notícias que nos chegam da política, não tem lugar num mundo e num pais que se pretende civilizado. Estão contaminadas, são fofocas e declaram-se a elas próprias, inúteis, desprestigiantes para os interventores e para o público em geral que retém de tais comportamentos a sensação de que tudo é uma fraude. E não será?
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