PS promete melhorar campanha no Porto
CARLA SOARES (JN) 1.7.09
A Distrital do PS/Porto avisa que o partido vai ter de "trabalhar mais" perante a sondagem que dá 25% a Elisa Ferreira. Na Concelhia, há quem defenda uma outra campanha, menos independente e mais virada para os socialistas.
De acordo com o estudo de opinião publicado ontem pelo JN, o presidente da Câmara reforça a maioria absoluta na sua recandidatura, merecendo a preferência de 58% dos inquiridos. "Temos é de trabalhar mais e melhorar o nosso esforço no sentido de fazer ver ao eleitorado que somos a única alternativa a Rui Rio", reagiu Renato Sampaio. E, prevê o líder distrital, haverá uma inversão dos resultados "quando o PS apresentar o seu programa". Nessa altura, "os portuenses perceberão as diferenças" entre "a paralisia da cidade e a capacidade empreendedora da candidatura do PS".
Preocupado com a sondagem, Renato Sampaio acredita que será o "confronto de projectos" a dar vitória ao PS. E a cabeça-de-lista "ainda não arrancou para a verdadeira campanha eleitoral", de "contacto directo". De resto, recusa que o facto de ter sido candidata também ao Parlamento Europeu tenha tido "reflexo" no resultado. E o problema de Rui Rio é que "devia olhar para a sua própria casa", aconselha o dirigente.
Já o líder da Concelhia, cujo Secretariado ia reunir ontem, diz-se "apreensivo" perante a sondagem. E destaca que o PS tem "agora estes próximos meses de campanha para fazer passar a sua mensagem". "Na hora certa, prevalecerão as ideias", crê Soares Gaspar, para quem colocar a questão na dupla candidatura "é personalizar demasiado as coisas". Só que, "enquanto o programa não for apresentado, não passarão" as ideias.
Posição mais crítica tem Avelino Oliveira, que foi seu rival na corrida à Concelhia mas integra agora o Secretariado. "Tem de haver uma mudança de estratégia do partido. A candidatura tem um pendor muito independente e intelectual. Deve reforçar, sim, a componente partidária e dar mais importância ao PS", exige. "E deve fazer um apelo a todos os socialistas do Porto. O nosso eleitorado vale mais do que 25%", alertou.
Pedro Baptista, que disputou a Distrital, é ainda mais duro. Este "é o corolário de uma candidatura com debilidades" e de um projecto "que precisa de ser muito trabalhado no futuro". Sem dúvida, diz que o factor "mais prejudicial" foi "a dupla candidatura" de Elisa Ferreira. "Nem conseguiu fazer uma coligação com a cidade, nem com o eleitorado socialista", critica. E, "desde que o partido queira" e a candidata "concorde", a solução poderia ser "mudar de candidato". Outro ponto a corrigir é , na sua opinião, a falta de "bandeiras regionais". Hoje, lamenta Pedro Baptista, "estão nas mãos" de Rui Rio, "por culpa da liderança distrital do PS".
CARLA SOARES (JN) 1.7.09
A Distrital do PS/Porto avisa que o partido vai ter de "trabalhar mais" perante a sondagem que dá 25% a Elisa Ferreira. Na Concelhia, há quem defenda uma outra campanha, menos independente e mais virada para os socialistas.
De acordo com o estudo de opinião publicado ontem pelo JN, o presidente da Câmara reforça a maioria absoluta na sua recandidatura, merecendo a preferência de 58% dos inquiridos. "Temos é de trabalhar mais e melhorar o nosso esforço no sentido de fazer ver ao eleitorado que somos a única alternativa a Rui Rio", reagiu Renato Sampaio. E, prevê o líder distrital, haverá uma inversão dos resultados "quando o PS apresentar o seu programa". Nessa altura, "os portuenses perceberão as diferenças" entre "a paralisia da cidade e a capacidade empreendedora da candidatura do PS".
Preocupado com a sondagem, Renato Sampaio acredita que será o "confronto de projectos" a dar vitória ao PS. E a cabeça-de-lista "ainda não arrancou para a verdadeira campanha eleitoral", de "contacto directo". De resto, recusa que o facto de ter sido candidata também ao Parlamento Europeu tenha tido "reflexo" no resultado. E o problema de Rui Rio é que "devia olhar para a sua própria casa", aconselha o dirigente.
Já o líder da Concelhia, cujo Secretariado ia reunir ontem, diz-se "apreensivo" perante a sondagem. E destaca que o PS tem "agora estes próximos meses de campanha para fazer passar a sua mensagem". "Na hora certa, prevalecerão as ideias", crê Soares Gaspar, para quem colocar a questão na dupla candidatura "é personalizar demasiado as coisas". Só que, "enquanto o programa não for apresentado, não passarão" as ideias.
Posição mais crítica tem Avelino Oliveira, que foi seu rival na corrida à Concelhia mas integra agora o Secretariado. "Tem de haver uma mudança de estratégia do partido. A candidatura tem um pendor muito independente e intelectual. Deve reforçar, sim, a componente partidária e dar mais importância ao PS", exige. "E deve fazer um apelo a todos os socialistas do Porto. O nosso eleitorado vale mais do que 25%", alertou.
Pedro Baptista, que disputou a Distrital, é ainda mais duro. Este "é o corolário de uma candidatura com debilidades" e de um projecto "que precisa de ser muito trabalhado no futuro". Sem dúvida, diz que o factor "mais prejudicial" foi "a dupla candidatura" de Elisa Ferreira. "Nem conseguiu fazer uma coligação com a cidade, nem com o eleitorado socialista", critica. E, "desde que o partido queira" e a candidata "concorde", a solução poderia ser "mudar de candidato". Outro ponto a corrigir é , na sua opinião, a falta de "bandeiras regionais". Hoje, lamenta Pedro Baptista, "estão nas mãos" de Rui Rio, "por culpa da liderança distrital do PS".
2 comentários:
Casa roubada trancas nas portas. Foi necessário aparecer uma sondagem para que a precariedade da situação política no Porto fosse conhecida. Eis aqui o primeiro e flagrante erro de estratégia. Então não devia e tinha por obrigação o PS saber da situação real em termos de como se iria comportar o eleitorado ao longo do tempo e principalmente ao aproximar de um período eleitoral tão importante? Como é possível vir agora gente responsável aconselhar a mobilização, o toque a rebate da militância que dizem valer por si só, e é verdade, mais que os míseros 25 por cento que a sondagem indica? Por onde anda essa mole humana que historicamente sempre combateu ao lado do partido e respondia de pronto mesmo antes de lhe ser exigida a comparência? Que será feito desses homens e mulheres dedicados aos valores socialistas de cuja opinião colectiva e individual o parido prescindiu há muito?
Vai ser preciso reinventar a força do passado, arregaçar as mangas, voltar a cumprimentar os camaradas anónimos, abraçá-los, perguntar-lhes o que pensam sobre as matérias que tocam directamente com as suas vidas e sobretudo prometer-lhes que os erros cometidos até aqui, vão ser rectificados. Dizer-lhes que o PS não prescinde de ninguém e que a casa socialista vai deixar de ser só de alguns para voltar a ser de todos.
Se assim for feito; se aliadas às formas pragmáticas e objectivas se juntar a solidariedade, acabaremos por sair honrados neste e em muitos outros combates.
Meu caro M.Araújo
Nada pode ser mais claro e preciso, que este seu comentário.
Parmita que lhe acrescente mais alguma coisinha; é que, o cíclo vicioso que por vezes acompanha decisões precipitadas e, em alguns casos, opções incompreensíveis, não deixa os militantes e até os simpatizantes, tranquilos.
A forma encontrada pelos órgãos de decisão, para a escolha dos deputados para AR ou, dos candidatos às autarquias, mais parece saír de um sínodo, do que própriamente de um partido plítico.
É da confusão destes conceitos e destas práticas, que sobressai a hegemonia nas decisões, cujas, impedem que a maioria dos militantes, que são a parte mais interessada, estejam sempre ausentes na participação e na escolha dos camaradas a propor pelo partido.
Para as autarquias o processo está concluído, a ver vamos o que se vai passar para a AR.
Quando precisam...lembram-se.
Depois...esquecem.
Esta é a sina dos verdadeiros e desinteressados...socialistas.
Saúdações
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