Em relação ao texto da notícia abaixo: Namoro platónico com Christiane Garnier? A famosa autora da não menos famosa obra "Mes vacances avec Salazar", propaganda tão estrita que nem as dicas de Paul Valéry aquem o António Ferro pagava à linha, com o nosso dinheiro, os encómios ao Manholas? Não é o que se retira da biografia feita pelo amigo Franco Nogueira, sobretudo em relação às passagens de ano! E se o "amor" era platónico, para que teve o António de lhe arranjar marido? E contudo o "salvador da pátria" era casto, "casado com a pátria", uma vida inteira de simulação e de apologia da hipocrisia. Assim foi educado o Portugal de 1930 a 1970. Quantos resquícios não andam por aí, na vida quotidiana e no quotidiano político, nas relaçpões directas e nas farsas dos ecrãs?... Smile, filho, smile!
(DN) 22.07.2008
Primeiro a mini-série, em Setembro, depois o filme sobre a vida íntima e amorosa de um homem que gera, ainda hoje, ódio e amor. Foi justamente o amor de quatro mulheres com quem o governante privou que fez a SIC e a VC Filmes revelarem 'A Vida Privada de Salazar'
O homem que durante 40 anos conduziu os destinos do País tinha, afinal, uma vida privada cheia de paixões. Os seus biógrafos têm-no dito, sobretudo em livro, mas a mini-série para televisão, seguida de filme, produzida pela Valentim de Carvalho Filmes para a SIC, vai mostrá-lo. Já se conhecia o episódio do namoro platónico com a francesa Christiane Garnier, encarnada pela actriz luso-belga Helena Noguerra, que no Verão de 1951 veio a Portugal fazer-lhe uma entrevista e acabou numa longa estada no retiro do Vimieiro. Mas desconhecia-se-lhe, por exemplo, o relacionamento com Maria Emília Vieira, uma cartomante, encarnada por Soraia Chaves. "Era uma mulher à frente no seu tempo - vestia calças, andava a cavalo no Chiado, fazia tiro ao alvo, ia a bares -, era uma alma livre, segura, mas irreverente, extravagante, boémia. Conhece Salazar porque lhe traça cartas astrais", pois o ditador "recorria a ela para tomar algumas decisões impor- tantes da governação", definiu assim Soraia Chaves a sua personagem.A actriz que assegura ser este papel tão carregado de sensualidade como os dos seus trabalhos anteriores, confessa que ficou "bastante surpreendida e satisfeita com a personagem". Já em relação ao ditador, protagonizado por Diogo Morgado, salientou esse lado íntimo e desconhecido que os portugueses poderão agora conhecer."Maria Emília Vieira adivinhou o atentado de que Salazar ia ser alvo quando ia para a missa", conta um pouco mais Diogo Morgado sobre esta mulher, que ao mesmo tempo é reveladora do lado místico do governante. Quer esta quer as outras quatro mulheres retratadas na produção da SIC "fazem a história evoluir. Cada uma delas chega a um Salazar cada vez mais envelhecido", acrescenta o actor, que diz ser este seu trabalho "curioso e exaustivo". Curioso, porque desconhecia a vida íntima da personagem que encarna, e exaustivo, porque tem feito uma pesquisa igualmente intensa. Dos cinco livros disponíveis, leu "apenas dois" - o de Felícia Cabrita (Amores de Salazar) e o de Fernando Dacosta (As Máscaras de Salazar) -, além de ver o documentário de Inês de Medeiros (Cartas a Uma Ditadura). À pergunta "o que pensa do ditador?", o actor não responde, alegando que "passou ainda muito pouco tempo". Em vez disso diz que foi estranho ver-se com mais anos em cima, fruto do latex e da maquilhagem de três horas, sobretudo nas cenas acima dos 26 anos, "quando [Salazar] sai de Coimbra e assume a pasta das Finanças". Do elenco desta minissérie que passa por quatro épocas, que vão dos anos 20 à década de 50 do século passado, fazem ainda parte Cláudia Vieira, Margarida Carpinteiro, Maria João Pinho, Catarina Wallestein, Virgílio Castelo, Filipe Vargas, Benedita Pereira, Ana Padrão, entre outros, num total de 40 actores. A realização está a cargo de Jorge Queiroga, a produção é de Manuel S. Fonseca. A história é de Pedro Marta Santos, que também participou no argumento com António Costa Santos. A série A Vida Privada de Salazar, composta por dois episódios de 90 minutos cada, tem estreia prevista para o final de Agosto ou princípios de Setembro. "Uma série desta natureza ensina-nos a olhar para as grandes figuras da história portuguesa, tendo esta marcado para o bem e para o mal, além de que nos dar a conhecer um modelo de sexualidade masculina e do seu impacto em mulheres de diferentes condições sociais e diferentes personalidades", defende Manuel S. Fonseca.O filme chegará às salas em 2009. E "não se trata da mesma história condensada", defende Jorge Queiroga, adiantando que tem duas lógicas narrativas diferentes. "A perspectiva da mini-série é dada por uma mulher [Maria João Medeiros] e no filme, com cenas adicionais, haverá outro olhar..."
O homem que durante 40 anos conduziu os destinos do País tinha, afinal, uma vida privada cheia de paixões. Os seus biógrafos têm-no dito, sobretudo em livro, mas a mini-série para televisão, seguida de filme, produzida pela Valentim de Carvalho Filmes para a SIC, vai mostrá-lo. Já se conhecia o episódio do namoro platónico com a francesa Christiane Garnier, encarnada pela actriz luso-belga Helena Noguerra, que no Verão de 1951 veio a Portugal fazer-lhe uma entrevista e acabou numa longa estada no retiro do Vimieiro. Mas desconhecia-se-lhe, por exemplo, o relacionamento com Maria Emília Vieira, uma cartomante, encarnada por Soraia Chaves. "Era uma mulher à frente no seu tempo - vestia calças, andava a cavalo no Chiado, fazia tiro ao alvo, ia a bares -, era uma alma livre, segura, mas irreverente, extravagante, boémia. Conhece Salazar porque lhe traça cartas astrais", pois o ditador "recorria a ela para tomar algumas decisões impor- tantes da governação", definiu assim Soraia Chaves a sua personagem.A actriz que assegura ser este papel tão carregado de sensualidade como os dos seus trabalhos anteriores, confessa que ficou "bastante surpreendida e satisfeita com a personagem". Já em relação ao ditador, protagonizado por Diogo Morgado, salientou esse lado íntimo e desconhecido que os portugueses poderão agora conhecer."Maria Emília Vieira adivinhou o atentado de que Salazar ia ser alvo quando ia para a missa", conta um pouco mais Diogo Morgado sobre esta mulher, que ao mesmo tempo é reveladora do lado místico do governante. Quer esta quer as outras quatro mulheres retratadas na produção da SIC "fazem a história evoluir. Cada uma delas chega a um Salazar cada vez mais envelhecido", acrescenta o actor, que diz ser este seu trabalho "curioso e exaustivo". Curioso, porque desconhecia a vida íntima da personagem que encarna, e exaustivo, porque tem feito uma pesquisa igualmente intensa. Dos cinco livros disponíveis, leu "apenas dois" - o de Felícia Cabrita (Amores de Salazar) e o de Fernando Dacosta (As Máscaras de Salazar) -, além de ver o documentário de Inês de Medeiros (Cartas a Uma Ditadura). À pergunta "o que pensa do ditador?", o actor não responde, alegando que "passou ainda muito pouco tempo". Em vez disso diz que foi estranho ver-se com mais anos em cima, fruto do latex e da maquilhagem de três horas, sobretudo nas cenas acima dos 26 anos, "quando [Salazar] sai de Coimbra e assume a pasta das Finanças". Do elenco desta minissérie que passa por quatro épocas, que vão dos anos 20 à década de 50 do século passado, fazem ainda parte Cláudia Vieira, Margarida Carpinteiro, Maria João Pinho, Catarina Wallestein, Virgílio Castelo, Filipe Vargas, Benedita Pereira, Ana Padrão, entre outros, num total de 40 actores. A realização está a cargo de Jorge Queiroga, a produção é de Manuel S. Fonseca. A história é de Pedro Marta Santos, que também participou no argumento com António Costa Santos. A série A Vida Privada de Salazar, composta por dois episódios de 90 minutos cada, tem estreia prevista para o final de Agosto ou princípios de Setembro. "Uma série desta natureza ensina-nos a olhar para as grandes figuras da história portuguesa, tendo esta marcado para o bem e para o mal, além de que nos dar a conhecer um modelo de sexualidade masculina e do seu impacto em mulheres de diferentes condições sociais e diferentes personalidades", defende Manuel S. Fonseca.O filme chegará às salas em 2009. E "não se trata da mesma história condensada", defende Jorge Queiroga, adiantando que tem duas lógicas narrativas diferentes. "A perspectiva da mini-série é dada por uma mulher [Maria João Medeiros] e no filme, com cenas adicionais, haverá outro olhar..."
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