sexta-feira, 2 de maio de 2008

In Memoriam Magalhães (com um protesto)


Em 1995, um domingo, eu era candidato a deputado como independente pelo PS, tinha ido ao Marco de Canavezes participar num comício e tinha um carro novo a que tinham feito a primeira revisão. À vinda, no alto de um monte, crepúsculo adentro já quase noitinha, o carro nem tus nem bus, nem mais um passo.
Saí, enrascado com a falta de jeito ou de gosto pelas mecânicas, os carros da comitiva PS foram passando sem olhar ou olhando para o outro lado, não havia telemóveis ou, se havia, por ali não funcionavam, a perspectiva não era a melhor.
Até que um parou. Mal o conhecia, o gorduchito que, em gestos rápidos, estirou-se para debaixo do carro, mexeu em não sei o quê, abriu o capô, voltou a mexer em gestos frenéticos, sorriu e disse:
- Pronto, Pedro.
- Obrigadíssimo... (não sabia o nome dele)
- Sempre às ordens, sou o Magalhães.
O carro pegou e arranquei a pensar que, como o Magalhães, se houvesse alguns, seriam poucos.
E é por isso - ainda mais por isso - que me revolta ter sabido ontem que ele tinha falecido há uns três dias, e do Partido, da Federação, não tenha chegado qualquer informação, um desses banais SMS ou e-mails para os militantes do Distrito, a informar que tinha morrido o nosso camarada Magalhães que foi presidente da Junta de Gemunde. E que a Federação se tenha feito representar por um funcionário (Se é que este não foi lá por iniciativa e a título individuais!).

Pedro Baptista

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