(DN) 13.7.2009
Continuam os pontapés na atmosfera desta equipa ministerial. No passado dia 7 a notícia da baixa da média das notas de matemática do 12º ano de 12,5 para 10 e a duplicação das reprovações, merecia do Ministério a reprimenda de que se tratava de menos investimento, menos trabalho e menos estudo resultantes da ideia veiculada pela Comunicação Social de que os exames eram fáceis. Agora que, como todos ouvimos, os alunos foram unânimes em considerar a prova de matemática do 9º ano como fácil e melhoraram os resultados, é altura do Ministério se declarar orgulhoso. Pelos vistos, neste caso, a Comunicação Social funcionou para o lado certo. Em que ficamos? A malta trabalha ou não trabalha? A comunicação social aldraba ou não aldraba? Santa Maria! Sob pressão eleitoral as emendas são sempre piores do que os sonetos. Se ao menos se mantivessem caladinhos... (P.B.)
As negativas no exame de Língua Portuguesa do 9.º ano aumentaram 70% em relação ao ano passado. No total, dos 89620 que fizeram a prova 26 943 (30%) ficaram abaixo da nota 3. Há um ano, com mais testes realizados, apenas 15 819 alunos (16,7%) tinham ficado entre o1 e o 2 no exame.
Na prática, a grande maioria dos alunos (70%) continua em terreno positivo. Mas, em declarações ao DN, Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação dos Professores de Português (APP), confessou preocupação com o acréscimo de 11 124 negativas num ano, exigindo explicações ao Ministério da Educação.
"É preciso perceber porque é que as negativas quase duplicaram num ano, quais foram as questões em que os alunos sentiram mais dificuldades", disse ao DN. "Mas para dizer a verdade não estou muito optimista, porque ainda estamos à espera de respostas para as perguntas que fizemos ao Ministério em 2006, quando as negativas triplicaram", disse.
Para Paulo Feytor Pinto, a flutuação das notas à disciplina nos últimos anos - e não só no 9.º ano - é particularmente preocupante por não coincidir com estatísticas externas, que apontam para a "estabilidade" no nível dos alunos.
No relatório PISA, da OCDE, em que são avaliados alunos ao nível do 10.º ano, os resultados a Português têm-se mantido estáveis", lembrou. "Quando a avaliação não é nacional, as notas mantêm-se. Quando é nacional andam para cima e para baixo".
A Matemática, por outro lado, teve este ano uma evolução favorável. Em relação a 2008, houve menos 23% de negativas (quase menos 10 mil), num total de 32 651. No total , 65% dos mais de 90 mil alunos avaliados tiveram positiva. Porém, as análises dos especialistas da área não foram coincidentes.
Em declarações ao DN, Nuno Crato, da Sociedade Portuguesa de Matemática - que em Junho tinha considerado a prova "escandalosamente fácil" -, considerou que os resultados mostram apenas que "o Ministério não tem feito provas com critérios iguais" de ano para ano .
"Há uns tempos, um secretário de Estado [Valter Lemos] acusou-nos de termos contribuído para o agravamento dos resultados nos exames do 12.º ano", lembrou. "À parte o ridículo, porque comentamos sempre as provas a seguir e não antes, a verdade é que temos acertado sempre nas nossas previsões", considerou. "No dia do exame do 12.º ano, considerámos a prova mais razoável do que a de 2008 e as notas baixaram..."
Já Arsélio Martins, presidente da Associação dos Professores de Matemática (APM), fez uma análise bastante mais optimista aos resultados de ontem: "Os exames estão a ser cada vez menos um elemento de perturbação, penso que neste momento estamos a aproximar-nos de uma certa normalidade", afirmou à Lusa.
Este professor rejeitou também a ideia de que a prova deste ano tenha sido mais fácil:"[a prova] não era menos exigente do que nos anos anteriores. Tinha algumas coisas que exigiam alguma interpretação de gráficos, tabelas e linguagem escrita", defendeu.
Indiferente às críticas e às diferenças de análise, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não escondeu ontem a satisfação com os resultados: "Gostava de sublinhar que a larga maioria dos alunos teve nota positiva tanto a Português como a Matemática", lembrou. "Isso deve-nos encher de orgulho. É muito positivo e muito bom para o País" .
Maria de Lurdes Rodrigues admitiu que "os resultados significam também que temos de continuar a trabalhar" e que "o País não se pode conformar" com estas médias No entanto, não deixou de defender que "há alguma consolidação dos resultados e também uma convergência entre os exames e o trabalho desenvolvido nas escolas" ao longo do ano.
Na prática, a grande maioria dos alunos (70%) continua em terreno positivo. Mas, em declarações ao DN, Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação dos Professores de Português (APP), confessou preocupação com o acréscimo de 11 124 negativas num ano, exigindo explicações ao Ministério da Educação.
"É preciso perceber porque é que as negativas quase duplicaram num ano, quais foram as questões em que os alunos sentiram mais dificuldades", disse ao DN. "Mas para dizer a verdade não estou muito optimista, porque ainda estamos à espera de respostas para as perguntas que fizemos ao Ministério em 2006, quando as negativas triplicaram", disse.
Para Paulo Feytor Pinto, a flutuação das notas à disciplina nos últimos anos - e não só no 9.º ano - é particularmente preocupante por não coincidir com estatísticas externas, que apontam para a "estabilidade" no nível dos alunos.
No relatório PISA, da OCDE, em que são avaliados alunos ao nível do 10.º ano, os resultados a Português têm-se mantido estáveis", lembrou. "Quando a avaliação não é nacional, as notas mantêm-se. Quando é nacional andam para cima e para baixo".
A Matemática, por outro lado, teve este ano uma evolução favorável. Em relação a 2008, houve menos 23% de negativas (quase menos 10 mil), num total de 32 651. No total , 65% dos mais de 90 mil alunos avaliados tiveram positiva. Porém, as análises dos especialistas da área não foram coincidentes.
Em declarações ao DN, Nuno Crato, da Sociedade Portuguesa de Matemática - que em Junho tinha considerado a prova "escandalosamente fácil" -, considerou que os resultados mostram apenas que "o Ministério não tem feito provas com critérios iguais" de ano para ano .
"Há uns tempos, um secretário de Estado [Valter Lemos] acusou-nos de termos contribuído para o agravamento dos resultados nos exames do 12.º ano", lembrou. "À parte o ridículo, porque comentamos sempre as provas a seguir e não antes, a verdade é que temos acertado sempre nas nossas previsões", considerou. "No dia do exame do 12.º ano, considerámos a prova mais razoável do que a de 2008 e as notas baixaram..."
Já Arsélio Martins, presidente da Associação dos Professores de Matemática (APM), fez uma análise bastante mais optimista aos resultados de ontem: "Os exames estão a ser cada vez menos um elemento de perturbação, penso que neste momento estamos a aproximar-nos de uma certa normalidade", afirmou à Lusa.
Este professor rejeitou também a ideia de que a prova deste ano tenha sido mais fácil:"[a prova] não era menos exigente do que nos anos anteriores. Tinha algumas coisas que exigiam alguma interpretação de gráficos, tabelas e linguagem escrita", defendeu.
Indiferente às críticas e às diferenças de análise, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não escondeu ontem a satisfação com os resultados: "Gostava de sublinhar que a larga maioria dos alunos teve nota positiva tanto a Português como a Matemática", lembrou. "Isso deve-nos encher de orgulho. É muito positivo e muito bom para o País" .
Maria de Lurdes Rodrigues admitiu que "os resultados significam também que temos de continuar a trabalhar" e que "o País não se pode conformar" com estas médias No entanto, não deixou de defender que "há alguma consolidação dos resultados e também uma convergência entre os exames e o trabalho desenvolvido nas escolas" ao longo do ano.
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