Lugares na lista para a Câmara do Porto provocam tensão entre Elisa Ferreira e PS
11.07.2009, Margarida Gomes
"O PS não abdica nem abdicará de ter um papel na elaboração das listas para a Câmara e Assembleia Municipal do Porto e de ter uma intervenção activa na campanha para que o resultado nas autárquicas seja bem diferente daquele que as sondagens dão", afirmou ao PÚBLICO Rui Saraiva, dirigente concelhio do PS-Porto.
11.07.2009, Margarida Gomes
"O PS não abdica nem abdicará de ter um papel na elaboração das listas para a Câmara e Assembleia Municipal do Porto e de ter uma intervenção activa na campanha para que o resultado nas autárquicas seja bem diferente daquele que as sondagens dão", afirmou ao PÚBLICO Rui Saraiva, dirigente concelhio do PS-Porto.
Ontem, uma sondagem publicada no novo semanário Grande Porto atribuía a Elisa Ferreira 23,5 por cento das intenções de voto dos portuenses, um resultado que fica muito aquém daquele que é estimado para Rui Rio: 55,2 por cento. Rui Saraiva, membro do secretariado da concelhia do PS, aponta uma outra exigência: os lugares que o partido deve ocupar na lista para a câmara. "Não estamos disponíveis para aceitar um lugar qualquer", frisa Rui Saraiva, que, em nome do "bom senso" e de um certo "equilíbrio", reclama um lugar nos primeiros três da lista à Câmara do Porto.
Estas e outras condições foram colocadas em cima da mesa há precisamente uma semana, numa reunião entre a candidata e o partido, mas Elisa Ferreira não terá dado nenhuma resposta, segundo adiantaram ao PÚBLICO responsáveis pela concelhia. As posições expressas então por Elisa Ferreira são já do conhecimento da direcção do partido.
Estas e outras condições foram colocadas em cima da mesa há precisamente uma semana, numa reunião entre a candidata e o partido, mas Elisa Ferreira não terá dado nenhuma resposta, segundo adiantaram ao PÚBLICO responsáveis pela concelhia. As posições expressas então por Elisa Ferreira são já do conhecimento da direcção do partido.
Frisando que o apoio a Elisa Ferreira não está em causa, o dirigente socialista Rui Saraiva justifica a razão pela qual o PS não acompanhou anteontem a candidata na visita ao Hospital de S. João, tal como o PÚBLICO noticiou. "A razão é simples: a candidatura não nos informou dessa visita", garante este dirigente socialista, apontando o dedo àqueles que criaram "muita perturbação" à volta da candidatura, tentando inverter as coisas. "Muitos tentaram inverter a situação, dizendo que se tratava de uma candidatura independente apoiada pelo PS. Essa não é a nossa versão. Esta é a candidatura do PS liderada por uma independente de relevo e dimensão que acrescentará muito à cidade", clarificou o dirigente. Desta forma, Rui Saraiva dava por encerrada a novela dos últimos dias e que apontava para a possibilidade de o PS estar a preparara um "plano B", que passaria pelo lançamento de uma figura alternativa a Elisa Ferreira, tendo em conta as divergências públicas entre a candidata e os dirigentes locais do partido, mas também os resultados das sondagens que têm apontado para uma clara vitória de Rui Rio e para um péssimo resultado da eurodeputada e candidata à câmara portuense.
Já na véspera, o líder do PS-Porto, Orlando Soares Gaspar, disse, em declarações à agência noticiosa Lusa, que a candidatura de Elisa Ferreira "é um assunto encerrado", porque o líder do partido "teve uma intervenção no assunto", pelo que qualquer alteração só poderia acontecer se articulada com ele. "Honramos a palavra dada. Para nós, é um assunto encerrado. Estaremos sempre solidários com a estratégia que o secretário-geral queira seguir. Seja qual for o rumo que se tome, será sempre em solidariedade com todos os órgãos do partido, em particular com o líder", afirmou Orlando Soares Gaspar.
Estas declarações do líder concelhio foram consideradas por alguns militantes como um recuo que acontece nas vésperas da visita do secretário-geral do PS ao Porto. José Sócrates tem marcado um almoço para domingo com os presidentes das concelhias do PS do distrito e com o secretariado distrital da Federação do Porto do PS. Ninguém avança prognóstico sobre o que Sócrates pretende fazer. Mas o cenário de o líder avocar a candidatura para evitar "mais perturbação" não está afastado.
6 comentários:
Elisa chegou ao ponto que queria, pôr o PS Porto a falar dos lugares, este Rui Saraiva foi como um patinho e tudo o resto é desconexo. O assunto está encerrado? Pomos tudo nas mãos do SG? Alguém percebe alguma coisa.
Eles começam a falar.
Virão outros.
"Estaremos sempre solidários com a estratégia que o secretário-geral queira seguir. Seja qual for o rumo que se tome, será sempre em solidariedade com todos os órgãos do partido, em particular com o líder."
A isto chama-se "lambe-botismo"!
Tudo isto são desavenças de uma família que é dona do PS~Porto, Sampaios e Gaspares.
O Partido Socialista, com todas estas declarações públicas, revela imaturidade. O tempo é de trabalho e ponderação. O PS deve-o a muitos portugueses que acreditaram e continuam a acreditam.
A candidata independente Elisa Fereira, que acedeu encabeçar a lista do PS à CMP tem, como se depreende um acordo feito com o SG, que deve merecer respeito aos Socialistas, Se entendiam que não era políticamente legitimo ao SG fazer esse acordo, há muito que deviam, internamente, abordar esse assunto com o SG, mas claro assim não viam os seus nomes na comunicação social e isso dá, para eles, estatuto. Se alguns se revissem nessas imagens, possivelmente ficariam envergonahdos. A candidata tem o direito de escolher a Equipa com quem vai trabalhar, porque se ganhar não esqueçam que são 4 anos. O resto é bom senso, que tem faltado em tudo isto. Em relação à CP resta-lhe, para sair com dignidade, solicitar a sua demissão. Ficar é degrante, mas também, olhando a qualidade política da sua maioria, alguém esperava melhor? Ficará ao menos a lição para o futuro? Os òrgãos internos de um Partido devem ser uma escolha séria, com pessoas competentes e com ética. Deles depende muito, como se testemunha. Resta aos socialista deixar a candidata trabalhar com responsabilidade. A análse desse trabalho faz-se no dia 12 de Outubro. E nas freguesias? Houve critério político? Ou como sempre escolheram-se os amigos, mesmo que os que nada valem!
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