sexta-feira, 3 de julho de 2009

Receita (não-milagrosa) para o PS-PORTO
Pedro Baptista (GRANDE PORTO) 3.7.2009
Se o PS-Porto tiver compreendido os sinais da votação de 7 de Junho, em que fica atrás do PSD-Porto o que não acontecia há 18 anos em eleições nacionais, e se quiser recuperar para se tornar o mais votado no Distrito, tem de compreender que tem menos de três meses para corrigir a rota.
Tendo em conta dois azimutes:
O primeiro, diz respeito à retoma das bandeiras regionais que nunca devia ter abandonado, nem entregue a Rui Rio e a Luís Filipe Menezes. Estas são, entre outras, a gestão autónoma do “Sá Carneiro” no contexto da privatização da ANA, o alargamento da rede de Metro e o encurtamento dos prazos, a crítica à nacionalização do Metro, a crítica ao desvio das verbas do QREN a propósito do “efeito difusão”, a necessidade de uma ligação ferroviária rápida para Vigo, a necessidade de concentração de investimento público no Norte onde se situa 40% do desemprego nacional e tem lugar o facto interno principal da queda das exportações. E a regionalização. O que não exclui a luta política contra o PSD. Pelo contrário, faz parte dela até porque é preciso assacar a Rio a incapacidade para apresentar projectos de desenvolvimento da A.M. PORTO que permitam sentir-se confortável na crítica ao desvio total das verbas das regiões de Portugal para a região de Lisboa, afinal a única que não poderia receber um cêntimo.
O segundo, diz respeito á moralização da política e, portanto, da sua imagem política, muito para lá das historietas do lobo do Demo e do carneirinho de Deus e outras de cabeleireiro e manicure. Apresentar candidatos a deputados em que o eleitorado acredite que vão para os defender e não para se defenderem; candidatos que se tenham identificado com a defesa da região e se comprometam a fazê-lo para lá (ou através) da sua representatividade nacional; candidatos que se comprometam totalmente com os projectos que protagonizam, sem duplas candidaturas que dão a imagem de saltitões à procura de emprego seguro e bonificado, cujo desgaste já é por demais conhecido; candidaturas que mostrem abertura do partido à sociedade e às diferentes sensibilidades internas do partido onde o eleitorado se possa rever.
Se não quiserem ter em contra estes azimutes, se só quiserem acreditar que a rota não precisa de correcções e a marinhagem é da melhor, só é preciso dar mais velocidade ao navio, mesmo com os escolhos à frente, que não digam que não avisámos. E se, entretanto, já não for a tempo, também não digam que não avisámos… no devido tempo.

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