(Público)13.07.2008, Andreia Sanches
Saíram de manhã do parque de merendas da praia fluvial de Monforte (distrito de Portalegre) e caminharam até à herdade de Torre das Figueiras - a propriedade que, nos próximos três anos, acolherá testes com milho geneticamente modificado para resistir a herbicidas. Cerca de 60 pessoas, na sua maioria activistas, colocaram ontem dezenas de espantalhos (a que simbolicamente chamara "Brigada da Bio-segurança") junto à herdade, como forma de protesto, e disseram não à experiência.Hoje, reúnem-se de novo em Monforte para debater o assunto e "contactar a população". E para voltar a pedir o cancelamento do ensaio. Mas, na verdade, diz Nuno Sequeira, dirigente da Quercus e membro da Plataforma Transgénicos Fora, as organizações ambientais envolvidas no protesto não têm conhecimento oficial sobre se os testes já começaram ou vão ainda ter início. Certo é que foram aprovados pelo Governo no mês passado para Monforte e Ferreira do Alentejo. O que, segundo Nuno Sequeira, é "imoral". E explica: a zona de Monforte é parte integrante da Rede Natura 2000. Aqui, várias aves são alvo de protecção especial. "Estes testes, com as descargas em massa de herbicidas, terão efeitos muito nocivos no solo e nas aves."Além disso, a decisão do Governo revela "o desrespeito pela decisão democrática do poder local". A Assembleia Municipal de Monforte já tinha aprovado este ano, por unanimidade, a criação de "uma zona livre de transgénicos". "Desde 2005 que as empresas Pioneer e Syngenta tentam levar a cabo estes ensaios. Mas, de Ponte da Barca a Rio Maior, os municípios têm-se mostrado frontalmente contra tais testes no seu território", lê-se num comunicado das 12 organizações que fazem parte da plataforma. "Este milho não é comercializado na Europa, não está aprovado. Por isso dizemos: Monforte não é cobaia."
Saíram de manhã do parque de merendas da praia fluvial de Monforte (distrito de Portalegre) e caminharam até à herdade de Torre das Figueiras - a propriedade que, nos próximos três anos, acolherá testes com milho geneticamente modificado para resistir a herbicidas. Cerca de 60 pessoas, na sua maioria activistas, colocaram ontem dezenas de espantalhos (a que simbolicamente chamara "Brigada da Bio-segurança") junto à herdade, como forma de protesto, e disseram não à experiência.Hoje, reúnem-se de novo em Monforte para debater o assunto e "contactar a população". E para voltar a pedir o cancelamento do ensaio. Mas, na verdade, diz Nuno Sequeira, dirigente da Quercus e membro da Plataforma Transgénicos Fora, as organizações ambientais envolvidas no protesto não têm conhecimento oficial sobre se os testes já começaram ou vão ainda ter início. Certo é que foram aprovados pelo Governo no mês passado para Monforte e Ferreira do Alentejo. O que, segundo Nuno Sequeira, é "imoral". E explica: a zona de Monforte é parte integrante da Rede Natura 2000. Aqui, várias aves são alvo de protecção especial. "Estes testes, com as descargas em massa de herbicidas, terão efeitos muito nocivos no solo e nas aves."Além disso, a decisão do Governo revela "o desrespeito pela decisão democrática do poder local". A Assembleia Municipal de Monforte já tinha aprovado este ano, por unanimidade, a criação de "uma zona livre de transgénicos". "Desde 2005 que as empresas Pioneer e Syngenta tentam levar a cabo estes ensaios. Mas, de Ponte da Barca a Rio Maior, os municípios têm-se mostrado frontalmente contra tais testes no seu território", lê-se num comunicado das 12 organizações que fazem parte da plataforma. "Este milho não é comercializado na Europa, não está aprovado. Por isso dizemos: Monforte não é cobaia."
"Está em causa a saúde humana com estes testes, devido à apicultura, abelhas e colmeias", dizem ainda os ambientalistas. Ou seja, "o mel produzido a vários quilómetros de distância dos ensaios pode conter quantidades consideráveis de pólen transgénico, o que, para o caso do milho 98140, que não está estudado nem autorizado para consumo humano ou animal, é totalmente ilegal". O milho que será testado em Monforte tem, diz Sequeira, características diferentes do milho-Bt (geneticamente alterado para resistir à infestação com a broca, uma praga comum, e já produzido em Portugal). É designado milho DP 98140 e pretende-se que não seja afectado pelos herbicidas que são usados nas produções de milho para controlar as plantas infestantes. "Por isso nos testes é preciso pulverizar o milho com grandes quantidades de herbicidas."
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