(Público) 29.07.2008, Joana Ferreira da Costa
O deputado popular Nuno Melo diz que o socialista João Cravinho tem obrigação de denunciar os casos suspeitos de corrupção com que se terá deparado quando foi ministro das Obras Públicas.
O deputado popular Nuno Melo diz que o socialista João Cravinho tem obrigação de denunciar os casos suspeitos de corrupção com que se terá deparado quando foi ministro das Obras Públicas.
Cravinho respondeu-lhe que disse claramente o que tinha a dizer."Estou solidário com as preocupações sobre o combate à corrupção manifestadas por João Cravinho [numa entrevista ao PÚBLICO e Rádio Renascença publicada no domingo], mas basta de proclamações genéricas que depois não são concretizadas", defendeu Nuno Melo. "Tendo sido ministro das Obras Públicas - uma das áreas onde há mais suspeitas de corrupção - deve denunciá-las para efeitos de investigação criminal."Na entrevista, Cravinho dizia que a grande corrupção continua a crescer e que mesmo no combate a este crime ao nível legislativo há situações "anómalas": é o caso da proposta de controlo das procurações irrevogáveis que fez quando era deputado, mas que a bancada socialista limitou aos bens imóveis, deixando de fora os restantes bens.
Confrontado com o desafio do deputado do CDS, Cravinho defendeu que "não há acusações genéricas em nada do que disse na entrevista" e que a sua tutela das Obras Públicas (no primeiro Governo Guterres) ilustra o seu compromisso de combate à corrupção onde, entre outras medidas, ordenou uma sindicância geral à Junta Autónoma das Estradas.
Na entrevista, Cravinho criticou também "o pendor governamental" do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), cuja lei fundadora aguarda homologação do Presidente. "Cinco dos oito membros do CPC são inspectores ou directores-gerais que dependem directamente da tutela", afirma Nuno Melo, considerando ainda mais grave que "o CPC tenha como atribuições a prevenção de casos de corrupção que são competência do Ministério Público e da PJ". Uma "violação dos princípios constitucionais" para a qual o deputado popular "chama a atenção" de Cavaco Silva.
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