PS discutiu candidatos para substituir Elisa Ferreira
Socialistas chegaram a sondar nomes para uma eventual substituição se Elisa desistisse
TIAGO RODRIGUES ALVES (JN) 9.8.2009
Elisa Ferreira mantém-se na luta pela Câmara do Porto e não adbicará, para já, do lugar de eurodeputada. Renato Sampaio assumiu, a partir de ontem, as rédeas da campanha, mas PS já equacionava um plano B.
Depois do ultimato lançado pelo líder concelhio, Orlando Soares Gaspar, forçando Elisa Ferreira a optar entre o lugar de eurodeputada ou a campanha à autarquia portuense, muitos anteciparam uma eventual desistência da candidata por alegada falta de apoio das estruturas concelhias. Entre os poucos apoiantes que ontem marcaram presença na sede de candidatura, a apreensão era evidente e até dentro do próprio partido socialista se equacionavam candidaturas alternativas.
Ao que o JN conseguiu apurar, num encontro de responsáveis socialistas, realizado anteontem à noite, dois nomes chegaram a ser apontados como possíveis substitutos de Elisa Ferreira: Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara do Porto, e Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde.
Manuel Pizarro terá dito terminantemente que "não" e uma pessoa próxima do secretário de Estado defendeu, na reunião, a manutenção de Elisa Ferreira. Todavia, a maioria dos presentes dividia-se entre duas opções: aliciar Manuel Pizarro, garantindo-lhe, desde já, o apoio a uma eventual segunda candidatura em 2013 ou recuperar Nuno Cardoso para um lugar que já foi seu.
Porém, ontem, Elisa Ferreira enterrou estas conjecturas ao afastar, em conferência de imprensa, qualquer cenário de desistência, depois de ter recebido o apoio do secretário-geral e da distrital socialista. Salientando que "desde sempre" se sentiu "completamente respaldada a todos os níveis pela estrutura do PS", a candidata revelou que por causa das declarações de Orlando Soares Gaspar pediu um esclarecimento ao partido sobre a sua candidatura. "Foram surgindo vários, comentários, acções e declarações desestabilizadoras" que "ganham uma dimensão especial quando são protagonizados pelo presidente da concelhia", justificou.
A resposta demorou um dia, mas veio do próprio secretário-geral do partido, José Sócrates, que, telefonicamente, lhe renovou o voto de confiança. "O PS reafirma o seu total apoio à candidatura liderada por Elisa Ferreira, nos mesmos termos em que ela se iniciou. Não há nenhuma alteração de percurso", reforçou o líder da distrital, Renato Sampaio, mandatado pelo secretário-geral para falar em nome do partido.
Todavia, houve mesmo uma alteração. A partir de ontem e a pedido da candidata e de José Sócrates será o líder distrital a conduzir, pessoalmente, a campanha. Renato Sampaio negou que esta fosse uma qualquer desautorização da concelhia ou uma retirada de confiança ao seu presidente. "É uma situação que estava em cima da mesa há muito tempo" e "uma continuidade no processo". Sobre a proibição das duplas candidaturas, Renato Sampaio realçou que o assunto foi discutido nos órgãos próprios e que, relativamente às candidaturas às autárquicas e ao Parlamento Europeu, "é um assunto encerrado".
O JN contactou Orlando Soares Gaspar que se escusou a comentar os recentes desenvolvimentos e que guardou eventuais reacções para o dia de hoje.
Recorde-se que hoje José Sócrates desloca-se ao distrito do Porto, onde almoçará com as várias concelhias. Estarão em discussão as eleições autárquicas e a recém-imposta probição de duplas candidaturas às autárquicas e legislativas.
Socialistas chegaram a sondar nomes para uma eventual substituição se Elisa desistisse
TIAGO RODRIGUES ALVES (JN) 9.8.2009
Elisa Ferreira mantém-se na luta pela Câmara do Porto e não adbicará, para já, do lugar de eurodeputada. Renato Sampaio assumiu, a partir de ontem, as rédeas da campanha, mas PS já equacionava um plano B.
Depois do ultimato lançado pelo líder concelhio, Orlando Soares Gaspar, forçando Elisa Ferreira a optar entre o lugar de eurodeputada ou a campanha à autarquia portuense, muitos anteciparam uma eventual desistência da candidata por alegada falta de apoio das estruturas concelhias. Entre os poucos apoiantes que ontem marcaram presença na sede de candidatura, a apreensão era evidente e até dentro do próprio partido socialista se equacionavam candidaturas alternativas.
Ao que o JN conseguiu apurar, num encontro de responsáveis socialistas, realizado anteontem à noite, dois nomes chegaram a ser apontados como possíveis substitutos de Elisa Ferreira: Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara do Porto, e Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde.
Manuel Pizarro terá dito terminantemente que "não" e uma pessoa próxima do secretário de Estado defendeu, na reunião, a manutenção de Elisa Ferreira. Todavia, a maioria dos presentes dividia-se entre duas opções: aliciar Manuel Pizarro, garantindo-lhe, desde já, o apoio a uma eventual segunda candidatura em 2013 ou recuperar Nuno Cardoso para um lugar que já foi seu.
Porém, ontem, Elisa Ferreira enterrou estas conjecturas ao afastar, em conferência de imprensa, qualquer cenário de desistência, depois de ter recebido o apoio do secretário-geral e da distrital socialista. Salientando que "desde sempre" se sentiu "completamente respaldada a todos os níveis pela estrutura do PS", a candidata revelou que por causa das declarações de Orlando Soares Gaspar pediu um esclarecimento ao partido sobre a sua candidatura. "Foram surgindo vários, comentários, acções e declarações desestabilizadoras" que "ganham uma dimensão especial quando são protagonizados pelo presidente da concelhia", justificou.
A resposta demorou um dia, mas veio do próprio secretário-geral do partido, José Sócrates, que, telefonicamente, lhe renovou o voto de confiança. "O PS reafirma o seu total apoio à candidatura liderada por Elisa Ferreira, nos mesmos termos em que ela se iniciou. Não há nenhuma alteração de percurso", reforçou o líder da distrital, Renato Sampaio, mandatado pelo secretário-geral para falar em nome do partido.
Todavia, houve mesmo uma alteração. A partir de ontem e a pedido da candidata e de José Sócrates será o líder distrital a conduzir, pessoalmente, a campanha. Renato Sampaio negou que esta fosse uma qualquer desautorização da concelhia ou uma retirada de confiança ao seu presidente. "É uma situação que estava em cima da mesa há muito tempo" e "uma continuidade no processo". Sobre a proibição das duplas candidaturas, Renato Sampaio realçou que o assunto foi discutido nos órgãos próprios e que, relativamente às candidaturas às autárquicas e ao Parlamento Europeu, "é um assunto encerrado".
O JN contactou Orlando Soares Gaspar que se escusou a comentar os recentes desenvolvimentos e que guardou eventuais reacções para o dia de hoje.
Recorde-se que hoje José Sócrates desloca-se ao distrito do Porto, onde almoçará com as várias concelhias. Estarão em discussão as eleições autárquicas e a recém-imposta probição de duplas candidaturas às autárquicas e legislativas.
6 comentários:
Apenas um breve comentário:
No atual cenário político, seria pior a emenda que o soneto.
Diz o JN que "num encontro de responsáveis socialistas, realizado anteontem à noite"...
Pois que fique claro que se tratou apenas de um jantar de amigos e não de uma reunião de carácter político, já que a Concelhia não reuniu para o efeito. Nem o seu secretariado. As palavras do presidente da concelhia são da sua exclusiva responsabilidade. E talvez de alguns dos seus amigos comensais. Mais um tiro no pé.
Os jornalistas deviam ter mais cuidado com as fontes que consultam.
Francamente; ao que isto chegou.
Brincar com as pessoas e com o partido, como se de um "puzlle" se trate.
Para além de ridículo é de uma inconsciência a toda a prova.
Este PS Porto, é um forno que "queima"...em lume brando.
Estou estupefacto perante o que vem sucedendo!
Algumas perguntas, com respostas muitos simples, para nos ajudar a reflectir:
O que dizem os estatutos quanto à competência para a aprovação de listas às eleições autárquicas?
R: Artº 41º - Compete em especial à CPC:
d) Aprovar, nos termos do artigo 91º, as listas de candidatos aos órgãos autárquicos do respectivo concelho;
Artº 91º- 1- A designação para cargos políticos compete:
b) À Comissão Política Concelhia, quando se trate de cargos de âmbito concelhio ou relativamente às freguesias, às quais não corresponde secção de residência;
Qual foi a posição da Concelhia e do seu Presidente aquando da aprovação do nome da Dra. Elisa Ferreira, sabendo-se de antemão que seria candidata não só às europeias mas também às autárquicas?
R: 52 votos a favor – 1 voto contra
Pode a Distrital avocar o processo?
R: Pode!
Artº 91º - 3- Quando a Comissão Política de Federação da respectiva área declarar, em resolução fundamentada, aprovada por maioria de 2/3 dos membros presentes, de importância distrital ou regional a designação para os cargos a que se referem as alínea b) do número anterior, podem tais designações, no todo ou em parte, ser por ela avocadas para deliberação ou ratificação.
Lições a extrair:
- Um verdadeiro líder deve, no mínimo, conhecer os Estatutos do partido em que milita.
- Um verdadeiro líder deve, no momento oportuno, demonstrar os seus pontos de vista, independentemente das pressões que sofra
- Um verdadeiro líder não deve posicionar-se para agradar a terceiros, assumindo à posteriori posição diversa, vá-se lá saber porquê… em prejuízo da credibilidade do partido.
- Um verdadeiro líder deve privilegiar o interesse colectivo em detrimento de interesses particulares.
Considero que a Dra. Elisa Ferreira seria, à partida, uma “excelente” candidata ao Porto, no entanto, alguns erros cometidos fragilizaram a candidatura. Porém, desta feita, concordo com o Secretário Geral e com o Presidente da Federação Distrital, porquanto seria absurdo substituir a candidata nesta fase do campeonato. Ainda há muito tempo pela frente e muitas falhas que, corrigidas, podem alterar o rumo dos acontecimentos. Espero, de facto, que consiga um bom resultado, para bem do PS e da cidade!
Toda esta controversia advém, em primeiro lugar, do facto da Concelhia do PS Porto não conseguir, nas listas para a vereação, a representatividade que acha que tem direito. Elisa Ferreira recusou sempre qualquer lugar abaixo do 5.º ao líder da concelhia (Orlando S Gaspar).
Nota:
desta vez, concordo em absoluto com a análise feita pelo Miguel Castro.
DEVANEIOS
"FALAR POR ALGUNS"
“… Se eu for incluído nas listas à Comissão Politica, integrar o Secretariado, nas escolhas à Câmara e a deputado, em suma: se me derem alguma visibilidade, um pedacito de poder e ouvirem as minhas opiniões na tomada das grandes decisões, deixo de me constituir como força de bloqueio e prometo aceitar tudo o que vier de cima inclusive a concordar com qualquer disparate…”
Esta é também conhecida como a “ORAÇÃO DOS IMBECIS” e dizem ser a mais rezada no seio do partido Socialista e também no dos outros partidos.
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