José Sócrates pressiona Alegre para que entre nas listas do PS
(Público) 03.07.2009 - 23h07 São José Almeida
Vencido mas não convencido na guerra interna que tem travado com Manuel Alegre, José Sócrates não desiste da ideia de que aquele histórico militante socialista integre as listas do PS às próximas eleições legislativas marcadas para 27 de Setembro. Mas Manuel Alegre não deverá ceder aos intentos do líder socialista e, por motivos de coerência política, deverá manter a sua decisão de não integrar as listas eleitorais. Os contactos entre Sócrates e Alegre foram retomados logo após as europeias e houve já várias conversas entre ambos e envolvendo também figuras como o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, que tem, aliás, servido ao longo destes quatro anos de ponte de ligação nas tensas relações entre o primeiro-ministro e o ainda deputado socialista. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, está previsto mesmo que sejam feitos apelos públicos, por parte de dirigentes socialistas, para que Alegre reconsidere a sua posição de não integrar as listas e aceite acompanhar a direcção do seu partido na próxima batalha eleitoral contra a direita.
(Público) 03.07.2009 - 23h07 São José Almeida
Vencido mas não convencido na guerra interna que tem travado com Manuel Alegre, José Sócrates não desiste da ideia de que aquele histórico militante socialista integre as listas do PS às próximas eleições legislativas marcadas para 27 de Setembro. Mas Manuel Alegre não deverá ceder aos intentos do líder socialista e, por motivos de coerência política, deverá manter a sua decisão de não integrar as listas eleitorais. Os contactos entre Sócrates e Alegre foram retomados logo após as europeias e houve já várias conversas entre ambos e envolvendo também figuras como o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, que tem, aliás, servido ao longo destes quatro anos de ponte de ligação nas tensas relações entre o primeiro-ministro e o ainda deputado socialista. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, está previsto mesmo que sejam feitos apelos públicos, por parte de dirigentes socialistas, para que Alegre reconsidere a sua posição de não integrar as listas e aceite acompanhar a direcção do seu partido na próxima batalha eleitoral contra a direita.
A argumentação que está e irá ser usada perante Alegre é precisamente o facto de o PS ter sofrido uma pesada derrota eleitoral nas europeias, pelo que é necessário ultrapassar divergências e cerrar fileiras em nome do objectivo comum de voltar a conquistar o poder e derrotar a direita. O argumentário de Sócrates para demover Alegre passa assim pelo facto de que as circunstâncias políticas mudaram radicalmente e que o país está na iminência de o PSD vir a ganhar as legislativas.Ora, se isso acontecer, frisam os socialistas próximos de Sócrates e que querem ver Alegre nas listas, Manuela Ferreira Leite no Governo irá fazer um ataque contra o Estado Social, que Alegre advoga.
Mas, segundo as informações do PÚBLICO, Alegre não deverá ceder perante as pressões. Ainda que os próximos do ainda deputado garantam que ele sabe que pode haver uma diferença no resultado eleitoral se ele for nas listas do PS, já que tem um peso eleitoral específico. Garantem ainda que as divergências políticas entre o vice-presidente da Assembleia da República e o actual primeiro-ministro são insanáveis.
Há mesmo quem assegure que era preciso José Sócrates alterar substancialmente a orientação política do partido em relação à actual governação e assumir compromissos eleitorais de ruptura clara com políticas como a que foi praticada no Ministério da Educação, mas também em relação a alguns conteúdos do Código do Trabalho, para que Alegre tivesse espaço político para reconsiderar.
E frisam que o facto de ser António Vitorino a figura já nomeada para coordenar a elaboração do programa eleitoral é um dos sinais de que nada de substancial irá mudar.
Insistindo os mesmos apoiantes de Alegre que há, de facto, divergências profundas quanto à linha política a seguir entre Sócrates e Alegre, pelo que não há retorno na ruptura que se deu entre os dois.
Sublinhe-se que Manuel Alegre fez uma comunicação formal e oficial em Lisboa, no dia 15 de Maio, em que anunciou não abandonar o PS, mas que não aceitaria integrar as listas eleitorais. Esta comunicação pôs fim às especulações sobre se Alegre iria ou não fundar um novo partido político, atitude que era vista como uma saída possível para a ruptura política que se tinha criado entre este histórico dirigente do PS e o actual líder.As divergências políticas entre Alegre e Sócrates existem desde que, em Setembro de 2004, ambos se defrontaram – também com João Soares – nas eleições para o cargo de secretário-geral do PS. Sócrates ganhou e adoptou uma linha de orientação política que tem sido sistematicamente criticada por Alegre.Nas eleições para Presidente da República em 2005, Alegre candidatou-se ao arrepio da direcção do PS, que optou por apoiar a candidatura do líder fundador Mário Soares. Nas urnas, Manuel Alegre ultrapassou claramente Soares, ficou em segundo lugar e obteve mais de um milhão de votos, ganhando um peso eleitoral que a direcção de Sócrates gostaria de ver rentabilizado a seu favor nas legislativas de dia 27 de Setembro.
2 comentários:
Manuel Alegre e outros fazem sempre falta ao PS
Manuel Alegre e José Socrates, mais este que aquele, têm de fazer um exercicio, bem simples! que programa de Governo para a próxima legislatura? que legislação laboral?que politicas sociais Além do voto e da presença de Manuel Alegre,precisa dos votos e do empenhamento dentro do PS para as batalhas que aí veêm dos que o apoiam.
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