sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lista do PS Porto com acordo difícil
24.07.2009 - 13h14 Lusa
O PS/Porto aprovou a lista de deputados para as legislativas de Setembro, que será encabeçada por Alberto Martins e Teixeira dos Santos, mas foram precisas duas votações para dar luz verde aos nomes apresentados pela Federação Distrital.
A primeira lista contou com 30 votos contra, 30 a favor e quatro abstenções, ao passo que a segunda lista foi aprovada com 39 votos a favor, 21 contra e uma abstenção. A única alteração feita na lista foi uma troca de lugares: o presidente da distrital, Renato Sampaio, passou para o 13º lugar da lista e Manuel Pizarro (secretário de Estado da Saúde), subiu para o 11º lugar, soube a Lusa junto de várias fontes socialistas. Renato Sampaio disse à Lusa que a mudança serviu para "satisfazer alguns aspectos jurídicos que era preciso salvaguardar", admitindo só podia ser votada uma lista diferente e que foi isso que a apresentou.
Pedro Baptista, que nas eleições para a liderança da distrital obteve 14 por cento dos votos, censurou, em declarações à Lusa, o "expediente" e Avelino Oliveira criticou o "artifício" para votar a mesma lista.
Na reunião que começou quinta-feira à noite e se prolongou pela madrugada de hoje, Pedro Baptista e Avelino Oliveira reclamavam a integração, na lista de deputados, de nomes que representassem as suas "sensibilidades", mas isso não aconteceu.
"Mudar a lista desta forma é uma situação que humilha e menoriza a imagem do PS do Porto. O que foi aprovado foi uma lista sectária, que vai contra as directrizes do secretário-geral do PS, para que as listas contemplem as diversas sensibilidades existentes", frisou Pedro Baptista. O socialista reprovou que as sensibilidades do PS Porto tenham sido "marginalizadas" e considera que isso se vai repercutir no eleitorado, que "não se vai rever numa lista que não é plural e diversa". Pedro Baptista vai ainda mais longe, dizendo que, para a segunda votação, a direcção da distrital chamou à Federação "pessoas que não estavam na primeira votação".
Renato Sampaio assegura que "isso não é verdade", vincando que a necessidade de fazer duas votações se deveu a "um pequeno incidente na votação inicial" e aludiu a "algumas manobras de diversão de algumas pessoas que, depois, perceberam a irresponsabilidade e decidiram alterar o sentido de voto". O líder da distrital sublinhou que a lista aprovada "satisfaz na plenitude o interesse do PS e honrará os pergaminhos do partido no distrito". Renato Sampaio destacou a "grande qualidade política" da lista, e de ela "provocar grande renovação", com a "entrada de alguns jovens e de "manter alguma continuidade".
O secretariado nacional do PS reúne-se hoje, em Lisboa, para aprovar os candidatos pela quota nacional, cabendo-lhe, relativamente ao Porto, a indicação de quatro nomes, a figurar entre o terceiro e o 14º lugar da lista. Para além do líder parlamentar Alberto Martins e do ministro das Finanças e da Economia, Teixeira dos Santos, a lista hoje aprovada pela distrital socialista do Porto inclui, por esta ordem, os nomes de José Lello, Augusto Santos Silva, Isabel Oneto, Francisco Assis, Manuel Pizarro, Maria José Gambôa, Renato Sampaio, Manuel Seabra, Luísa Salgueiro, Fernando Jesus e José Manuel Ribeiro, entre outros.
Claro que é preciso corrigir a jornalista já que Avelino Oliveira pertence à mesma sensibilidade de Pedro Baptista. E convém esclarecer que a lista apresentada em 2ª lugar é a mesma lista que não foi aprovada, pois a alteração na ordenação não muda a lista de candidatos, pelo que a segunda votação é ilegal e nula em termos jurídicos. E Renato Sampaio ou não sabe ou mente quando desmente que entraram mais pessoas a votar. Claro que sim. Basta que da nossa sensibilidade saíram 3 elementos e o total de votantes manteve-se. Aliás conhcêmos o nome de dois dos três elementos« que vieram votar à segunda, sem terem votado à primeira. Poder-mos-íamos ter ficado pela 1ª votação e forçada a que a decisão fosse para Lisboa para a Comissão Política Nacional. No entanto para quem luta por servir o Porto, é uma questão de princípio que o futuro do Porto não pode ser decidido em Lisboa. Mesmo que isto possa ser contra os nossos interesses particulares em determinado momento.
De tudo isto resulta que, caso a situação não se modifique na CPN, ponderamos parar todo este processo viciado e vicioso com uma providência cautelar em tribunal. Um dia até o PS Porto que se julga impune tem de ser metido na linha... (PB)

4 comentários:

Anónimo disse...

Quando é que sai a reportagem da reúnião de ontem?
Ou será que temos de esperar pelos resultados das negociações da delegação que está em Lisboa?
Contra chapeladas, erros grosseiros e violações jurídicas, não há negociaçao que lhes valha.
Desta não passarão.
E se o único caminho é o Tribunal porque não?
Eu avisei com tempo do que se estava a passar nos bastidores.
Alguns já começam a falar, mas é pouco.
Tem de vir mais cá para fora.
Se há ilegalidades e há, se o partido não quer resolver, os tribunais existem para isso.
E ao Doutor Pedro Baptista mais uma vez alerto para que cruze as fontes. Há jogo duplo.
Quem quer tramar quem?
A credibilidade dos dirigentes federativos está na lama e o lamaçal se for até às eleições vai ser o desastre.
Venha a reportagem.

GAVIÃO DOS MARES disse...

E chamam a isto democracia!
60 distintos personagens (com a dignidade, generosidade e dedicação à res publica que se descreve na peça) decidem quem vão ser os representantes (quase todos simples desconhecidos) de 25% (segundo as sondagens) dos habitantes do distrito do Porto. E os outros 75% vão ser seleccionados com o mesmo superior e patriótico padrão.
Não é muito diferente do que fazia a chamada União Nacional.

Anónimo disse...

Por isso é Pedro Baptista sempre defendeu as directas e no eleitorado socialista.

Anónimo disse...

Para além da votação efectuada pecar por ilegal, uma vez que foram votados lugares em branco quando deverão ser votados nomes por ordem (os 6 primeiros lugares foram um cheque em branco a favor da Comissão Nacional - Cfr. Estatutos do PS) por acaso já sabem que a lista de deputados votada na Federação foi alterada pela própria Comissão Nacional? Ou seja, os nomes e os lugares para os quais a Federação Votou foram alterados pela Comissão Nacional extravasando os poderes que lhe são conferidos pelos actuais Estatutos do PS? (Se não me falha a memória, cabe à Comissão Nacional VERIFICAR se as quotas nacionais são ou não cumpridas, e mais nada!)
Tal significa que, entre a lista votada na Federação, e a lista final aprovada pela Comissão Nacional houve movimentos de bastidores no sentido de fazer subir uns e, necessariamente, fazer descer outros. Além de violar de forma flagrante os actuais Estatutos do PS, enxovalharam completamente todos aqueles que se dignaram perder tempo a votar as Listas ao nível da Federação. Mas será que alguém terá a coragem de optar pela impugnação? Ou será que se vão continuar a submeter ao poder de Lisboa sem mais? Onde está a Lista opositora? Não avançam?

Manuel I. Santos
(do PS, do Porto, mas não militante)